T3 CAPÍTULO - 06

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Genilda colocava a mesa de jantar como todas as noites, na companhia dos dois filhos, conversavam animados sobre o novo emprego de Genilda e do fato de Renato já estar de olho em uma garota que mora na casa ao lado. O jantar já estava quase pronto para ser servido, quando reparam na presença de Sebastião. O homem abria sua gravata com um pouco mais de força do que o necessário, parecia alheio a presença da família ali. Vários anos haviam se passado, e se ele dissesse que encarar Rafaella frente a frente daquele forma não o afetou, ele estaria mentindo, mas seria mais fácil afastar esses pensamentos do que lidar com eles.

                     

— Tudo bem pai? - Renato perguntou observando a expressão fechada do mais velho.

                     

— Sim. Vou tomar um banho e desço para o jantar. - Respondeu com sua voz forte, sem muitas expressões.

                     

O garoto deu os ombros e rapidamente voltou a ajudar a mãe. Marcella estava sentada de frente para o balcão, seu corpo pouco debruçado sobre o mesmo e uma das mãos sobre o queixo, sustentando sua cabeça. Ao contrário do pai, sua expressão era triste, talvez confusa ou até mesmo pensativa. Isso não passou despercebido por Genilda, a mulher encarou sua filha por bons minutos, tendo a certeza que havia algo de errado.

                     

A mesa já estava devidamente arrumada e com todos os alimentos em seus lugares, até que Sebastião apareceu e se sentou em seu lugar de sempre.

                     

— Porque está com essa cara tristinha Ma? - Genilda perguntou enquanto servia o prato da filha.

                     

— Aposto que não é nada mãe, deixe ela. - Renato sabia o motivo exato da irmã estar daquele jeito, havia ficado assim o dia todo.

                     

— E porque eu não posso dizer a ela Renato? Não é mais como se estivéssemos em um país diferente do dela... - Marcella reclamou e sua feição triste se intensificou.

                     

Sebastião que já comia quieto, apenas levantou seu olhar e observou a filha mais nova, ele já poderia imaginar do que se tratava.

                     

— Hoje mais cedo quando fomos fazer as compras que a senhora pediu, vimos a Rafaella. - Renato comentou vendo a mãe o olhar intensamente, talvez com esperança de que eles tivessem conversado.

                     

— Ela está tão linda mamãe. Eu queria correr até ela e abraçar, mas Renato disse que não era uma boa ideia. - Ao ouvir Marcella o olhar de Genilda caiu, como se sentisse algum tipo de dor.

                     

Sebastião semicerrou os olhos e ergueu completamente sua cabeça, chamando a atenção dos filhos e da mulher.

                     

— Rafaella continua a mesma, não se iludam.

                     

— E como você sabe disso? - Foi a vez de Genilda o olhar com os olhos cerrados.

                     

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