Capítulo Dez

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Oii gente, vim com mais um capítulo e dessa vez com um pouquinho mais de Savoia pra vocês. Espero que gostem e deixem seus comentários.
As traduções estão no final do capítulo.


Você deixou isso cair, princesa. – Ela falou me mostrando o cigarro entre seus dedos. – Quer companhia?

–Não precisa. Pode ficar com o cigarro. – Traguei o que estava em minha mão. Estava nervosa, precisava fingir que não.

–Já que vim até aqui, podemos dividir o espaço e o cigarro. – Muralha falou e deu alguns passos se aproximando de mim. Colocou o cigarro na boca,  fez uma menção para que eu acendesse e eu o fiz. – O que você tem de tão bom que aquela italiana não quer dividir?

–Você vai precisar perguntar pra ela. – Respondi e me arrependi no mesmo instante. Muralha se aproximou rapidamente e me segurou pelo pescoço, fazendo força para que eu não conseguisse respirar.

–Podemos fazer isso do jeito bom ou do jeito ruim. Se você colaborar, será melhor… Pra você. Pra mim vai ser bom de qualquer jeito. – Ela riu e soltou meu pescoço, seu hálito azedo quase me fez ter uma ânsia.

–Melhor me deixar em paz. – Falei tentando me afastar e ela segurou meu braço, vindo de encontro com meu corpo. Quando se aproximou demais, chutei sua perna.

–Vagabunda, será do jeito difícil então.

Muralha era quase duas vezes maior do que eu, provavelmente muito mais forte, minhas chances eram poucas e o que eu podia fazer era enrolar. A brutamonte tentou se aproximar de novo e desferi outro chute nela, mas dessa vez ela não fez nenhuma reação e deu um soco no meu rosto, perto do meu olho direito. Inferno, onde estaria Savoia?

Coloquei a mão no rosto, onde ela havia me dado um soco, um vestígio de sangue saiu e me xinguei internamente. Enquanto estava atordoada com o soco, Muralha se aproximou novamente, dessa vez resolvi arriscar e dei um soco em sua boca. Por um momento esperei que ela fosse desistir, mas isso só a deixou com mais raiva e ela me pegou pelo pescoço novamente, me jogando na parede. Ela sabia que sua força era o que a fazia ganhar qualquer briga e estava usando-a. Não era tão burra como esperava.

Comecei a ficar sem ar e senti que uma de suas mãos veio até minha camisa, fazendo menção para desabotoá-la.

Che cazzo sta succedendo qui? – A voz que eu estava esperando chegar falou.

Isso não fez Muralha me soltar, minha visão estava ficando turva já com sua mão ao redor do meu pescoço.

–Solte ela agora. – Sibilou Savoia. – Não me faça repetir.

A mulher me soltou, respirei profundamente, atordoada. Ok, quando eu estava planejando isso, não planejava apanhar dessa forma. Achava que dava conta, não esperava que Muralha fosse forte o suficiente para me paralisar assim.

–Nós estávamos nos divertindo. – Respondeu a mulher que acabara quase de me matar enforcada.

–Suma da minha frente. AGORA! – Savoia estava com ódio, dava pra ver isso claramente.

Muralha não protestou e saiu dali pisando duro. Já eu, estava sentada no chão, me recuperando, respirando com rapidez.

–Você é muito idiota, muito. – Savoia falou se abaixando na minha frente e levantando meu rosto para ficar de frente com o seu. Analisou o machucado próximo ao meu olho, na sobrancelha e suspirou. – Vamos dar um jeito nisso.

–Só um momento. – Estava com um pouco de dificuldade de respirar, não sabia se era pelo aperto que tinha sido feito no meu pescoço ou se estava no de uma crise de pânico.

–Certo.

Savoia se sentou na minha frente, senti que me observava enquanto eu tentava respirar com calma, o que não estava funcionando pois só sentia meu coração acelerar mais e mais.

–Tenha um pouco de calma, cara. Respire devagar. – Ela disse e não funcionou. – Respire devagar, assim não vai funcionar. – Sua mão pegou a minha e apertou.

–Estou tentando.

–Não está. Olhe pra mim e acompanhe minha respiração.

Fiz o que ela pediu, olhei em seus olhos e ela começou a respirar profundamente, mas com calma, tentei acompanhar e depois de alguns segundos, senti que estava desacelerando um pouco.

–Você precisa pensar antes de fazer as coisas.

Que irônico ela dizer isso, logo pra mim que tanto pensava antes de tomar qualquer atitude. Acredito que tudo que acontecia aqui dentro estava me deixando estressada, tensa e talvez um pouco fora de mim. Walter tinha razão quando me disse que seria muita informação para minha cabeça.

Quando não respondi nada, ela se aproximou um pouco, esticando a manga de sua roupa e passando próximo à minha sobrancelha, que provavelmente sangrava até demais. Seu rosto ficou próximo ao meu e diferente de Muralha, ela não exalava suor, muito pelo contrário, parecia até usar algum tipo de perfume.

Seus olhos escuros me encaravam e todo aquele ódio que ela estava segundos atrás tinha sumido.

–Como chegou aqui? – Perguntei.

–Tenho olhos em todos os lugares aqui dentro. – Savoia soltou minha mão, mas continuava me encarando. – E você?

–Precisava fumar um pouco. – Disse uma meia verdade. – Por onde esteve?

–Não te interessa. – Ela falou e pareceu perceber a grosseria. – Estive ocupada com algumas coisas.

Ficamos nos encarando por alguns segundos.

–Quem é você? – Não consegui me conter e perguntei.

–Eu poderia te perguntar a mesma coisa… mas não vamos conversar agora. – A mulher que eu tentava entender se aproximou novamente, com as duas mãos, levantou um pouco a gola do meu uniforme. – É melhor não chamar atenção. Vamos até minha cela e damos um jeito nesse machucado também. Se eu ver aquela desgraçada na minha frente de novo…

Ela não teve a chance de terminar de falar e a porta se abriu novamente, era Isabella.

–Tudo certo por aqui?

–Sim, obrigada. – Respondi torcendo para que ela não falasse mais nada e deu certo, ela acenou com a cabeça e saiu.

–Vá para sua cela, eu peço pra alguém te deixar algo pra limpar a ferida e colocar um curativo. – Savoia tinha se afastado e sua expressão havia mudado novamente, seu semblante estava fechado e ela parecia ter voltado ao normal, uma pedra. – Pare de se meter em problemas.

Depois disso, ela fez um sinal para que eu fosse na frente e ficou ali até eu sair. Percebi que não iria me acompanhar, então fui para minha cela.

Traduções

Che cazzo sta succedendo qui: Que porra está acontecendo aqui?

Cara: querida

A Incógnita Savoia (PRÉVIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora