Capítulo 125

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|| Maitê Mendonça Albuquerque ||

Me mechi na cama e abri meus olhos fitando o teto do hospital. Bocejei e olhei pro lado vendo o Enzo dormindo no sofá.

Ri baixinho vendo ele todo torto no sofá e ainda por cima, babando!

Não demorou muito pra ele acordar com a minha risada. O Enzo passou a mão no rosto e se levantou no sofá, estralando as costas.

- Daqui a pouco cê vai ficar sem coluna.- mumurei rindo e ele me olhou

- Tô de boa.- ele falou calmo se levantando no sofá

- Por que tu não foi dormir em casa?- perguntei erguendo as sobrancelhas

- E deixar cê sozinha aqui?- ele perguntou e eu concordei- Nunca! Como disse, não vou te deixar sozinha mais nenhum segundo.

- Mas as meninas podiam ter dormido aqui, até a minha mãe. - falei calma- Cê deve tá cansado.

- Elas me ofereceram, mas eu neguei- ele falou sentando na beira da cama- pedi ao Lucas pra trazer algumas roupas suas lá de casa.

- Nem precisava, isso só vai demorar mais pra eu ir pra casa.- fiz bico e ele negou

- Tu tem que ficar aqui até quando for seguro pra vocês.- ele falou simples e eu bufei

- Não gosto de hospitais.- suspirei- Mas aí, o Lucas vai trazer meu celular?

- Vai sim, tá lá em casa do mesmo jeito que tu deixou na bolsa.- olhei indignada pra ele

- Cê nem pra colocar meu celular pra carregar teve coragem. - choraminguei e ele riu

- Fica tranquila nega, eu mandei o Lucas trazer carregado.- ele falou calmo e eu assenti sentindo meu coração bater mais rápido

Essa é a primeira vez que ele me chama de nega em meses. Pareceu que a gente tinha voltado pro começo...

O Enzo percebeu o que tinha acabado de dizer e abriu a boca pra falar, mas foi interrompido pelo meu irmão, que entrou no quarto.

- Minha querida irmãzinha. - o Guilherme falou caminhando até mim- Como cê tá?- depositou um beijo na minha testa

- Tô ótima, já posso sair desse hospital. - falei sorrindo

- Maitê, cê sabe que não é assim que as coisas funcionam. - ele falou colocando o medidor de pressão no meu braço e eu fiz careta- Temos que te examinar e ver se você está com condições de ir pra casa.

- Eu sei, mas é complicado- mumurei- já vou ficar sem trabalhar por meses e ainda tenho que ficar em um hospital...

- É pra o bem da sua saúde. - ele falou tirando o aparelho do meu pulso- Sua pressão tá controlada, se continuar assim, cê pode ir embora essa semana ainda.

Ótimo, vou rezar todos os dias pra isso acontecer!

Eu odeio com todas as forças o hospital, só me lembra quando eu fiz a minha cirurgia de apendicite. Os dias mais horríveis que passei quando pequena, ainda bem que eu sobrevivi a isso.

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