Capítulo 123

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|| Enzo Rodrigues ||

Abri meus olhos quando vi alguém me cutucando e dei de cara com o Guilherme na minha frente.

- E aí cara.- mumurrei passando a mão no rosto

- Parece que cê dormiu aí.- ele falou e eu ri fraco me levantando

- Com certeza. - falei sentindo minha coluna doer- Alguma notícia sobre a Maitê?

- Sim, ela fez vários exames e também chamei a obstetra dela pra cuidar do caso. Eles estão bem na medida do possível e a Maitê já tá no quarto. - ele falou e eu assenti

- Posso ver ela?- perguntei mordendo os lábios

- Claro, eu vou te levar até lá.- ele falou e eu concordei seguindo o mesmo

- Cê sabe onde estão as meninas e o Lucas?- perguntei caminhando por aqueles corredores do hospital

- Eles foram comer, mas eu avisei antes à eles que a Maitê estava bem.- ele mumurrou

- Guilherme- chamei ele e o mesmo parou na minha frente- tem alguma chance do meu filho nascer prematuro?

Cruzei os braços e ele respirou fundo me olhando. Tenho muito medo disso acontecer, já vi casos que os bebês prematuros morrem no parto ou tem um desenvolvimento mais lento, é doloroso pra eles.

- Sim, tem muitas chances de acontecer um parto prematuro por causa da pré eclâmpsia que a Maitê adquiriu.- ele falou- Por isso ela precisa ficar em repouso absoluto e estabilizar a pressão arterial. Um parto com a pressão alta corre sérios riscos da mãe e o bebê morrerem.

- Ok, cê tem mais alguma recomendação?- perguntei umidecendo os lábios

- A obstetra da Maitê vai vim aqui no hospital e vai pegar o prontuário dela pra dizer tudo oque precisa pra ter uma gravidez "tranquila" daqui pra frente- fez aspas- mas oque é necessário é manter os exames em dias.- tocou no meu ombro- Vai dá tudo certo, agora vai lá ver ela.

Concordei com a cabeça e caminhei até o quarto hospitalar que a Maitê está internada, abri a porta e fitei ela dormindo na cama.

Fechei a porta do quarto e caminhei até a cama hospitalar, me sentei na beira da cama e peguei a mão dela depositando um beijo logo em seguida.

- Eu tive tanto medo de te perder...- mumurei cheirando a mão dela e senti meus olhos arderem

Passei a mão no rosto da Maitê percebendo o quanto ela tinha emagrecido no sequestro, fiquei fazendo carinho na mão dela até ela se mexer na cama.

- Enzo...- ela mumurrou abrindo os olhos e eu olhei pra ela- Onde é que eu tô?

- No hospital. - falei ainda pegado na mão dela

A Maitê ajeitou a coluna na cama e fitou o chão. Ela tava muito fraca, então deve tá tentando raciocinar oque aconteceu.

- O meu filho...- ela mumurrou enchendo os olhos de água- O nosso filho Enzo, ele tá bem?

Vi que ela tava nervosa e coloquei minhas mãos no rosto dela limpando as lágrimas que escorriam.

- Ele tá aqui- coloquei a mão na barriga dela- o nosso filho tá bem! Ele é incrível igual a mãe dele.

Ela suspirou fundo e sorriu colocando a mão em cima da minha.

Senti um choque elétrico correr dentro do meu corpo com o toque dela e sorri fitando ela.

- Oque aconteceu?- a Maitê perguntou cortando o momento

- Você chegou do nada lá em casa e desmaiou nos meus braços. Aí o Guilherme te trouxe pro hospital, pra cuidar de vocês. - falei colocando minha mão apoiada na cama- Não faz mais isso comigo, se não eu não vou aguentar. - coloquei a mão no peito e ela riu fraco

- Desculpas por não ter te ouvido. - ela susurrou com a água do olho cheio d'água e eu neguei com a cabeça

- Não foi sua culpa Maitê, foi minha culpa por não ter te levado no seu apartamento sabendo que cê tava correndo risco. - suspirei- Me desculpa por te fazer tão mal, eu juro que não queria que fosse assim.

- Também não é sua culpa, Enzo!- ela me repreendeu e eu ri- Conseguiram prender eles?

- Sim, o pesadelo acabou. - falei e ela suspirou fechando os olhos

Me aproximei mais dela e dei um abraço na mesma, a Maitê começou a chorar baixinho no meu ombro e eu afaguei o cabelo dela.

- Eu tô aqui e não vou te largar nem mais um minuto. - mumurei dando um beijo na cabeça dela

- Obrigada...- ela fungou saindo do abraço- Cadê a Eliza?

- Se for eu, tô aqui!- a Eliza entrou no quarto com a dona Diana e a Amanda

- Mãe? Amanda? Oque cês tão fazendo aqui?- a Maitê perguntou sorrindo

- Oi meu amor- a dona Diana disse abraçando ela e depois batendo de leve na cabeça dela- nunca mais ouse fazer isso com o meu coração! Eu posso infartar, tá?

- Foi mal, maizinha.- a Maitê falou abraçando a Amanda

Todo mundo riu e eu me levantei da cama deixando elas paparicarem a Maitê.

Caminhei até a porta e sai do quarto vendo o João de braços cruzados na parede. A Eliza me contou oque ele fez com a Maitê e eu achei um cúmulo, como um pai pode fazer isso com a própria filha?

Me aproximei dele e vi ele me fitando até eu chegar onde ele estava.

- Oi Enzo...- ele mumurrou desencostando da parede

- João, quanto tempo. - falei colocando a mão no bolso e ele concordou

- Como ela tá?- ele perguntou olhando pra porta do quarto da Maitê

- Melhor, ela sofreu muito nesse sequestro. - falei e ele assentiu- Cê veio falar com ela?

- Vim, mas eu acho que ela não vai querer falar comigo. - ele falou cabisbaixo

- A Maitê é uma pessoa do coração enorme, ela sofreu muito com oque o senhor falou a ela quando ela contou sobre a gravidez. - mumurrei e ele suspirou- Eu não te julgo, já machuquei muito a Maitê, mas se eu pudesse voltar no tempo faria tudo diferente. Cê errou muito, mas se tá disposto a mudar por ela, não custa nada tentar recuperar o amor e perdão da sua filha... Só te peço pra não estressar e fazer mal pra ela, quero o bem e a saúde da Maitê e do meu filho, e a última coisa que ela precisa agora é de se estressar.

- Cê tem razão, e fica tranquilo, só quero o melhor pra eles.- ele umideceu os lábios- Obrigada por tá cuidando da minha filha!

- A Maitê é tudo pra mim, só quero ela feliz- coloquei a mão no ombro dele- boa sorte!

O João assentiu e eu saí do corredor. Procurei o Lucas na recepção, mas não encontrei ele, deve ter ido em casa.

Fui na lanchonete do hospital e comprei um café com um pão de queijo pra comer, tava morrendo de fome.

Me sentei em uma mesa da lanchonete e comi meu pão de queijo.

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