Capítulo Dezesseis

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Oii gente, espero que gostem do capítulo e vamos de introduzir uma Diana mais firme. Dêem suas opiniões do que acharam.


Aproveitei o tempo que eu tinha e fui até um local menos movimentado e fiz um sinal para a câmera, requisitando que entrassem em contato comigo, como tínhamos combinado. Esperava que fizessem isso o mais rápido possível.

Ainda estava processando as coisas que Savoia havia dito e pedido. Não conseguia entender o motivo dela precisar que eu ficasse aqui por mais tempo, parecia querer me torturar de propósito, apesar de ter dito o contrário.

Ela tinha razão quando disse que eu confiava nela, mas não era exatamente assim. Eu confiava que ela não me faria mal naquele momento e quando estávamos sozinha, mas a longo prazo, não dava pra saber, principalmente por saber que ela tinha algum plano que possivelmente me envolvia.

Aguardei em minha cela. Ainda não tinha certeza do que iria falar, até porque Savoia não tinha me dado absolutamente nada, apenas coisas muito rasas.

Quase duas horas depois, uma guarda apareceu na porta da cela e me chamou, pedindo que a seguisse e depois de alguns corredores, chegamos em uma sala que eu sabia que era do diretor do presídio, porém lá dentro estava Walter, Lívia e um outro policial que eu não sabia o nome. Lívia também era detetive, assim como eu, foi como nos conhecemos.

–Diana, conseguiu alguma coisa? – Walter foi logo falando.

–Você está bem? – Lívia perguntou, se aproximando com preocupação. 

–Estou bem. Preciso falar com você. – Me dirigi ao Walter.

Depois do meu término com Lívia, tínhamos conseguido agir profissionalmente na presença uma da outra, mas eu ainda sentia que ela tentava se aproximar e certa vez pediu para que voltássemos.

–Diga. Nossos superiores estão ficando impacientes sem informações.

–Eu tenho informações… bem… mais ou menos.

–Como assim? – Lívia disse.

Sentei-me em uma das poltronas, estava cansada de toda essa situação, queria que acabasse logo isso e pelo visto não seria assim tão cedo.

–Consegui falar com Savoia e ela já sabia que eu era detetive e estava aqui atrás dela, não disse como, mas ela sabia.

Walter ficou surpreso, assim como Lívia e o outro policial que apenas observava de braços cruzados no canto da sala.

–Como ela já sabia? Impossível!! – Walter aumentou um pouco o tom de voz.

–Essa é a questão. Eu não sei como, ela não quis falar, mas garante que vai colaborar conosco se dermos o que ela quer.

–E o que essa louca quer? – Lívia perguntou.

–Essa também é a questão. – Falei desanimada. – Primeiramente ela quer que eu fique aqui mais alguns dias… e quer ter certeza que pode confiar na polícia.

Eu sabia que provavelmente parecia uma piada falando isso. Era praticamente de nenhuma ajuda para a missão.

–Essa mulher acha que é quem? – Lívia novamente falou.

–Ela não vai dizer nada antes disso.

–E foi só isso? – Walter parecia indignado e ao mesmo tempo furioso.

–Sim, foi só isso.

–Não é possível, isso não vale de nada… não vamos conseguir nada com tão pouco. – Walter andava de um lado para o outro. – E sobre você ficar aqui? Isso é inadmissível.

O que me restava era rir e foi o que fiz. Eles não conheciam a mulher que Savoia era e tão pouco eu, mas eu tinha certeza que só funcionaria se ela quisesse, até porque quem tinha as informações era ela.

Walter e Lívia me olharam sem entender o motivo da risada. Talvez eu estivesse ficando louca, mas o cansaço e a pressão que tudo isso me causava estava me matando.

–Vocês não conhecem ela… se não for feito do jeito dela, não será feito.

–Nós conhecemos. Ela é uma criminosa que fez só Deus sabe o que e está tentando te manipular para que você faça o que ela quer. – Quem tinha decidido trazer Lívia?

–Passe a mensagem pra nossos superiores e vamos ver o que vai dar, ok? – Falei e me levantei. – Enquanto isso eu continuo aqui e vejo se consigo mais alguma coisa.

Eu estava cansada e começava a ficar sem paciência. Se eles queriam que eu fizesse o que fosse necessário para tirar informações dela, deveriam aceitar os termos.

–Diana, você não precisa voltar lá… já sabemos o que ela quer, não tem necessidade de ficar. – Lívia disse e encarei Walter, que parecia estar pensando no que fazer.

Depois de alguns minutos em total silêncio na sala, Walter falou:

–Você fica enquanto eu vejo o que é pra ser feito.

–Mas Walter… – Minha ex namorada começou.

–Sem mas, vamos resolver isso logo pra voltarmos o mais rápido possível com uma resposta.

Dito isso, eles foram embora e eu fiquei ali dentro mais alguns minutos, precisava respirar um pouco.

Minha cabeça doía, não sei se pela falta de um sono decente, ou se pelo estresse, ou pelo cansaço, era coisas demais.

Depois que saí dali, fui caminhando novamente para minha cela, queria ficar sozinha, se é que era possível.

–Com pressa, princesa?

A última coisa que eu precisava era Muralha enchendo o meu saco. Resolvi ignorar e continuei caminhando, isso não a impediu de vir atrás, como se fosse um bicho atrás de sua presa.

Já na Ala A, próxima á minha cela, Muralha resolveu me interceptar, segurando meu braço.

–Vai com calma.

–Não estou de bom humor hoje. – Falei tentando manter a postura.

–Vamos conversar num local mais privado. – A brutamonte fez menção de me puxar e segurei sua mão, retirando-a do meu braço. Quando ela se virou pra mim novamente, estava surpresa com minha atitude e levantou a mão novamente, mas não dei chance para que continuasse e acertei um soco em sua bochecha. No mesmo momento ela deu alguns passos para trás, atordoada pelo gesto. – Você vai pagar por isso.

Não, eu não iria pagar por isso. Muralha saiu dali e percebi que havia um pequeno grupo de mulheres observando, todas chocadas. Uma delas, encostada numa pilastra ao fundo, era Savoia. Seus olhos pretos me encarava com um leve divertimento e um pequeno sorriso pousava em sua boca.

Eu também não estava com paciência para isso agora, apenas me virei e entrei em minha cela, deixando a movimentação e o início de uma fofoca começar.

A Incógnita Savoia (PRÉVIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora