P L A N O.

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EXATAMENTE DA FORMA QUE IMAGINEI COMO SERIA, HAVIAM PUBLICAÇÕES SOBRE MEU ANIVERSÁRIO espalhado por tudo quanto é lugar. Meu namoro com Shuhua e seu punho encontrando o rosto de Nolan aparentemente acabou por virar manchete principal na New York Times.

Sou acordada por uma ligação de Soyeon, obviamente se desculpando por não ter conseguido impedir que a matéria fosse ao ar de uma forma um tanto quanto... Inusitante. É claro que haviam várias coisas a serem ditas sobre minha festa de aniversário, mas o redator fez questão de expor uma foto de minha namorada socando o rosto de Nolan na capa. Eu disse para Soyeon que estava tudo bem, porquê realmente estava. Não havia o porquê de aceitar suas desculpas quando fui eu quem planejou tudo isso.

E apesar da trágica foto de capa estampada nas bancas, o New York Times foi generoso o bastante para expor Nolan em cada linha, citando detalhadamente cada maldita coisa que o desgraçado disse para mim, e que levou lírios a socá-lo bem no meio da cara.

Só de lembrar dessa imagem repassando em minha cabeça, tenho vontade de gargalhar pela felicidade que sinto.

E, apesar de alguns jornais e revistas estejam sendo um tanto quanto maldosos comigo e com Shuhua apenas para defender Nolan e colocá-lo como a vítima da história, grande parte está abrindo os olhos para a verdade.

Eu me levanto primeiro que Shuhua porquê preciso resolver algo relacionado à um contrato com Soyeon, mas isso não me impede de admirá-la por alguns segundos e, é, eu me sinto meio idiota por isso. A paixão faz isso com as pessoas, não é? As deixa completamente patéticas.

Antes de sair, acaricio o rosto sereno de lírios com leveza para não acordá-la. Esboço um pequeno sorriso, beijando sua testa e em seguida depositando um pequeno bilhete de bom dia em seu travesseiro.

Quando chego no estúdio, fico aliviada em saber que Soyeon é a primeira a chegar, me esperando com uma bolada de papéis em suas mãos. Solto uma respiração frustrada, rolando os olhos lentamente antes de me aproximar da minha empresária.

- A folga acabou, Agnoletto. - diz em uma pose divertida, me fazendo bufar. - Hora de voltar para o mundo real. - desliza um dos papéis para a mesa quando observa que me sento na cadeira. - Você precisa assinar alguns contratos para confirmamos sua aprovação para o-

- Tá, tá. - eu a interrompo, gesticulando quando sinto o tédio congelar meus ossos. - Me passa a caneta que eu assino isso logo.

Soyeon estala a língua no céu da boca, puxando o contrato para si com o semblante carregado de ceticismo. Eu rolo os olhos, soltando uma respiração exasperada.

- Soojin, o que foi que eu disse sobre assinar contratos sem ler antes?

Coço a bochecha, balançando os ombros porquê não me importo nada.

- Soyeon, você já viu quantas horas são? - questiono, incrédula. - São sete fodidas horas da manhã, droga! Eu deveria estar agora mesmo debaixo de um edredom quentinho com a minha namorada, ou até mesmo sendo chupada por ela, mas você-

- Que informação desnecessária! - ela faz careta ao me olhar, o que me faz rir despreocupadamente.

- Me passa logo essa caneta pra eu assinar e você parar de falar na minha cabeça às sete da manhã. - gesticulo para ela, apontando para a caneta com o queixo.

Minha empresária solta uma respiração cansada, deslizando o papel e a caneta para mim.

- Ótimo! - sorrio abertamente, começando a assinar nas linhas em branco. - E eu não preciso ler contrato algum, - viro a página, rapidamente levando meu olhar para ela. - você já faz isso pra mim.

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