XVII

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11 de novembro de 1998

Diário,

Não sei por que fiz isso.

Embora... talvez eu saiba.

Mas é pior. É muito pior.

Não sei o que estava pensando, só...

Oh, droga, ela está aqui.

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11 de novembro de 1998

Após uma cena absurda deixada de lado por Zachariah, na qual ela finge ser muito carinhosa, Héstia diz a ela que a dispensará das demais aulas. Ela deve passar o resto do dia descansando e comendo doces.

Mas os pés de Hermione não se movem em direção à Sala Comunal da Grifinória enquanto ela fica parada ao pé da escada. Eles se viram quase que instintivamente e a levam para o pátio.

Sua mente está muito confusa. Ainda um pouco entorpecido de dor. Sua pele parece formigar, como aconteceu por horas depois que aparataram em seu esconderijo naquele dia. Como se ela estivesse tentando costurar novamente os cortes invisíveis.

Então ela deixa seus pés fazerem o trabalho. Ela confia neles. Ele tem uma sensação de para onde está indo.

Ultimamente, sempre que ela segue seus pés, eles de alguma forma sempre a levam até Malfoy.

Isso não é exceção. Ela desce a colina familiar em direção ao Lago Negro e, já na metade do caminho, vê sua silhueta, uma mancha de tinta na superfície brilhante da água, brilhando enquanto o sol da tarde surge sobre as colinas.

Ele se senta curvado, e Hermione por meio minuto acha que Malfoy vai chorar.

Mas não — ele rabisca ferozmente. Ela deveria ter adivinhado.

Seus pés esmagam a grama gelada. Ela vê o menino tenso. Ele bate o diário.

Se ela não estivesse tão entorpecida, ela poderia ter praticado algo em sua cabeça. Ela poderia abordar este momento com um pouco de graça ou tato. Em vez disso, o estado mental quebrado entrega a versão mais fria e completa de seus pensamentos para a parte de trás de sua cabeça loira pálida.

— Então você tem medo de ser seu pai.

Por quase um minuto inteiro, Draco não disse nada, apenas olhou para a água. Se afoga em silêncio. Então ele deixa o ar sair de sua boca suavemente.

— Perceptivo como sempre, Granger. Dez pontos para a Grifinória.

Ela se irrita, embora saiba que merece. Els envolve suas vestes com mais força para resistir ao frio e se pergunta se deve sentar-se ou não.

Ela se sente mal por estar aqui. Ela deveria se comprometer com a mentira escolhida — ela deveria fingir chafurdar na atenção de Zacarias e fingir ser uma garota desamparada e devastada. Faz parte do acordo.

Mas é aqui que seus pés a colocaram, e depois que todos os nervos de seu corpo estão praticamente fritos, ela não pode mais discutir. Ela se senta na grama seca e áspera. Ela diz o que pensa porque toda vez que tenta filtrar suas palavras, ela falha — então, por que se esforçar nisso?

— Porque você fez isso?

Malfoy não responde. Ele olha fixamente para o horizonte, distraidamente estendendo uma mão para esfregar os olhos.

— Eu poderia cuidar disso sozinho.

— Nem tudo gira em torno de você , Granger, — ele rosna, sua voz mais fria do que o ar de novembro. Então ele soltou um rosnado baixo e furioso, e antes que Hermione pudesse responder, Malfoy arrancou a varinha do bolso e entoou um feitiço baixinho.

Breath Mints / Battle ScarsOnde histórias criam vida. Descubra agora