Capítulo 35

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||Maitê Mendonça Albuquerque||

Chegamos na casa da minha avó, o Enzo está estacionando o carro para podermos ir pra dentro da casa.

O caminho foi todo em silêncio, quase não falamos nenhuma palavra, estava tentando não ficar nervosa, mas não tá adiantando, a cada minuto que se passa o nervosismo aumenta.

- Meu bem, não precisa ficar nervosa, vai dá tudo certo!- o Enzo colocou a mão na minha perna tentando passar confiança

- Eu não tenho tanta certeza assim- dou uma pausa e olho pra ele- minha família é complicada de se lidar e se eles não te aceitarem, não sei oque vou fazer.

- Meu amor, eles vão me aceitar, ok?!- colocou as mãos sobre meu rosto- Eu vou fazer de tudo pra que a gente possa ficar juntos e por favor, não fique nervosa.

- Você tem razão- suspirei- tá na hora de enfrentarmos as feras.

- Isso ae- deposita um beijo na minha mão, descemos do carro e fui pegar as minhas coisas no banco de trás.

- Chegamos, o carro deu o pelelê no caminho e vocês nem perceberam- a Eliza falou saindo do carro do meu irmão

- Eu pensei que vocês já tavam lá dentro da casa- digo e a minha prima balança a cabeça negando

- Vamos parar de conversar merda e entra logo- meu irmão nos apressa- tô morrendo de fome, namoral.

- Vambora- a Amanda fala carregando as mochilas

- Ajuda a menina, mói de cão- reclamei caminhando até a porta de entrada, o pessoal ajudaram a Amanda, coitada de carregar tudo aquilo sozinha

- Chegamos família linda- falei colocando as mochilas no chão- sentiram saudades da linda aqui?

- Oi amor da mãe- minha mãe diz me abraçando e depois beliscando as minhas bochechas- como você cresceu filha, tá cada dia mais linda

- Oi mãe, eu não cresci nada não criatura- balancei a cabeça- como a senhora tá?

- Tô vivendo né, só tô morrendo de saudades dos meus filhos- lamentou e ri- mas cadê o povo que não entra?

- Eu tô aqui tia Diana- a Eliza chega jogando as tralhas no chão e abraçando minha mãe- tava morrendo de saudades de ti

- Own, que fofo! Mas onde está o papai?- indaguei caçando com o olhar

- Ele tá lá na garagem com seu vô- mamãe falou, concordei- mas cadê seu namorado hein?

- Dona Diana para de ser curiosa- repreendo ela- vou chamar ele

- Tá bom, enquanto isso vou falar com seu irmão e chamar seu pai e seus avós- falou saindo, concordei

- Ei- a Eliza segura meu braço- vou falar com meus pais, qualquer coisa me chama

- Tá, vai lá- falo e ela sai em busca dos pais

Não vejo o Enzo dentro de casa, então fui pra fora caçar ele. Vejo o mesmo sentado no banco que tinha na área da casa com a cabeça baixa, caminho até lá.

- Tava te procurando- digo me sentando no banco- por quê não entrou lá pra dentro?

- Queria deixar vocês em família, sem um estranho- falou simples ainda sem olhar pra mim

- Tu não é um estranho, e minha família quer lhe conhecer- levantei a cabeça dele- vamos?

- Vamo lá- se levantamos e caminhamos até a porta, entrelacei a minha mão na dele

Estou sim nervosa, mas quanto antes enfrentarmos melhor e a gente nem tá namorando, não tem pra que ficar com medo.

Abri a porta da sala e todos já estavam nos esperando, respiro fundo e fecho a porta.

- Bom família, quero que vocês conheçam o Enzo- apresento ele a todos e caminho para o sofá onde meus pais estão.

- Bom dia- o Enzo cumprimentou

- Bom dia- responderam

- Então você é o famoso Enzo- minha mãe diz se levantando do sofá- prazer querido, Diana.- estende a mão para comprimenta-lo

- O prazer é todo meu Dona Diana- ele aperta a mão da minha mãe

- Por favor tire esse dona do meio e me chame só de Diana, não sou tão velha assim- minha mãe pediu e todos riram, menos meu pai

Na verdade, meu pai não tinha falado nenhuma palavra até então, o que tá me deixando com frio na barriga.

- Então você é o rapaz que fisgou o coração na minha neta.- minha vó veio em nossa direção- Me chamo Mariana e é um prazer conhecer você, mas já vou logo avisando que se machucar a minha neta, eu te mato!

- Vó!- falo e todos gargalhada

- Pode deixar Dona Mariana, vou cuidar muito bem da sua neta- o Enzo falou me abraçando

Minha mãe e minha vó encheram o Enzo de perguntas, coitado, nem deixaram ele respirar, enquanto o meu pai só ficava em silêncio.

- Já sei que vamos se dar muito bem garoto, quero você na nossa família- minha mãe falou em um tom de brincadeira

- Se depender dele mãe, já é da família, vive grudado na Maitê- O Guilherme falou sentando no balcão

- Tô percebendo- minha mãe falou

- Vocês formam um casal perfeito- minha tia Laura fala

- Concordo com você mãe, e eu sou o cupido desse casal- a Eliza fala sorrindo e dou uma tapa nas costas dela- isso dói desgraça

Demos risadas com a presepada da minha prima, enquanto meu pai ainda estava com o semblante sério, tava tendo quase um treco, enquanto o Enzo estava descansado falando com a minha família e nunca pedia a postura.

- Posso falar contigo, garoto?- meu pai finalmente abriu a boca pra falar

- Sim, senhor!- o Enzo acentiu

- Vamos para o meu escritório- meu pai se levantou e o Enzo fez o mesmo, eles foram para o escritório

- O que será que eles vão falar?- pergunto as meninas que estavam sentadas do meu lado no sofá

- Sei lá- a Eliza falou simples- mas não se preocupe, o máximo que o tio João pode fazer é esfaquear ele.

- Elizabeth, não piora a situação garota- Amanda diz dando um petelepe na cabeça da minha prima

- Isso dói Amanda, or- minha prima mumurra alisando sua cabeça, não me aguento e dou uma gargalhada

- Se alguém tiver morrendo, invés de vocês ajudarem, só vão piorar a situação- falo e elas me olham feio- tô falando sério.

Ficamos conversando por mais um tempo, mas não tirava da cabeça o que meu pai tava falando com o Enzo.

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