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Winter's pov:

Eu não tenho ideia de onde Ningning está. A estratégia óbvia é tentar pensar como Woojin — onde eu prenderia Ningning, se fosse ele?

Ele quer que seja difícil de fugir e difícil de encontrar, raciocino.

Em minha cabeça, procuro reconstituir a planta do prédio, concentrando a atenção nos andares superiores. Provavelmente Yizhuo está no terceiro andar, o mais alto da faculdade — a não ser por um pequeno quarto piso que é mais um sótão do que qualquer outra coisa. Uma escadaria estreita, acessível apenas do terceiro andar, conduz até lá. No alto, há duas salas de aula: uma está vazia e a outra pertence ao laboratório de pesquisas.

Ningning está no laboratório. De repente eu sei.

Movimento-me na escuridão o mais rápido que posso. Subo tateando dois lances de escada. Depois de algumas tentativas e erros, descubro a escada estreita que conduz ao laboratório de pesquisas. No alto, empurro a porta.

— Ningning? — chamo baixinho.

Ela deixa escapar um gemido suave.

— Sou eu — digo, dando cada passo com cuidado, enquanto manobro em torno das fileiras de mesas, sem querer derrubar uma cadeira e entregar minha localização para Woojin.

— Você está ferida? Precisamos sair daqui. — Eu a encontro encolhida na frente da sala, apertando os joelhos contra o peito.

— Jong Seong me bateu na cabeça — ela diz, a voz ficando mais alta. — Acho que desmaiei. Agora não consigo ver nada. Não consigo ver nada.

— Escute. Um cara chamado Woojin cortou a eletricidade e as persianas estão abaixadas. Só está escuro. Segure minha mão. Precisamos descer agora.

— Acho que ele fez alguma coisa. Minha cabeça está latejando. Acho que estou mesmo cega.

— Você não está cega — sussurro, sacudindo-a ligeiramente. — Também não consigo enxergar. Precisamos encontrar o caminho para baixo. Vamos sair pela porta da sala de atletismo.

— Ele acorrentou todas as portas.

Há um momento de silêncio tenso entre nós. Lembro que Woojin me desejou sorte na fuga e agora entendo o porquê. Um calafrio perceptível deixa o meu coração e atravessa o restante do meu corpo.

— Não acorrentou a porta por onde entrei — digo, finalmente. — A porta no canto leste está aberta.

— Deve ser a única. Eu estava com Jay quando ele acorrentou as outras. Disse que ninguém ficaria tentado a sair enquanto brincássemos de esconde-esconde. Disse que era proibido ir lá fora.

— Se a porta leste é a única destrancada, Woojin vai tentar bloqueá-la. Vai esperar nós irmos até ele. Mas não vamos. Vamos sair por uma janela — digo, montando um plano na cabeça. — Do outro lado do prédio, deste lado. Você está com o celular?

— Jong Seong o levou.

— Quando sairmos, devemos nos separar. Se Woojin nos perseguir, precisará escolher a quem seguir. A outra vai buscar ajuda. — Eu já sei quem ele vai escolher. Ningning não tem outra serventia para Woojin, além de me atrair para aqui hoje à noite. — Corra o mais rápido que puder e encontre um telefone. Chame a polícia. Diga a eles que Jong Seong está no corredor próximo a biblioteca.

— Está vivo? — Ningning pergunta com a voz trêmula.

— Não — sussurro.

Ficamos juntas, abraçadas, e sinto que ela levanta a camisa para secar os olhos.

Dark Prelude - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora