Mira é uma feiticeira das estrelas presa à um casamento arranjado, por razões políticas, e parece já ter aceitado seu destino, mas tudo pode mudar quando finalmente conhece a família de seu noivo, e também o infame deus da mentira, Loki.
Seria a fei...
Cá estou novamente, com mais um capítulo. Aqui vocês vão conhecer uma outra personagem, a Estela, irmã da Mira, e principalmente por isso eu escolhi a música Older, da Sasha Alex Sloan. O refrão fala sobre alguém que cresceu e percebeu que o mundo não é perfeito, e a Mira se sente muito assim em relação às raizes dela.
Enfim, boa leitura.
Eu jurei que nunca seria como eles
Mas eu era apenas uma criança naquela época
Quanto mais velha fico, mais vejo
Que meus pais não são heróis, eles são como eu
E amar é difícil, nem sempre funciona
Você apenas tenta o seu melhor para não se machucar
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Entrou no quarto e jogou o colar sobre a penteadeira antes de se jogar na cama, tirou os brincos e colocou sobre o móvel de cabeceira, agora descansando a cabeça sobre o travesseiro. Tinha acabado de voltar do café da manhã e estava evitando os sogros, que pareciam insistir para que ela participasse mais da organização do casamento.
Mira ergueu a mão, apontando-a para nenhum ponto em especifico no teto, girou o dedo indicador e o do meio justos em sentido anti-horário, e logo algumas linhas de luz dourada se formaram, desenhando um círculo no ar, abrindo um pequeno portal, não grande o suficiente para atravessar, mas eficiente para ver o outro lado.
Do lado de lá uma linda mulher sorria para Mira. Era lindíssima, tinha a pele escura, cor de chocolate, sobrancelhas marcantes e lábios fartos, além de olhos enigmáticos, claros, quase cinzas. Estela Sirius. Também era uma Star Warlock, a mais poderosa delas.
O povo das estrelas, como era chamado, era formado por mulheres, feiticeiras, ligadas às estrelas. Toda vez que uma estrela nasce, nasce uma Star Warlock, toda vez que uma estrela morre, morre uma Star Warlock. Não eram um povo de guerreiras, eram guiadas pela mais brilhante, a mais sábia, no caso, Estela.
—Olá, Mira — a negra cumprimentou.
A morena sorriu em retorno. Mira nunca teve boas relações com as outras de seu povo, não se encaixava no modelo de sábia feiticeira que sua espécie buscava, era mais como um diamante bruto, não lapidado. Mas sempre se deu bem com Estela, a negra era sua melhor amiga, a amava como uma irmã, o que de certa forma era um tanto irônico, já que Estela era a mais sábia, sendo assim a mais respeitada diante do povo.
—Oi, Estela — a morena respondeu — estou com saudades.
Piscou algumas vezes tentando não chorar. Mira nunca teve um lugar que considerava sua casa, e, como eram um povo só de mulheres, não tinham família nem filhos, ou seja, a morena não tinha mãe. Quem a criou foi Estela, mais velha por alguns milhões de anos, por isso mesmo sempre a considerou uma irmã mais velha, era a coisa mais próxima que tinha de família.