XXXVIII

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9 de fevereiro de 1999

COMEÇANDO DA MORTE COMEÇAM AS CONDENAÇÕES

Por dentro dos numerosos novos julgamentos que começam hoje

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Ela vê a manchete no canto do Profeta Diário de outra bruxa quando eles entram no Ministério, e as palavras a deixam repentinamente enjoada. A coragem e bravura que ela pode absorver de uma extensa pesquisa só vai até certo ponto, e imaginar cada argumento que ela vai fazer em sua cabeça é uma coisa.

Na verdade, fazê-lo é outra inteiramente.

Ela teve vidas que dependiam de seu conhecimento antes — de Harry, em particular, tantas vezes durante a guerra — mas nunca assim.

Ela nunca teve que ficar na frente de alguém que sabe que suas palavras são a única coisa entre eles e o Beijo do Dementador.

Você está sendo dramático.

Não, ela não é, mas ela não pode se permitir desvendar mentalmente antes mesmo de chegar ao tribunal.

Ela se fortalece. Ajusta sua postura — costas eretas. Seus dedos brincam distraidamente com a bainha de seu blazer listrado. A mão ossuda de McGonagall aperta seu ombro.

As portas se abrem.

Como exatamente McGonagall descreveu isso? Um circo da mídia, não foi?

Sim, é exatamente isso. Cordas bambas, mestres de cerimônias, fogo e tudo. Ela teve sua foto tirada pelo menos uma centena de vezes e ela nem disse uma palavra ainda. Apenas senta-se na caixa de testemunhas de caráter agressivamente vazia.

A Suprema Corte monta lentamente. Preguiçosamente. Como que para dizer que eles estão perfeitamente cientes de que as vidas em jogo hoje não são deles.

Hermione começa a suar frio. Sua mente está de repente em branco, exceto a única coisa que ela não deveria estar pensando agora. As palavras de um repórter, jogadas contra ela nas ruas do lado de fora do Ministério esta manhã.

— Não se preocupe, Srta. Granger. Hoje pode ser apenas um treino!

O aperto forte de McGonagall tentou impedi-la de se virar para encarar o homem, mas Hermione nunca soube deixar uma pergunta sem resposta.

— Com licença? — ela perguntou. Exigiu, sim.

Escondido atrás de sua câmera, o homem havia tirado uma foto dela e anunciado — muito claramente e sem reservas.

— Para quando você defender Draco Malfoy. Essa é, claro, a única razão pela qual você está aqui, não é?

McGonagall a arrastou para longe antes que algo mais pudesse ser dito, mas agora as palavras dele saltam dentro de seu crânio.

Prática...

Apenas pratique.

Vidas humanas não são práticas.

Mas ela tem que considerar se uma pequena parte oculta dela estava olhando hoje dessa maneira. Mal pode suportar pensar nisso.

É ainda mais surpreendente que o repórter tenha conseguido juntar as coisas tão rapidamente. Em nenhum lugar ela declarou publicamente que estaria operando como testemunha de caráter hoje.

Quase todos os outros repórteres haviam perguntado por que ela tinha vindo para "assistir".

Mas não faltaram sussurros e suspiros abafados quando ela se sentou no banco das testemunhas.

Breath Mints / Battle ScarsOnde histórias criam vida. Descubra agora