Izuku respirou fundo, passou á noite toda olhando Hizashi, e ligando para o marido do loiro, para que pudesse dar a notícia de que finalmente conseguiu. Logo depois, ele foi virado para o trabalho, e um dia que devia ser normal, se tornou extremamente estressante. Ele não havia fechado os olhos para sequer dormir por 5 minutos, a única coisa que Izuku pensava era em poder estar em sua cama e ir dormir por 24h seguidas.
Estavam no final de abril, e logo dariam inicio a maio, último mês no qual teriam como aproveitar a primavera e sua temperatura agradável, dando início ao verão e a subida de temperatura, assim como a temporada de chuva chegando em conjunto no mês de junho. Izuku esperava para atravessar a rua, aproveitando a demora para que o sinal fechasse, fechou os olhos, sentindo a brisa gelada em seu rosto, assim como a sutil movimentação em seus cachos, como se isso pudesse acalmá-lo do dia terrível que estava tendo. Assim que sentiu uma movimentação ao seu lado, pode perceber que o sinal já estava vermelho, indicando que poderia passar para o outro lado da rua.
Após atravessar a rua, seguiu em frente podendo avistar não muito longe dali o cemitério. As cerejeiras soltavam algumas pétalas por conta do vento. Era como se tentassem amenizar a paissagem, e fazer as pessoas esquecerem que haviam corpos enterrados tão perto delas, que ali estavam parentes, amigos, e desconhecidos abaixo da terra.
Midoriya viu algumas barracas de venda perto do cemitério, flores dos mais diversos tipos. Izuku retirou algumas notas da carteira, e foi em uma barraca na qual sempre comprava, apenas por conta da mulher que ali vendia as flores, a moça lembrava muito a sua mãe, o jeito doce e gentil, até os olhos verdes brilhantes.
- Boa tarde Midoriya! - uma mulher ruiva o cumprimentou, sorrindo largamente para o esverdeado.
- Boa tarde, senhora Saito.
- Faz um certo tempo que eu não te vejo aqui, aconteceu algo? - A ruiva perguntou, preparando um arranjo de cravo cor de rosa.
- Estou muito ocupado com o trabalho. Ser médico, e professor não é para qualquer um. - Izuku disse, rindo logo depois.
- Se de fato existir um pós morte, sua mãe deve estar muito orgulhosa do que você se tornou. - Saito disse, terminando o arranjo.
Midoriya assentiu, sorrindo fraco para a moça. Pagou a mais velha, e recebeu o arranjo de cravos cor de rosa. Izuku agradeceu e se despediu da senhora, adentrando no cemitério.
Izuku lembrava do quão caro foi transferir o corpo, ou melhor, os ossos de sua mãe para aquele cemitério. Queria que a esverdeada tivesse, mesmo que por alguns anos, um lugar "bonito" para que pudesse descançar. Izuku seguiu um caminho de terra, enfeitado por algumas pedrinhas coloridas, Midoriya leu os nomes em algumas lápides, e parou assim que achou o nome de sua mãe escrito em uma delas.
Um pouco mais no meio, daquela grama bem aparada, estava a lápide escrita Inko Midoriya.
Izuku andou até a placa de metal, olhando atentamente as letras que ali estavam, que formavam o nome da senhora Midoriya.
- Oi mãe, eu prometi que não ia demorar a te visitar. Desculpe-me por não cumprir essa promessa. - Midoriya disse, sentando em frente á lápide da genitora.
- Eu queria que você estivesse aqui. Aconteceu tantas coisas, e eu queria poder saber o que você pensaria de cada uma delas. Bem, eu te trouxe cravos, novamente, afinal elas são suas flores favoritas. - Izuku falou, era tão estranho conversar com o nada, ou simplesmente pensar que ali estava sua mãe, e que ela estaria o ouvindo. Era tão idiota..
- Eu estou namorando, o nome dela é Linn Ikari. Eu queria muito que você pudesse conhecer ela, vocês seriam boas amigas. Ela é uma pessoa incrível, bonita, inteligente, acho que ela é a minha alma gêmea. E não, ela não sabe que eu sou Devil's Nurse. - Midoriya sussurrou a última parte. - Não sei se vou contar isso a ela, pelo menos não ainda. Eu tenho medo de que quando ela saiba da minha segunda vida, ela vá embora.
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Devil's Nurse
FanficEm um mundo onde 80% da população possui uma individualidade, poder ou como queira chamar, se tornou comum com o passar dos anos, também se tornou um lugar onde os heróis puderam surgir para salvar as pessoas dos vilões que começaram a surgir com o...