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Winter's pov:

— Acha que Jong Seong assassinou alguém? E que invadiu sua casa?

— Psiu! — falo para Ningning, observando as fileiras de mesas da sala de aula para ter certeza de que ninguém ouviu.

— Sem querer ofender ninguém, querida, mas isso está começando a ficar ridículo. Pelo amor de Deus, Jong Seong? Assassino? Ele parece ser um cara legal apesar de tudo. E você me disse que conhece ele há bastante tempo. Hum... Isso não faz sentido.

— Ele prestou depoimento como suspeito em uma investigação de assassinato — sussurro, sentindo que os olhos da professora de história da arte se desviam para nós duas. Rabisco algumas anotações no meu caderno. — Obviamente, a polícia achou que ele tinha motivo e meios de fazer aquilo.

— Você tem certeza de que é o mesmo Jong Seong?

— Quantos Park Jong Seong estariam matriculados em Seoul National University em fevereiro?

Ningning tamborila os dedos na mesa.

— É que parece difícil de acreditar. De qualquer maneira, qual é o problema de ele ter sido interrogado? O importante é que ele foi descartado. Não acharam que era culpado.

— Porque a polícia encontrou um bilhete suicida escrito pela garota.

— E quem é essa garota?

— O nome dela era Kim Eun — digo com impaciência. — A garota que supostamente teria se enforcado.

— Talvez ela tenha mesmo se enforcado. E se um belo dia ela acordou dizendo "Puxa, a vida é uma droga" e resolveu se amarrar em uma árvore? Isso acontece.

— Você não acha coincidência demais que o apartamento tivesse sinais de arrombamento quando o bilhete foi encontrado?

— Ela morava em uma zona complicada de Seul. Arrombamentos acontecem.

— Acho que alguém colocou o tal bilhete lá. Alguém que queria livrar a cara de Jong Seong.

— Quem ia querer livrar a cara de Jong Seong? — Pergunta Yzhuo. Olho para ela com meu melhor olhar de sarcasmo.

Ningning passa a mão nos cabelos e se apoia no cotovelo.

— Você então quer dizer que Jong Seong arrastou essa tal de Eun até uma árvore, amarrou uma corda no pescoço dela, pendurou num galho e depois arrombou o apartamento para plantar provas que indicassem o suicídio.

— Por que não?

Ningning devolve o olhar de sarcasmo.

— Porque os policiais já analisaram tudo. Se concluíram que foi suicídio, concordo com eles.

— E então, por que poucas semanas depois de ser liberado do inquérito, Jong Seong mudou de faculdade?

— Nisso você tem razão.

— Acho que ele está tentando fugir do passado. Acho que ficou desagradável assistir às aulas no mesmo lugar onde matou Eun. Ele está com a consciência pesada. — Bato a caneta contra os lábios. — Preciso ir até até a livraria Bookshop e fazer umas perguntas. Ela morreu há dois meses. Todos ainda devem falar disso por lá.

— Não sei, Winter. Estou achando uma péssima ideia começar uma operação de espionagem. Quer dizer, você vai lá fazer perguntas especificamente sobre Jong Seong? E se ele descobrir? O que vai pensar?

Olho para ela.

— Ele só precisa se preocupar se for culpado.

— Então vai matar você para garantir seu silêncio. — Diz Yzhuo abrindo um sorriso parecido com o do Gato Risonho. Eu não. — Quero descobrir quem invadiu seu apartamento tanto quanto você — ela prossegue, em um tom mais sério —, mas juro pela minha vida que não consigo acreditar que Jong Seong seja o culpado.

Dark Prelude - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora