Capítulo Quinze

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Oi gente, vim com o capítulo quinze, espero que gostem e tenham paciência que Savoia é assim misteriosa mesmo.


É óbvio que ela sabia, eu não sei porque eu tinha dúvidas disso. Talvez eu não tenha reparado e ela tivesse me dado vários sinais de que sabia.

–Por que não me disse nada?

–Porque eu não podia. Eu te disse que quem tem mais a perder sou eu e não você.

Savoia pegou uma cadeira e apontou para que eu sentasse, em seguida puxou outra cadeira pra ela e sentou na minha frente. Por um segundo me distraí e reparei o quanto ela poderia se passar por uma pessoa boa, uma pessoa que não tivesse cometido crimes nenhum. Alguns momentos ela ficava com um ar mais leve, não parecia carregar o peso de ser uma das criminosas mais perigosas desse lugar.

–Então você sabe que eu vim aqui atrás de você. – Falei.

–Tinha quase cem por cento de certeza que sim. Vocês da polícia tem essa coisa de gostar de infiltrar as pessoas em lugares… nesse caso, é bem idiota e perigoso.

–Como soube quem eu sou?

–Não posso te dar tudo de bandeja, não é? – Ela falou. – Precisamos conversar como isso vai funcionar antes.

–Como?

–Veja bem, mia cara, eu adoraria te falar tudo que você precisa, porque no fim das contas você me chamou mais atenção do que eu gostaria… Mas eu não posso simplesmente revelar segredos sem nada em troca.

–O que você quer?

–Um passo de cada vez. Primeiro precisarei saber se posso confiar em você. – Ela parou, pensou uns segundos e voltou a falar. – Em você não, na sua equipe e nos seus superiores.

Esse era o problema então. Ela era capaz de confiar em mim, mas não dava pra saber se o resto da polícia estaria de acordo com o que ela quisesse e se iriam cumprir.

–E como podemos confiar em você? – Questionei.

–Eu tenho a impressão de que a sua confiança eu já consegui, pelo menos o suficiente. – Savoia falou com um sorriso em seus lábios simétricos. – E isso já basta para que você fale por mim.

–Como tem tanta certeza?

–Você está aqui dentro dessa sala comigo, não está? Está ficando desleixada, não percebeu que aqui não tem câmeras? Mais um sinal que se estivesse com medo de mim, teria verificado isso antes. – Respondeu e se aproximou um pouquinho. – A forma como você me olha também diz bastante.

Preferi não perguntar o que ela queria dizer com isso. A verdade é que ela tinha razão no que dizia, eu confiava nela, mas precisava de alguma coisa para poder apresentar à minha equipe para que eles dessem a moral necessária.

–Como quer fazer então?

–Você vai conversar com eles, dizer que vou colaborar, mas vou precisar que você fique aqui dentro mais uns dias.

–Não, isso não.

–Não posso abrir mão disso. Não serão muitos dias… e te garanto que não vai te acontecer nada de ruim porque ficarei de olho. – Savoia colocou sua mão direita em minha perna e reparei na pequena tatuagem que tinha ali, era algo escrito em italiano, mas não consegui identificar. – Não te salvei várias vezes já?

–Sim, mas qual a necessidade disso?

–Você vai precisar confiar em mim, cara.

–Você sabe o quanto isso é difícil né? Você não leu sua ficha, mas você é acusada de tantos crimes diferentes que eu nem sei nomear todos. – Falei, e era verdade.

–Quando conseguirmos chegar num acordo, eu vou te explicar cada um deles. – Ela se aproximou mais um pouco, a mão ainda permanecia na minha perna. – Cá entre nós, você acha que eu tenho cara de assassina?

Não, eu não achava. 

–Não sei. – Respondi sem muita convicção.

–Você não acha. – Savoia sorriu e se afastou. – Eu sabia que podia gostar de você, Diana.

E o meu medo era gostar dela também. Me aproximar de uma pessoa que só Deus sabe quem é. Arriscado. Perigoso.

–Eu preciso de algo pra passar pra minha equipe. – Falei por fim.

–Diga a eles que eu tenho todas as informações que precisam. Terão que arriscar pra confirmar.

–Ok então. – Não tinha muito mais o que eu falar.

–Mais alguma coisa?

–Não que você tenha me dito algo muito útil, mas vou conversar com meu chefe e ver o que vamos fazer.

Savoia se levantou e fiz o mesmo. Ela fez um sinal com a mão para que eu fosse na frente, mas segurou meu braço antes que eu fosse.

–Quero muito te ajudar, mia cara… não estou te pedindo pra ficar aqui mais um pouco por mal. – Sua mão subiu até uma mecha do meu cabelo e repousou ali por um brevíssimo instante. – Confie em mim.

Dito isso, a mão que segurava meu braço me soltou e me virei para sair.


Traduções (acho que vocês já sabem, mas por via das dúvidas):

Mia cara: minha querida



A Incógnita Savoia (PRÉVIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora