SEM VOLTA ATRÁS

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Fernanda Sanchez 


Estava atenta a cada palavra que saía da sua boca. Conforme os detalhes se desenrolavam, a imagem da dor que ele sentia por ter que pedir perdão, por algo que claramente  não conseguia controlar, inundava minha mente. Não deveria ter sido fácil estar na presença da mulher que amava e escutar dela, que desejava que fosse feliz com outra, isso, logo após de sentir-se humilhado por ter que se desculpar por seus sentimentos.

Quando minha mãe terminou de relatar o que tinha acontecido com Matheus Molina no escritório, fiquei pensativa. 

- Você nunca chegou a sentir nada por ele? - perguntei de supetão. 
Inclinando um pouco a cabeça para o lado, sorriu.
- Claro que sim, cheguei a cogitar tentar uma relação. - confessou área - O Matheus sempre foi alguém alto astral, divertido, e comigo em especial, muito cuidadoso. Mas, nunca cheguei a amá-lo de fato. 
-  Então você deu esperanças. - concluí pesarosa. 
Ela me olhou com carinho, fazendo nossa enorme sala de estar parecer pequena com tanto amor refletido. 
- Talvez sim. - suspirou - Ou talvez não. 
Pulei do meu sofá para o dela, sentando-me do seu lado .
- Como assim? 
- Nunca lhe prometi nada. Nos beijamos? sim, passávamos tempo juntos? também. Só que nunca falei de amor ou paixão. Jamais deixei que algo á mais acontecesse. 
Encostei a cabeça em seu ombro.
- O problema é que cada um vive, aquilo que acredita. Para ele, diferente do que foi para você, essas coisas poderiam ter outro significado. 
Sua mão acariciou meu braço.
- Exatamente. Por isso, espero que ele encontre alguém, que o faça viver ama história de amor real, não de algo inventado por apenas um dos lados. Matheus Molina foi quebrado de muitas maneiras diferentes, e merece ser feliz. 

Sua afirmação me fez sobressaltar. 

- Como assim, quebrado de muitas maneiras? 
Seus olhos encontraram os meus. 
- Filha, muitas coisas aconteceram envolvendo a família Molina, assim como com a nossa. 
- Tipo?
- José Alfredo Molina era tão ruim, quanto sua vó Suzana. 

Do que ela estava falando ? 

Eu precisa saber mais. Entretanto, seu celular tocou encerrando nossa conversa. 

Meditei muito em tudo que ouvi, e seguindo as instruções do meu coração resolvi fazer algo. 
Primeiramente fui até meu quarto, tomei um banho, e escolhi um vestido da cor dos meus olhos para vestir. Depois, fui até a adega do meu pai, e peguei um dos melhores vinhos que tinha ali. 
Entrei no meu porsche preto, e fui até um restaurante italiano encomendar uma comida deliciosa. Em seguida fui para o apartamento do Matheus. 

No começo, ele tentou resistir a minha visita.
Mas, com persistência, e muita cara de pau, consegui me infiltrar. 

Nos sentamos no sofá da sala, e entre bebidas, comidas, risadas e conversas, fomos criando um momento agradável.

Ele me contou como a faculdade foi difícil, mas divertida. Ficou surpreso quando contei que optei cursar pedagogia em vez de direito.

- Uma Sanchez, que não será advogada ? - indagou surpreso. - Realmente, você é bem atrevida.

Ri com sua acusação.  Mas, não poderia culpá-lo, todos pensavam o mesmo, afinal. 

- Toda família tem uma pedra no caminha. A da minha sou eu. - O encarei divertida. 

Todavia, logo a diversão se transformou em tensão. 
Quando nossos olhares se fundiram, uma conexão monstruosa se formou entre nós. 
O desejo que ambos sentíamos, era  quase palpável.

Não demorou muito e o inevitável aconteceu: transamos. 
Começou com toques e beijos ali mesmo na sala, e terminou com sexo e orgasmos selvagens no quarto. 

A primeira vez, foi ele que instigou. Já no ápice do desejo tomou a iniciativa. Contudo, após adormecermos e acordamos, fui eu que o convenci, com apalpadas e carícias a repetir o ato. 

Agora, sentada, completamente nua ao seu lado, já estava lidando com as consequências. 

- Não e não. - exclamava - Não deveríamos ter feito isso Fernanda.
- Não me culpe grandão, foi você que começou.
Ele me encarou, sério e eu, sorri dando de ombros.
- Como foi que você disse mesmo - fingir pensar - Há sim, " Acho que sua visita, foi uma excelente ideia" - repeti, tentando imitar sua voz. 
- Garota atrevida! - disparou, com um sorriso - Bem que disse que usaria isso contra mim. - tirou o lençol de cima do corpo desnudo, e se levantou. - Cadê o seu  juízo?
Olhei descaradamente seu membro, e depois desviei o olhar para seus olhos.
- Deve estar no mesmo lugar que o seu.  - brinquei. 
 -  Isso não acontecerá de novo. - disse mais pra si mesmo do que para mim. 
- Já ouvi algo parecido antes. - Ironizei, fazendo biquinho.
Matheus arqueou a sobrancelha.
- Inacreditável. 
- Realmente, discutir pelados no meio do quarto é INACREDITÁVEL. 
Dessa vez, ambos rimos. Mas, durou pouco.
Ele parou, colocou as mão na cintura e ficou sério.
Ele abriu e fechou a boca, querendo dizer algo, mas não conseguia, então eu mesma tomei á frente.
- Pra quem diz que eu sou criança, você é que esta sendo infantil. 
O que disse, chamou sua atenção
- Como é?
- A gente transou, ok! Nós dois queríamos e fizemos, fim. Não precisa ser dramático.
Chocado com minhas palavras, sorriu nervoso.
- Eu não estou sendo dramático e sim .... - parou sem saber o que dizer.
Ri abertamente.
- Que seja! Vou tomar um banho e ir embora, já são 6 da manhã, tenho que ir pra faculdade.
- Espera! Eu vou primeiro - disse, meio perdido - Tenho que entrar no trabalho daqui a pouco. 
- Cadê o cavalheirismo Molina? 
- Pareço um cavalheiro pra você Sachez? - perguntou, debochado.
Finjo pensar a respeito.
- Sim, bem mais do que tenta não demonstrar.
Ele estreitou os olhos.
- Fiz você gozar. Duas vezes. Não pode ter dois orgasmos e ser a primeira a tomar banho.
Consigo dar alguns passos até a porta do banheiro.
- É por causa dos orgasmos que preciso de um banho. Estou toda... grudenta. 
Ele ergue a sobrancelha, depois sem vergonha nenhuma vem em minha direção.
- Ah, você quer entrar na parte logística da coisa. Vou mostrar pra você o que a gente tem que limpar primeiro.
Ele aponta para o lixo, e eu olho para as camisinhas usadas. ECA!
- Tô fora - dizemos ao mesmo tempo. 
Saio correndo para o banheiro e dou um grito quando ouço seu " nem fodendo", atrás de mim.
Como estava mais perto da porta, chego primeiro. 
Estou quase fechando a porta quando ele a segura com a mão espalmada e entra comigo.
- Estamos é perdendo tempo Molina. - digo de uma vez - Porque não tomamos banho juntos?
- Nem pensar. Cai for,  e espera sua vez lá fora.
- A gente transou, e ficou  discutindo pelados um na frente do outro, mas tomar banhos juntos é um ultraje ?
Matheus revirou os olhos, e me encarou.
- Que seja então.
Sorrio feito boba e entro no box primeiro.  Ele vem em seguida. 

Deixo a água cair sobre nós e logo começo a lavar os cabelos. 

- Vê se não gasta TODO MEU Shampoo! 
Só de pirraça, jogo um monte na mão. 
Do outro lado, Matheus murmura palavrões em voz baixa. 

Em determinado momento, ele vira de costas pra mim, e não resisto.
Vou até onde esta, me ergo nas pontas dos pés, e mordo de leve sua orelha.
Seus olhos me encaram por cima do ombro.
O garro pela cintura e beijo seu pescoço. 

- Não começa Sanchez, pelo amor de Deus. Não vai rolar.
Chego mais perto, ele tenta me deter, tarde demais.
Sorrio
- Acho que você já está pronto de novo. 
Seu corpo se vira para mim.
- Você é realmente MUITO, MUITO, MUITO atrevida, e vai me enlouquecer. 

Minhas mãos passeiam por seu tronco perfeito, e as pontas dos meus dedos demonstram um interesse especial pelas linhas de seu abdome. Empurro Matheus pelos ombros até a parede.
Com a água caindo entre nós,  encosto meus lábios de leve no seu queixo.
Ele solta um sibilo, e sorrio enquanto minha boca encontra a dele, em um beijo torrencial. 

Me afasto o suficiente para vê-lo. 
Seus olhos estão fechados. Aproveito e deixo minha língua encontrar o caminho da sua superfície rígida e musculosa. Seus dedos agarram meus cabelos molhados.
Meus lábios descem um pouco mais , e escuto sua respiração acelerar.
Pensamentos pervertidos passam pela minha mente.
Me ajoelho.
Olho para cima, e ele solta um grunhido. 
Pego seu membro com a boca, e ele solta um palavrão dos grandes. 
Faço movimentos ousados, deixando Matheus ofegante. 
Não demora muito, e logo chega ao clímax. 

Agora já era.
Sem volta atrás. 






O irmão do meu tioOnde histórias criam vida. Descubra agora