Capítulo Vinte e Cinto

2K 185 11
                                    

Oi gente, desculpa novamente a demora pra lançar capítulo... logo volto ao normal e lanço com mais frequencia, não desistam!!


Passei o dia todo no apartamento, não estava com ânimo para sair e apesar de não parecer, a conversa com Savoia pela manhã havia me deixado cansada, tensa.

Estava deitada no sofá, assistindo um programa qualquer na televisão quando a campainha tocou. Levantei e fui atender. Lívia. Pedi para que ela subisse e alguns segundos depois, ela bateu na porta.

–Oi. – Ela cumprimentou com um sorriso sem graça quando abri e levantou duas sacolas que estavam em sua mão. – Trouxe comida.

–Oi... entra. – Abri passagem para que ela passasse.

–Imaginei que você estivesse sem comer. Quando está estressada, esquece que tem que se alimentar. – Ela colocou as duas sacolas em cima do balcão e voltou pra mim. – Tem problema?

–Claro que não.

Realmente não tinha. Eu gostava de Lívia, sabia que talvez ela ainda nutrisse algum sentimento por mim, mas sabia também que suas intenções eram as melhores e que se preocupava, então não a julgava.

–Trouxe comida mexicana.

–Minha preferida. – Sorri.

–Precisa se alimentar direito, Diana. Não é porque está com muita coisa na cabeça que pode esquecer as necessidades básicas.

–Eu sei, às vezes acabo não me lembrando mesmo... e não precisava ter se dado o trabalho.

–Imagina, sabe que me preocupo com você.

Sorri em agradecimento. Lívia era uma das poucas pessoas que eu tinha na minha vida, além de Walter, eu ainda era muito sozinha. Minha família já não existia mais, os que existiam não eram próximos, então não fazia sentido contar com eles.

Eu até tinha alguns amigos na polícia, mas no final os mais próximos eram Walter e Lívia e por mais que eu e ela já tivéssemos nos relacionado, acredito que a amizade podia continuar sem problemas.

–Bem... obrigada. – Falei e me sentei na banqueta. – Vamos comer então.

Ficamos um pouco em silêncio, barulho dos talheres era o único som no ambiente.

–Como você está? – Lívia acabou perguntando depois de um tempo.

–Bem e você?

–Eu estou bem... mas quero saber como você está com tudo isso acontecendo.

–Ah... eu tenho estado um pouco com os nervos lá em cima, parece muita pressão sobre mim, não estou acostumada com isso.

Lívia me encarou, séria.

–Eu imagino a pressão que está sentindo, as expectativas... e ainda lidando com a CIA? Isso é uma loucura.

–Nem me fale, eles querem resultados rápidos e Savoia parece querer o contrário.

–Essa mulher tem muito poder na mão, Diana, você precisa tomar cuidado. Eu estava conversando com Walter sobre a situação, e a CIA tá dando simplesmente tudo do jeito que ela quer... imagino o quanto seja perigosa.

Ela tinha razão, Savoia estava com poder demais em suas mãos e estava completamente ciente disso. Poderia fazer o que bem entendesse e provavelmente conseguiria sair impune se no final falasse o que eles querem saber.

–Eu sei. Mas tenho a impressão que ela não tá nessa pra me prejudicar. – Falei.

–Pode ser que não, Di... mas pelo modo como vejo, ela tá nessa pra se ajudar e não parece se importar com o que pode causar, pode acabar atingindo você.

–Você tem razão. – Parei de comer, já tinha perdido a fome. – Mas o que quer que eu faça?

–Só o que te falei antes, tome cuidado e não confie nela. – Lívia se levantou depois de acabar de comer também. Recolheu os pratos e levou até a pia. – E não confie na CIA também, tenho certeza que assim como ela pode não se importar, eles também não se importam.

–Só quero fazer o meu trabalho e terminar com isso logo.

Eu estava cansada, isso eu sabia e parecia não querer sair da minha cabeça. Cansada porque não tinha explicações sobre nada, parecia estar andando no escuro e torcendo para encontrar alguma luz, se desse sorte. Savoia precisava me ajudar, me dar um pouco mais de motivação e quem sabe me fazer entender melhor tudo isso. Eu sabia que da CIA eu não conseguiria nada.

–Vim aqui também pra te falar que se precisar de mim ou de Walter, estamos à disposição.

Levantei e fui para a cozinha, ajudá-la na organização.

–Pode deixar que eu arrumo depois. – Falei, pegando as coisas da mão dela e colocando na pia.

–Até parece que eu já não fiz isso várias vezes. – Ela falou e virou pra mim, nos colocando frente a frente. – Sei que o que tivemos já acabou, mas independente de tudo, estarei sempre aqui e quero que confie em mim, ok? Pelo que te conheço, alguma coisa está martelando na sua cabeça e se quiser me contar, pode confiar.

–Eu sei disso, Lívia, e obrigada. – Falei. – Só é muito confuso ter que lidar tão diretamente com Savoia. Ela não parece ser uma pessoa ruim como sua ficha diz, mas é o que você falou, ela tem muito poder, pode estar apenas fazendo um jogo.

–Exatamente. Fique ciente disso e tenha cuidado.

–Obrigada pela comida e pela visita. – Eu disse. Não estava querendo mandar que ela fosse embora, mas agradeci logo antes que deixasse de fazer isso depois.

Depois disso, conversamos mais um pouco e ela se despediu, disse que precisava passar no departamento para resolver algumas coisas.

Sozinha novamente, as dúvidas, as perguntas vieram na minha cabeça. Lívia tinha razão ao dizer que Savoia poderia estar fazendo tudo por si sem medir consequências e que a CIA também não era das mais confiáveis.

Decidi que no dia seguinte confrontaria ela de alguma forma, precisava de um pouco de luz e não era com a polícia ou com a CIA que eu conseguiria. Minha única opção era Savoia. Sua reação também poderia ser uma resposta para as perguntas que eu me fazia sobre ela.

A Incógnita Savoia (PRÉVIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora