Capítulo Seis

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Oi gente, desculpa a demora pra postar, espero que gostem. O capítulo não ficou tão longo, então quando eu atualizar novamente será uma continuação desse, mas vou avisar.

Enquanto tomava banho, fiquei atenta para que ninguém chegasse próximo demais. Tomei banho o mais rápido possível e saí enrolada na toalha, pra não demorar demais e começarem a me xingar.

Quando sai, percebi que algumas mulheres me olharam e quando perceberam que eu estava olhando de volta, desviaram o olhar e voltaram a fazer o que estavam fazendo antes.

Agradeci mentalmente por nada de ruim ter acontecido e anotei pra nunca mais aceitar um trabalho assim de novo.

Depois de vestir minha roupa, saí do banheiro em direção a minha cela.

–Que surpresa boa. – Escutei uma voz falando e revirei os olhos.

–Muralha, posso te ajudar em alguma coisa? – Perguntei tentando parecer amigável, o que provavelmente não funcionou.

–Com certeza. – A brutamonte se aproximou e me mantive no mesmo lugar, mesmo meu cérebro mandando eu dar um passo para trás. – Sabe, eu tenho poder pra te mudar pra minha cela, fiquei sabendo que te mudaram. E olha, lá tem chuveiro, muito melhor que a cela que você tá.

–Não tem necessidade, mas agradeço a oferta.

Ela se aproximou mais um pouco, agora falou mais baixo.

–Aquela italiana desgraçada pode ter feito o que ela quis antes, mas não perdi o interesse. Seria mais fácil se você quisesse também. – Seu hálito não estava dos mais agradáveis e virei um pouco o rosto.

Ok, esse era mais um momento que eu podia decidir dar o fora dessa missão e sumir desse presídio e nunca mais ter que pensar nisso. Walter me garantiu várias vezes que assim que eu quisesse desistir, ele me apoiaria e daria outro jeito de conseguir o que queríamos.

Novamente optei por não enfrentar, por ficar quieta e parecer assustada ou idiota o bastante para não chamar a atenção. E outra, eu posso ter treinamento, mas uma mulher desse tamanho, eu não sairia tão impune.

Oh mio dio che donna insopportabile. – Mais uma vez ela apareceu, como se estivesse ali pra me salvar.

Muralha se virou, mas não se afastou e eu aproveitei pra dar um passo pra trás.

–Você já teve sua vez, agora é a minha. E acho que a princesa aqui concorda.

Permaneci em silêncio, não ia me meter de jeito nenhum na discussão das duas. Savoia não me olhava, mas senti que estava com raiva pelo modo como encarava Muralha, seus olhos pareciam querer pegar fogo.

–Não sei, acho que gostei e quero repetir. – Savoia disse.

–Você já tem sua namoradinha, ela não vai achar ruim? Se é que ela não te largou já.

Essa era nova pra mim. Savoia tinha uma namorada dentro da prisão? Porque eu não tinha visto isso nos arquivos ou quando estava vendo as pessoas próximas a ela? Fiquei intrigada, mas permaneci em silêncio porque sabia que era o melhor que eu podia fazer nessa situação. O corredor em que estávamos não passava ninguém, tinha basicamente só nós três aqui.

–Não acho que meu relacionamento seja da sua conta e muito menos o que eu quero. – Nesse momento o olhar dela recaiu sobre mim por um momento e voltou a encarar Muralha. – Eu brinco um pouco e depois penso se te deixo brincar também.

Notei quando as mãos de Muralha se fecharam, um ato de quem está nervoso ou com raiva e eu apostava nas duas coisas.

–Quando eu pegar ela sozinha sem você aparecer pra intrometer, ela vai fazer o que eu bem quiser e quanto mais demorar, com mais vontade vou ficar e aproveitar do momento. – Ela falou e saiu pisando duro.

Savoia permaneceu no mesmo lugar e me olhou, seus olhos negros me encaravam e não, ela não estava feliz.

–Quantas vezes vou precisar te salvar? Da próxima não estarei por perto, então tente não ficar andando tão sozinha. – Quando ela falou, não parecia estar com tanta raiva quanto aparentava.

–Quem me mudou de cela e fez eu ficar sem a única companhia que eu tinha conseguido foi você. – Respondi e vi um indício de sorriso surgir em seus lábios, que sumiu rápido demais.

–Eu vou acompanhar você até sua cela, porque não te salvei agora pra daqui dois minutos você entrar em outra confusão. – Savoia falou e fez uma menção com a mão para que eu fosse na frente.

Olhando de fora capaz que eu parecia tão idiota e eu odiava parecer assim, indefesa, como se precisasse de ajuda. Querendo ou não eu já tinha percebido que Savoia odiava Muralha e podia usar isso a meu favor e eu iria fazer exatamente assim, mesmo parecendo uma idiota. Tentaria não deixar as coisas irem longe demais com Muralha, se fosse necessário eu iria reagir.

Enquanto voltava pra minha cela, Savoia vinha um pouco mais atrás, provavelmente não queria ter que conversar comigo. Quando entramos na área de celas, várias mulheres encararam a situação curiosas. Savoia pelo visto dava o que falar no que quer que fazia e eu não as culpava, no final das contas a criminosa possivelmente mais perigosa desse presídio era intrigante.

Vi o grupo de amigas dela reunidas conversando em uma das várias mesas que tinham aqui na Ala A. Quando passamos perto, vi que Rebeca me olhou meio chocada e Savoia ignorou, fingindo que não estavam ali.

–Savoia! – Uma voz chamou e notei que ela parou pra olhar. Segui de onde tinha vindo a voz e vi que era Júlia, a garota que não havia nem me olhado mais cedo quando Rebeca me apresentou pra todas.

–Já falo com você, Júlia. – A resposta foi seca e os olhos negros se voltaram pra mim. – Tente não me perturbar mais.

–Quem estava me seguindo era você pelo visto. – Respondi e vi seus olhos revirando. – Mas obrigada.

–Vai ficar me devendo uma, cara.

–Sem problemas. – Apontei o queixo para Júlia que na mesa fingia que não estava encarando a gente. – Sua namorada?

A curiosidade em saber a resposta disso era grande demais pra deixar passar e não perguntar.

–Quase isso. – Ela falou e deu as costas pra mim, indo ao encontro de suas amigas.

Observei até ela sentar ao lado de Júlia, que instintivamente a puxou e deu um beijo rápido em sua boca. Depois disso me virei também e fui pra minha cela, estava cansada desse dia, parecia infinito.



Tradução

Oh mio dio che donna insopportabile: Meu deus que mulher insuportável

Cara: querida

A Incógnita Savoia (PRÉVIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora