Aquela paz

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O sol estava bem fraco, indicando que mais tarde o tempo mudaria, então era justo aproveitar o clima daquela tarde, ao meu lado estava Tom e Norb, eles conversavam animadamente sobre táticas de defesa, tínhamos tido uma aula exaustiva da matéria e agora eu tinha plena convicção de que não queria renascer, não pra ter que aprender tudo aquilo novamente. 

— Vejo vocês no grande salão. — Norb se despediu me tirando do meu devaneio, eu nem tinha notado a hora que ele tinha se levantado. 

Dei um leve aceno com as mãos e voltei minha atenção ao livro a muito esquecido em meu colo, quando senti Tom, me abraçar pelos ombros, me senti levemente corado, pois meu rosto esquentou rapidamente. 

— Você precisa parar com essas demonstrações de carinho em publico, vai acabar me matando de vergonha em algum momento. — Falei olhando diretamente para seus olhos, eu gostava de verde, na minha outra vida meus olhos eram daquela cor. 

— Sabe, eu sei que não confia em mim, sei que fiz tudo o que podia de mais cruel, mas não quero que minha alma fique naquela estação eternamente, prefiro ser um fantasma. — Tom virou seu rosto e ficou com seu olhar um pouco perdido. — Fiz coisas terríveis em busca de poder, meu narcisismo e falta de empatia eram a fonte de tudo, sabe o motivo de eu ter um patrono hoje harry? 

— Não imagino, não bisbilhotei tanto assim em sua mente. — Sorri sem graça pra ele, seu rosto ainda se mantinha virado.

— Quando renasci. — Virou seu rosto sorrindo. — Minha lembrança mais feliz foi ter ganhado uma segunda chance, acho que você se precipitou ao ficar morrendo de medo, quero ensinar magia das trevas sim, pois, deixei algumas sementes no mundo, quero que saibam se defender de tudo o que minhas sementes podem causar. 

— Está falando de sua filha certo? — Sorri um pouco convencido pra ele. 

— Não só ela, mas a fidelidade de alguns comensais... — Tom deixou sua fala morrer, isso eu ja podia esperar. 

— O pior de tudo isso é confio em você seu desgraçado. — Ri em meio as palavras, o que fez ele me apertar mais ainda no abraço que mantinha em meus ombros. 

— Ainda não consigo acreditar que você seja o Harry Potter, tentei te matar de diversas formas, você é bem escorregadio. — Olhei um pouco sínico pra ele, minha vida antes da guerra tinha sido uma verdadeira desgraça por culpa dele. 

— Bem escorregadio você diz, fui criado pelos piores tipos de trouxas deste mundo por sua causa Tom, você pode ter crescido num orfanato, mas eu tinha os Dursley, nem queira saber o tipo de pessoas que eles eram. 

— Ah, imagine que dois dos seus coleguinhas, se é que posso chama-los assim, coloca a culpa em você por ter quebrado todos os pratos do orfanato e você ter que trabalhar como engraxate por quase um ano pra pagar, eu me vinguei deles, mas mesmo assim queria mata-los. — Tom retribuiu meu olhar irritado, eu podia ver a borda de seus olhos ficando avermelhadas. 

— O que te impediu de mata-los? — Me vi obrigado a perguntar, ele não era do tipo que deixava passar as coisas. 

— Foram adotados, depois soube que enlouqueceram e cometeram suicídio, em épocas diferentes é claro, mas acho que algumas horas dentro de uma caverna comigo não foi a experiência mais animada da vida deles. — Tom parecia sorrir com a lembrança, o que me deixava um pouco preocupado. 

— Por favor... eu morava em baixo da escada... — Tentei manter o ritmo da conversa mas sentia que conhecer melhor o passado de Tom não ia me fazer muito bem. 

— Tudo bem, não vamos discutir sobre quem sofreu mais, tivemos uma droga de vida em determinado período, acho que foi isso que me fez enlouquecer. 

Sorri um pouco desanimado e olhei a nossa volta, tinham vários casais estudando, nós parecíamos nos encaixar no cenário, como dois pombinhos apaixonados, um bolo se formou em minha garganta, não por sentir vontade de chorar, mas por estar mentindo deliberadamente pra ele. 

— Sobre a matéria de hoje a noite... — Mordi o lábio inferior tentando disfarçar meu nervosismo. — o que exatamente pretende ensinar?

— Hoje eu consegui o bicho papão emprestado vamos tentar usar os patronos com eles usando a forma de um dementador. — os olhos de tom pareciam ter voltado ao normal, ele voltava a sorrir, isso era muito bom.

Minha vida foi muito feliz depois da guerra, mas o lord das trevas nunca conheceu o amor isso me faia pensar no quão egoísta eu estava sendo.

disse a ele que gostava dele mas não fazia nada pra que ele acreditasse em minhas palavras, isso não se tratava de mim e sim dele eu revivi para dar uma segunda chance a ele queria que ele fosse feliz. 

sem pensar muito na reação que tom iria ter me aproximei dele como uma cobra sorrateira e sussurrei em seu ouvido. 

— Ninguém esta importando com a gente, posso beijar o lord das trevas? 

ele não me respondeu verbalmente, apenas me chamou com o dedo indicador, uma vez que eu tinha dado  a ideia era minha função concretizar o ato. 

segurei em seu rosto, fechei meus olhos e eu podia lidar com isso, assim como não seria a primeira vez eu eu o beijava, nossas bocas se uniram, nesse momento senti meu coração acelerar e minha mente nublou, sem sombra de duvidas tom maldito Riddle sabia o que estava fazendo não me lembro de ter ganhado um beijo tão bom em toda a minha vida. 

Suspirei afoito durante o beijo de forma inconsciente e deixei um gemido um pouco rouco escapar da minha garganta, sim aquele demônio tinha me tirado do serio, eu não tinha sentido tudo isso na noite em que demos o primeiro beijo, mas agora eu sentia, não percebi em que momento ele me deitou na grama e seguimos com o beijo, a nossa volta alguns casais pareciam se animar com nosso exemplo, eu apenas ignorei o resto do mundo. 

minha decisão estava tomada, não ia permitir que tom fosse infeliz, meu traseiro sentiria o peso da minha decisão mas se o sexo com ele fosse tão bom quanto o beijo que se foda o resto, eu não ia permitir nenhum tipo de tristeza na vida de tom.

My Future For You ( Tomarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora