Capítulo Quatro

2.4K 256 25
                                        

Esperei alguns minutos antes de sair, tudo estava acontecendo exatamente o contrário do que deveria. A mulher que eu deveria investigar já me odiava e parecia ser o oposto do que tínhamos estudado. Nós sabíamos que ela era perigosa e talvez a maldade em pessoa, mas tinha alguma coisa estranha, não estava sentindo isso dela.

Claro que ela era uma ameaça, se não, Muralha não teria simplesmente aceitado o que ela falou sem fazer nada, mas o que mais tinha por trás disso?

Quatro dias atrás, Walter quase desistiu da missão enquanto olhávamos sua ficha criminal.

–Acho melhor mandar outra pessoa tentar achar essas informações. – Ele disse uma tarde, dentro do meu escritório, enquanto olhávamos diversos arquivos e registros sobre Savoia.

–O que? – Perguntei indignada.

–Diana, isso é muito perigoso, não somente essa mulher. Temos que levar em conta que existem diversas outras criminosas dentro daquele lugar, talvez piores.

–Walter, você me colocou nisso e agora vamos até o fim, não me venha com essa.

Eu não deixaria ele desistir e nem querer desistir. Estava apavorada e desistiria por mim só, não precisava de mais alguém para colocar ideias ruins na minha cabeça.

–Olha Diana, lembre-se dos sinais que combinamos. Como não podemos te colocar uma escuta, se algum momento precisar, encontre uma câmera e faça esses sinais, tudo bem? – Ele estava preocupado comigo e parecia tão cansado quanto eu.

Tínhamos uma equipe por conta disso, mas normalmente estávamos só nós dois no escritório no final do dia, agoniados demais para ir pra casa descansar.

–Claro, se eu ver que a coisa tá ficando feia, eu aviso. – Assegurei ele.

E ali estava eu agora, saindo de um quarto, frustrada com as coisas que acabaram de acontecer, me deparando com várias mulheres esperando do lado de fora, no pátio, para assistir a cena. Não havia mais sinal de Savoia no local, me deixando um pouco menos aflita.

Ignorei todos os olhares sobre mim e segui em direção ao refeitório. Precisava procurar onde eu trabalharia durante a tarde.

–Diana! – Uma voz me chamou, era Rebeca.

–Ah, oi Rebeca.

–O que aconteceu? Savoia passou por aqui e estava com uma cara furiosa.

–Nada aconteceu. Nós esperamos o tempo passar e ela saiu de lá.

–Sério? – Ela pareceu surpresa. – Eu achei que ela ia te bater ou algo do tipo.

–Eu também achei, a única coisa que ela fez foi sentar e ler.

–Ok, isso é estranho.

–Bom, eu preciso ver onde vou trabalhar, nos vemos depois, ok? – Falei e saí andando. Não sabia se a ameaça de Savoia sobre me trocar de cela era verdade, acho que descobriria só depois.

Eu não podia parecer de forma nenhuma uma infiltrada, a única regalia justificável era o dinheiro e estar na ala A, de resto, eu teria que parecer o mais normal possível.

Andava pela prisão como se vivesse ali há anos. Eu já conhecia quase todos os cantos deste lugar pelas horas e horas olhando as câmeras. Procurei o lugar onde me informaria pra que trabalho fui designada, torcendo pra não ser nada muito ruim.

Encontrei uma guarda com uma prancheta na mão e fui até ela.

–Oi, será que a senhora teria a informação de onde fui designada para trabalhar?

A Incógnita Savoia (PRÉVIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora