XXXIX

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11 de fevereiro de 1999

Ela acorda suando frio às duas e meia da manhã.

Em seu sonho, ela viu Pansy Parkinson afundar de volta no chão da câmara da Suprema Corte, enjaulada e sem expressão, as palavras "por este meio sentenciado à morte" ecoando nas paredes.

Mas na vida?

Não, desculpe, isso não é bom o suficiente.

Ela tira as cobertas e deixa o dormitório para trás, amarrando o roupão em volta dela enquanto desce os degraus de dois em dois degraus até a sala comunal escura e vazia. Com um movimento de sua varinha, um fogo ganha vida atrás da grade — e nele, ela joga todas as notas que já tomou em preparação para os testes. Todas aquelas histórias e registros ela passou incontáveis ​​horas desenterrando.

Nada disso funcionou. Não para Blaise, não para Adrian. Aquelas linhagens familiares e palavras de boa fé significavam menos que nada naquele tribunal. Eles não tiveram qualquer impacto nos veredictos finais da Suprema Corte. O que importava era apenas a evidência dura e fria, e algo que ela está percebendo lentamente significa mais do que qualquer outra coisa...

Intenção.

Para Blaise e Adrian, era a aparente falta deles. Sua passividade — a crença da Suprema Corte de que eles aparentemente foram puxados pela corrente para águas escuras. Que sua unidade não foi mais profunda do que isso.

Para Pansy, não é tão simples assim. Pansy estava ativa. Assim como Draco, Pansy foi enviada em missões.

Ao contrário de Draco, Pansy os havia completado.

As mãos de Hermione tremem enquanto ela bate uma folha de pergaminho em branco, a pena suspensa sobre ela, esperando por algo. Nada. Algum golpe de gênio para provar que Pansy fez o que fez por um bom motivo. Ela nem precisa provar, ela só precisa ser capaz de argumentar. Ela precisa-

— Mione?

Ela pula, e a pena cai de sua mão trêmula.

Harry está ao pé da escada do dormitório, óculos e cabelo torto, o Mapa do Maroto na mão.

 — Desculpe, erm... — ele diz, segurando-o, — às vezes me ajuda a dormir olhar para ele. Eu vi você andando de um lado para o outro e então você, bem, você meio que parou e ficou muito quieto e eu fiquei um pouco preocupado...

— Estou bem, Harry,— ela diz baixinho, olhando para ele, realmente olhando para ele pelo que parece ser a primeira vez em muito tempo. Ele é magro. Mais magro, até, do que ele estava levando para a guerra. E ele parece cansado. E ela se pergunta como deve ser exaustivo para ele colocar um sorriso no rosto todos os dias.

— Ah, sim, certo. Tudo bem. — Ele vira. Dá alguns passos para trás. Algum instinto interior a avisa que, de alguma forma tácita, esta é a última chance.

— Estou com medo —, ela deixa escapar, desesperada.

Ele fica quieto. O pequeno relógio acima do manto tiquetaqueia sem parar.

— Estou... — ela engole um nó na garganta, — estou com medo e estou muito sozinha."

O que parece uma eternidade se passa antes que ele diga qualquer coisa, e o tempo todo Hermione sente seu rosto ficar vermelho — sente lágrimas ardendo em seus olhos — porque ela sabe que parece fraca, ridícula e patética e...

— Essa é a única coisa que você nunca foi capaz de fazer, sabe, — diz Harry, sem se virar ainda.

Ela dá um tapa na primeira lágrima que se atreve a escapar, fungando. 

Breath Mints / Battle ScarsOnde histórias criam vida. Descubra agora