Ventuno

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- Odeio esse silêncio - Gerson diz olhando pela janela

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- Odeio esse silêncio - Gerson diz olhando pela janela.

- Achei que gostasse de tranquilidade e silêncio - falo batendo os dedos na mesa.

- Me refiro ao fato do conselho não ter feito nada sobre suas acusações e ameaças veladas - diz virando para mim - Eles não iriam aceitar aquilo como um elogio.

- Não foi um - falo e ele suspira, sorrio de lado e me recosto na cadeira - Gerson tudo que quero é tirar todos aqueles homens do poder, eles acham que porquê vieram antes de mim tem algum poder, mas estão enganados se acham que vão conseguir me tirar daqui, só saio se for morta.

- Eles morrem antes - diz se sentando a minha frente.

- Eu sei, confiaria em você de olhos fechados - falo - Aliás, falando em olhos eu percebi seu olhar para um certo alguém.

- De quem está falando? - questiona.

- Amélie - vejo ele bufar e apertar as mãos.

- Sua sobrinha parece um diabo zoando em meu ouvido - diz e dou risada - Eu quero distância.

- Ela só puxou a loucura da mãe - falo - Mas porque não aceita a proposta?

- Tudo que não quero é alguém atrás de mim e me enchendo de problemas Violett, ainda mais alguém que é sua sobrinha - fala.

- Eu super apoiava, Amélie precisa conhecer novas experiências - digo dando de ombros - E tenho certeza que ela não vai te causar problemas, não do tipo que está imaginando.

- Eu dispenso obrigado - diz e dou de ombros me recostando na cadeira.

Ouvimos uma batida na porta e deixo que entre, vejo Davinia aparecer, ela é uma das assistentes de programações.

- Senhora trouxe o que pediu - diz e peço para que ela entre na sala.

༒︎

Verifico se minha arma está carregada e coloco ela atrás das costas, pego meu celular e coloco no bolso vendo Gerson conferindo o mesmo que eu.

- Vamos, ainda preciso pegar Nicholas e Naila na casa dos pais dela - falo.

Ele caminha ao meu lado pelo corredor para fora da sede, entramos no carro e ele dirige.

- Assim que tivermos provas o suficiente vamos derrubar todo o conselho, a parte podre pelo menos o que é cerca de nada venta por cento - falo.

- Até isso acontecer a nossa atenção tem que ser redobrada Violett, não podemos ficar descansados esperando eles fazerem algo - diz.

- Eles não vão fazer nada para nos machucar fisicamente, conheço eles e sei que vão tentar de tudo para me tirar do poder, mas sem tocar um dedo em mim, caso não dê certo eles vão ter outro pensamento - digo - O que eu preciso nesse momento é não descansar em proteger Naila e Nicholas, eles dois caíram assim nesse meio e se algo acontecer a eles por minha culpa não me perdoarei.

- Não vai acontecer, quem eu escolhi para proteger eles dois é de extrema confiança - fala e assinto.

Desde os meus dez anos que conheço Gerson, quando comecei meu treinamento meu pai perguntou se eu queria alguém da minha idade ou mais velho para ser meu braço direito.

Eu disse que queria alguém da minha idade pois homens velhos poderiam morrer mais fácil, meu pai rio e disse que eu poderia escolher um garoto para treinar comigo.

Confesso que não tinha me agradado de nenhum garoto e achava eles estranhos, sempre tinha um defeito que implicaria na minha liderança.

Quando vi Gerson soube que ele seria o ideal, apesar de não ter piedade alguma com quem o faz mal, ele é justo quando precisa, ali eu soube que caso um dia viesse a acontecer algo ele seria o ideal para me substituir.

Diferente do que pensam, da sim para você ser alguém sem escrúpulos para punir pessoas ruins, e ainda assim ser justo quando necessário.

Eu confio em Gerson de olhos fechados pelos tantos anos que ele serviu ao meu lado, por todos os treinamentos que passamos, por cada surra que levamos e demos também.

Se um dia por acaso isso se provar errado, sei que ele foi um bom ator e me enganou direitinho.

- Chegamos - diz parando de frente ao portão da casa dos pais de Naila.

- Eu vou com eles no carro, você pode ir para casa - falo e ele me olha - Tudo bem, fique aí então.

- Estávamos falando minutos atrás que a segurança tem que ser redobrada e você quer que eu a deixe só? - questiona.

- Valeu por duvidar da minha capacidade - brinco piscando para ele.

- Violett você protege os outros muito bem, mas não pensa na sua proteção, falo sério quando tem que ter cuidado - diz sério.

- Gerson - toco o ombro dele o fazendo me olhar - Nós tivemos o mesmo treinamento, embora eu leve muitas coisas na brincadeira você sabe que eu não sou relapsa quanto a isso.

- Sei que não, mas esse lance com o conselho é de se ficar alerta, eles estão silenciosos demais e não temos idéia do que está acontecendo - falo.

- Vou resolver isso, com dinheiro e uma conversinha - falo e encerramos o assunto, me despeço dele o mandando embora e após relutar ele decidi ir, saio do carro e caminho até a porta da casa dos pais de Naila, bato na porta que logo é aberta pela mãe dela.

- Olá querida - diz simpática dando um beijo em meu rosto - Entre, Naila e Nicholas estão na sala de jogos, o Nicholas queria jogar e ela está ensinando ele.

Ela segura minha mão e me puxa até a sala de jogos, assim que passo pela pronta vejo Nich rindo enquanto tem um controle na mão.

- Vio, eu tô jogando! - diz rindo assim que me vê, paro ao lado de Naila e beijo seus lábios em um selinho rápido - O Nich também quer beijinho.

- Dou quantos você quiser neném - paro na frente dele e dou um selinho, ele segura meu rosto e da outro me fazendo rir - Vamos? Vim buscar vocês.

- Acabou de chegar, fica mais um pouco - minha sogra diz.

- Estou cansada do dia, preciso dormir um pouco, outra hora venho com os dois - falo.

- Está certo, marcarei um jantar para nós - diz.

Nos despedimos dela e seguimos para o carro que Naila veio, entro no banco de motorista e ela vai atrás com Nicholas.

- Sua mãe nos ligou hoje dizendo que fosse mas para lá amanhã - Naila diz - E como viemos esses dias para a casa dos meus pais decidimos que vamos lá, ela disse que vai estar em casa todo o dia.

- O Nich gosta dela, é legal - diz e suspira triste - Queria que minha mamãe fosse legal com vocês.

- Mas ela era legal para você né? Isso que importa - Naila fala abraçando ele de lado - Talvez possa ligar e falar com ela, já que a mesma não fez nada com você.

Desvio o olhar e suspiro, ela tão doce e pura, assim como Nicholas, e eu aqui com o plano de matar os pais dele pelo fato de serem racistas idiotas de merda.

- Mas o Nich fica tiste por ela ter falado aquilo da Nai, não gosti - diz com um biquinho.

- Mas se quiser falar com ela eu vou entender, é sua mãe neném - fala e ele assente beijando o rosto dela.

Continuo guiando para casa e não me intrometi hora alguma na conversa deles sobre esse assunto, afinal eu já tenho tudo decidido.

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Violett - Entre Amor e Honra - Série Santinni's Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora