Capítulo 113

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|| Maitê Mendonça Albuquerque ||

Senti algo vibrando nos meus pés e abri meus olhos, cocei meu olho esquerdo e bocejei me sentando na cama.

Joguei o lençol pro lado e vi meu celular nos meus pés, peguei ele e desliguei o alarme. Bufei quando vi que ela tava em 20%, devo ter pegado no sono ontem.

Me levantei da cama e peguei meu carregador em cima da bolsa que tinha deixado no chão, caminhei até o criado mudo e coloquei o carregador na entrada do celular. Coloquei ele na tomada e desliguei meu celular, assim carregaria mais rápido.

Voltei minha atenção pra cama e arrumei ela, não é porque eu tô na casa dos outros que vou deixar tudo bagunçado!

Peguei a roupa que tinha separado ontem e entrei no banheiro do quarto. O banheiro era normal quase igual o meu. Como já tinha deixado minha escova ontem aqui, só fiz escovar os dentes e tomei meu banho.

Fiz um rabo de cavalo no meu cabelo que já tá enorme e coloquei o distintivo no meu pescoço, peguei meu batom na minha maleta de maquiagem e passei o mesmo na minha boca.

Ajeitei minha blusa na barriga e peguei minha bolsa, caminhei até o criado mudo e tirei meu celular do carregador, que graças à Deus tá em 100%.

Coloquei meu celular na bolsa e saí do quarto.

Desci as escadas da casa do Enzo e caminhei até a sala de jantar. Me atrapalhei um pouco com o caminho, mas como já tinha vindo aqui outras vezes consegui ir de boa.

- Bom dia Maitê. - o Enzo falou assim que me viu entrando na sala de jantar

- Dia, porque de bom não tem nada. - falei me sentando na cadeira

- Por quê do seu mal humor?- ele perguntou

- Bom, acordei já tendo estresse e nessa gravidez tenho acordado de mal humor todos os dias.- mumurei colocando café no copo- Te desejo sorte pra me aguentar toda manhã.- ele riu fraco, pedi a manteiga ao mesmo

- Mas como cê passou a noite?- ele perguntou me entregando a manteiga- Dormiu bem?

- Senti saudades da minha caminha, óbvio. - falei calma- Mas até que dormi bem, só demorei pra pegar no sono.

Ele concordou voltando a comer em silêncio, peguei mais um pão e passei manteiga nele.

O Enzo que lute pra sustentar o filho dele, esse carinha tem uma fome do caralho.

- Mas vem cá, desde quando cê acorda cedo?- indaguei percebendo que ele tinha acordado antes de mim

- O escritório come muito o meu tempo, então tenho que acordar cedo pra sair cedo. - ele falou e concordei- Mas não pense que eu gosto de acordar cedo, sempre odiei isso, por isso que estudava de tarde.

- Após sinto muito lhe informar, mas você vai ter que acordar várias vezes na noite e de madrugada pelo seu filho. - ele fez cara feia e eu ri- Deus que nos ajude!

- Só de imaginar aquele chorinho fininho e não saber oque fazer pra parar, chega a me dar arrepios.- ele mumurrou

- Acho que quando nosso filho nascer e começar as noites de choro cê vai chorar junto com ele.- falei rindo e ele fez bico

- Não duvido disso, mas vou ler algumas matérias ensinando pais de primeira passagem a como reagir a esses problemas e vou me tornar um craque. - o Enzo falou com tanta convicção que fui obrigada a gargalhar- Ih, tá duvidando da minha capacidade?- ele cruzou os braços

- Lógico que não, longe de mim.- levantei a mão em rendimento- Tô achando bonitinho cê querendo aprender as coisas pra o nosso filho.

- Por ele eu faço esse esforço. - ele falou sorrindo e eu ri- Cê já terminou de comer?

- Já sim, vamo lá?- indaguei e ele concordou

Peguei minha bolsa e saí da sala de jantar junto com o Enzo. Ele pegou a chave do carro e foi pra garagem.

Saí da casa e fiquei esperando ele, o mesmo apareceu na frente da casa com o carro e entrei nele.

Coloquei meu cinto de segurança e o Enzo deu partida pra delegacia.

[...]

- Tenho novidades sobre o Henrique. - o Richard chegou falando na minha mesa

- Pegaram ele?- perguntei um pouco animada

- Não, mas ele apareceu no apartamento que os pais dele e a Catarina estão morando. - ele se sentou e eu suspirei

- Mas não tinha um policial protegendo o apartamento deles?- perguntei me virando pra frente dele

- Tinha, só que ele entrou disfarçado no hotel e apagou o policial sem ele perceber. - passei a mão no rosto- Só quem tava no AP era o pai dele, que no caso eu acabei de descobrir que é o padrasto, o Henrique deu um tiro na barriga do senhor Antunes e fugiu pelo fundo do prédio.

Passei a mão no meu cabelo e bati com a mão na cadeira. Esse filho da puta sempre escapa!

- Como ele tá?- perguntei fitando o chão

- Ele passou por uma cirurgia, mas tá estável. A bala não acertou muito fundo. - o Richard falou e eu concordei- Maitê, não seria melhor pra ti se afastar da delegacia até pergamos ele?...

- Não Richard, eu não vou me afastar da delegacia por causa desse infeliz. - interrompi ele que me olhou em desaprovação- Chard, isso é oque o Henrique quer, ele quer que eu me afaste do meu trabalho e fique morrendo de medo dele, mas eu não vou da esse gostinho pra ele.

- Mas Maitê, pensa no seu filho...- ele mumurrou me olhando

- Não envolva meu filho nisso, eu não vou me afastar e ponto final.- segurei a mão dele- A gente tá bem, não precisa ter essa preocupação toda.- ele concordou

- Preciso te contar uma coisa...- o Richard mumurrou e eu me aproximei dele- Eu acho que o Henrique tem algum aliado.

- Como assim?- perguntei erguendo uma sobrancelha- Por que cê acha isso?

- Pensa comigo, o Henrique não tem muitos motivos pra te odiar, ele só tem raiva de ti por causa da denúncia.- ele suspirou- E pra mim ele não tá agindo sozinho, ele tá sendo o estrupador mais procurado dessa delegacia. E tem semanas que ele te ameaça e não encontramos nenhum vestígio dele até hoje, pra isso acontecer precisa de alguém muito insperiente nesse ramo.

- Cê acha que pode ser alguém de fora ou de dentro?- indaguei entendendo oque ele quis dizer

- Não sei, mas temos que ficar de olho. - ele mumurrou e concordei- Eu vou investigar isso, só te peço que se cuide.

- Eu vou me cuidar. - falei e ele assentiu me dando um beijo na bochecha

O Richard saiu de perto da minha mesa me deixando pensativa. Será que alguém daqui poderia tá ajudando o Henrique se esconder?

Bom, se isso for verdade, esse alguém quando for descoberto vai tomar no cu.

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