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Winter' pov:

Volto atordoada para a mesa de totó. Jong Seong está curvado sobre ela com o rosto concentrado, demonstrando competitividade. Ningning dá gritinhos e ri enquanto conversa com Aeri. Ela olha para mim quando me aproximo.

— E aí? O que aconteceu? O que ela falou?

— Nada. Disse para ela não encher nosso saco. Ela foi embora. — Minha voz está inexpressiva.

— Ela não parecia estar furiosa quando foi embora — diz Jong Seong, tirando os olhos do jogo. — O que falou para ela deve ter funcionado.

— Que pena — diz Ningning —, estava esperando que a noite tivesse alguma emoção.

— Bom, agora vocês já podem nos pagar — Diz Aeri com um sorriso. — Estou ficando com vontade de comer a pizza que ganhamos.

— Claro, fica fácil ganhar quando são duas contra um — Jong Seong diz. — Estou começando a achar que você não vai com a minha cara, Aeri. Mudou de lado bem rápido. Estou começando a achar que é uma indireta.

— Está brincando? Eu adoro você — ela diz, parecendo se divertir com a situação. — E para provar isso, vou comprar as pizzas com você. Não saiam daqui, garotas.

— Sabe que eu vou matar você, não sabe? — Falo assim que Ningning e eu ficamos sozinhas. Ela ergue as mãos e dá um passo para trás.

— Estava lhe fazendo um favor. Jong Seong está doido por você e essa era a oportunidade perfeita para acabar com as expectativas dele. Depois que você saiu, contei para ele que várias garotas têm ligado para você todas as noites. Devia ter visto a cara dele. Mal conteve o descontentamento.

Respiro fundo e olho para a porta do fliperama.

— Preciso de alguma coisa.

— Você precisa da Jimin.

— Não, preciso de açúcar. De muito açúcar. Preciso de algodão-doce.

O que eu preciso mesmo é de uma borracha grande o suficiente para apagar todas as evidências da presença de Jimin em minha vida. Particularmente, do fato dela falar dentro da minha cabeça. Tremo. Como ela faz isso? E por que eu? A menos... Que eu tivesse imaginado aquilo. Como havia imaginado o cara me perseguindo Há algumas noites.

— Bem que eu também gostaria de um pouquinho de açúcar — diz Yzhuo. — Vi um vendedor perto da entrada do parque, quando chegamos. Vou ficar aqui para que Aeri e Jong Seong não achem que a gente fugiu e você providencia o algodão-doce.

Lá fora, refaço o caminho até a entrada, mas, quando encontro o vendedor de algodão-doce, distraio-me com algo que esta um pouco mais à frente. A ponte Bampo acima do Han. Fico pensando por que Jimin quer se encontrar comigo. Sinto uma pontada no estômago, e provavelmente deveria levar isso em consideração, mas, apesar de minhas boas intenções, pego-me seguindo em frente, rumo a ponte.

Sigo o fluxo da multidão, mantendo o olhar nas luzes, que desenham um arco íris rumo ao rio. O vento mudou de frio para gelado, mas não é isso que faz eu me sentir cada vez mais desconfortável. A sensação voltou. Aquela sensação gelada, perturbadora, de que alguém está me observando.

Disfarçadamente, olho para os dois lados. Nada de anormal na minha visão periférica. Um pouco mais atrás, diante de uma pequena fileira de arvores, uma figura encapuzada se vira e desaparece na escuridão.

Com o coração acelerado dentro do peito, ultrapasso um grupo de pedestres, afastando-me da clareira. Depois de muitos passos, volto a olhar para trás. Ninguém parece estar me seguindo.

Dark Prelude - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora