Oi gente, primeiro queria pedir desculpas porque esqueci de colocar as traduções no capítulo anterior, se alguém não pesquisou e quiser voltar lá, já atualizei.
Então, as coisas vão começar a entrar nos eixos... ou não. Pra quem é novo e está começando a acompanhar agora, espero que estejam gostando. E pra quem já acompanha, obrigada por estarem lendo e me dando feedbacks.
No dia seguinte, eu tinha decidido o que faria. Se eu não fizesse nada, Savoia não falaria nada e sairia da missão sem nenhuma informação. Ela tinha me confiado seu nome, o que dava a entender que ela sabia de alguma coisa e queria que eu confiasse o suficiente para confirmar ou não suas suspeitas.
Meu objetivo era conseguir algo independente da forma e era isso que eu faria, me arriscaria, sem saber das consequências, mas minha melhor chance era arriscar. Por um momento senti que podia confiar em Savoia, senti que ao revelar seu nome, ela estava revelando algo muito difícil e assim como ela era desconhecida pra mim, eu era pra ela.
Enquanto fazia meu trabalho na lavanderia, percebi que estava acontecendo uma movimentação entre as mulheres e Eva, a líder delas, parecia furiosa.
Será que tinha sido culpa de Eva o ataque de ontem? Ou Muralha? Eu tinha certeza que Savoia tinha muitas inimigas ali dentro, acho que muitas tinham motivo para organizar um ataque daquele, difícil saber quem foi.
Porém naquele momento eu não sabia que descobriria tão rápido. Savoia entrou na lavanderia, acompanhada de Júlia, e foi direto onde Eva estava. Pela forma como se portava, nem parecia que estava machucada.
Fiquei onde estava, não iria me meter de novo e depois levar a culpa como tinha acontecido.
–Todas vocês, fora daqui. – Savoia falou para as mulheres que estavam próximas à Eva. Nenhuma delas se mexeu e vi Júlia dando um passo à frente, retirando discretamente uma faca do bolso. Era literalmente uma faca de verdade, nada improvisado como se via por ali.
Agora eu tinha entendido para o que Júlia servia, além claro de ser namorada de Savoia. Ela era o braço, que fazia o serviço sujo, por assim dizer.
Eva balançou a cabeça em afirmação e as mulheres saíram. Savoia também retirou uma faca do bolso, se encostou na mesa e começou a brincar com a faca em suas mãos.
–Essas coisinhas machucam. Você já levou uma facada? – Ela perguntou.
–Não. – A mais velha estava calma, com um ar debochado.
–Cuidado pra não esbarrar em uma dessas. A senhora já está numa idade mais avançada, não pode se dar o luxo de perder sangue demais ou ferir algum órgão, não é? – Não era uma pergunta retórica, Savoia aguardou que Eva respondesse.
–Claro.
–Às vezes as pessoas aqui não me levam a sério. – Falou a italiana lançando um olhar para Júlia, que imediatamente se aproximou e colocou a ponta da faca no pescoço de Eva. Os olhos escuros depois se desviaram para mim. – Mas deveriam.
Todas aqui na lavanderia estavam em silêncio e observavam a cena. Ninguém se atreveu a falar alguma coisa ou se meter nisso, nem mesmo as "amigas" de Eva se moveram.
–Não sou idiota, então não brinque comigo. – Savoia disse e se virou, indo em direção à saída. Júlia ficou e demorou uns segundos a mais para soltar Eva, que agora já estava com o olhar sério.
–Desgraçada. – Eva xingou, colocando a mão no pescoço e vendo que escorria um pouco de sangue. – Chame aquela inútil aqui, se ela fez o que eu pedi, porque essa mulher está caminhando por aí como se nada tivesse acontecido?
Então realmente foi ela quem mandou aquele ataque em Savoia ontem. Eu teria apostado em Muralha, mas talvez ela respeitasse e tivesse medo o suficiente para não fazer nada diretamente.
Saí dali e fui atrás de Savoia, era melhor falar com ela logo, meu tempo estava pouco demais e eu não queria ficar muito mais tempo no meio da confusão que é esse lugar.
Imaginei que ela fosse estar em sua cela, mas encontrei-a sentada nas mesas perto das celas na Ala A. Estava junto com Júlia e mais uma outra mulher que eu não sabia quem era. Me aproximei e parei ao lado da mesma, atraindo a atenção de todas.
–Perdeu alguma coisa? – Foi Júlia quem falou.
–Preciso falar com você. – Me dirigi à Savoia.
–Estamos ocupadas, não está vendo? – Júlia novamente.
–Vem comigo. – Savoia falou se levantando. – Converso com vocês depois.
Fomos em direção à uma das guardas que estava ali vigiando os corredores. Savoia falou algo baixo em seu ouvido e a mulher assentiu, permitindo que entrássemos em uma porta que estava atrás dela.
–Fique à vontade, cara. – A sala tinha uma mesa e duas cadeiras, parecia uma sala de reunião ou algo parecido. – Decidiu?
–Sim. Como sabia que foi Eva que mandou te atacar?
–Já te falei isso outras vezes, eu sei de tudo o que acontece aqui dentro. – Respondeu simplesmente. – Não estou brincando.
–E como está a ferida?
–Bem. Até parece que você tem conhecimentos sobre primeiros socorros, ficou ótimo. – Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios e reparei que nunca a tinha visto dar um sorriso de verdade.
Eu admiti pra mim mesma que estava nervosa. Não sabia direito o que falar e eu também admitia pra mim mesma que Savoia me intimidava bastante com seu olhar e postura sérias.
–Você sabe de alguma coisa? – Perguntei.
A mulher à minha frente arqueou as sobrancelhas.
–É assim que você começa? Vamos, Diana... não vou te fazer mal. – Até então meu nome nunca tinha saído de sua boca e só me deixou mais nervosa, mas eu não sabia o motivo.
–Difícil acreditar quando você me traz pra uma sala com uma guarda do lado de fora vigiando para que ninguém entre.
–Quero que tenhamos privacidade, apenas. – Ela respondeu.
–Eu quis dizer que você sabe quem eu sou, não sabe?
Mais um sorriso surgiu em seus lábios.
–Claro, eu sempre sei de tudo o que acontece aqui dentro, detetive.
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A Incógnita Savoia (PRÉVIA)
RomanceDiana é detetive e é designada para um trabalho de infiltrada dentro de um presídio, para investigar Savoia, uma criminosa que possui informações extremamente importantes para a polícia. Seu objetivo é fazer o necessário para conseguir esses dados d...