Contém cenas Violentas nesse capítulo, entre elas agressão, palavras de baixo calão, violência sexual.
Se isso for um trauma ou demais para você, sugiro que pule o capítulo e se sinta acolhida (o) com o meu abraço.
Ninguém merece passar por isso e se estiver passando, procure ajuda, estou aqui para conversar ou ajudar no que precisar>
Ok, vamos.
BÁRBARA MOREIRA
Quando estava saindo para trabalhar encontrei Vicente sentado no sofá com um litro na mão, ótimo meu dia já começou bom
—Bom dia filhinha— soou como deboche e eu ignorei indo pra cozinha e pegando alguns biscoitos para comer no caminho do serviço e passei pela sala de novo
—Está vestida como a putinha de sempre— ele disse com a voz arrastada
Eu tava de calça e regata, fui em direção a porta mas ele foi mas rápido me fechando aqui dentro, e o desespero já começou a bater
—Oque você quer? Estou atrasada— falei ríspida
—O mesmo de sempre— ele sorriu me encarando
—Sai da minha frente por favor, eu já disse que estou atrasada, não posso perder o emprego, ou você esqueceu que dependo dele para pôr comida na mesa, pagar aluguel e ainda bancar os seus vícios?— perguntei levemente irritada
Só vi o meu rosto virar para o lado esquerdo na velocidade da luz e o estalo preencher todo o silêncio do ambiente
—Cala boca, eu te criei até agora, mereço o mínimo de respeito é algo em troca— ele disse nervoso enquanto eu passava a mão onde ele havia batido
—Com um pai igual você, era melhor ter morado na rua a minha vida toda— falei e foi só o tempo deu terminar de falar para receber outro soco
—EU NÃO SOU O SEU PAI— Ele gritou comigo e me prensou na parede
—Você está fugindo de mim a dias não é sua piranha desgraçada? Mas agora você vai me saciar por esses dias todos—Por favor me deixa ir— implorei e ele riu colocando a cabeça no meu pescoço me beijando a força
—Vou te deixar ir linda do pai, mas só quando eu estiver satisfeito— ele disse rasgando a minha roupa toda me fazendo gritar de susto
—Fica caladinha, hum?Ele abotoava o cinto com um sorriso de dar nojo enquanto eu me via jogada no sofá sem roupa e chorando em silêncio
—Agora vai trabalhar vadia, você sabe oque acontece se perder o emprego né? Eu vou ficar sem a minha bebida, sem o meu cigarro e você não vai gostar de como vou reagir, você quer isso?— ele perguntou passando a mão de leve no meu rosto me fazendo recuar e negar com a cabeça
Me levantei mesmo nua e segui caminho para o meu quarto e tranquei a porta me observando no espelho, me bateu uma vontade incontrolável de chorar mas aí eu lembrei que precisava trabalhar
Eu tomei um banho rápido para tirar o cheiro dele e o toque dele de mim, mas parecia que nada tirava as mãos dele, a marca dele de mim
Passei uma maquiagem no rosto bem pesada para esconder os hematomas e coloquei calça e blusa de frio mesmo fina, ainda fazia um calor do caralho e eu estava me perguntando se conseguiria ficar debaixo desse monte de roupa o dia todoQuando passei pela sala ele não estava mas ali, tentei correr para não me atrasar mas, porém as minhas partes íntimas estavam tão machucadas que eu não conseguia andar tão rápido, quando cheguei lá a minha sorte era que quem estava lá não era a tia geise e sim a sua filha, Camila que me olhou com uma cara horrível
—Está atrasada Bárbara— ela disse brava
—Desculp-
—Me poupe desse discurso, quando minha mãe chegar ela vai saber, agora vai colocar o avental e vem pra esse balcão— ela disse e eu concordei rápido
Coloquei o avental correndo e fui me aproximando mas dela
—Deixa de ser esquisita e tira essa blusa de frio, um calor dos infernos
—Eu tô sentindo frio— falei e ela me olhou como quem não acreditasse e logo depois soltou uma gargalhada
—Dormiu com algum gatinho e ele te deixou marcas?— perguntou e eu engoli em seco, ela seguiu para a cozinha gargalhando e o sino tocou, O menino do bolo e a senhora de sempre entrou e o menino venho todo sorridente pro meu lado, mas hoje eu não consegui retribuir nem com um sorriso falso
—Bom dia, o mesmo de sempre— ela disse e eu murmurei um bom dia pegando o bolo e quando fui entregar pro menino, eu esqueci que estava sem sacola e então por um borrão de segundos ele tocou em mim e eu puxei minha mão de uma vez fazendo o bolo se espalhar pelo chão e ele me olhou um pouco assustado
—Bárbara, eu não acredito nisso, você só faz merda, mil desculpas dona Teresa— Ouvi a voz da tia geise e ela estava atrás da mulher entrando na loja, correu e pegou um outro bolo colocando na sacola pro menino
—Não pode bigar assim com a titia, ela não fez por mal— ouvi a voz do menino mas eu estava em estado de choque e nem ouvi mas nada do que aconteceu foi só quando um grito de geise me despertou
—Eu vou falar com o seu pai a inútil que você é, se ele faz oque você falou aquela vez que ele faz com você, mesmo eu não acreditando nessa mentira ele estaria certo, você é uma imbecil e inútil como a sua mãe, pode ir procurar um outro lugar para você trabalhar porque aqui no meu estabelecimento você não fica mas, você deveria se esforçar Bárbara, para poder dar de melhor pro seu pai, o meu irmão que já que ele te deu sempre do bom e do melhor— ela gritava e tudo girava em câmera lenta
—Me da essa porra de avental— ela puxou com força quase arrancando o meu braçoSegui para fora e eu não sabia ao certo oque fazer, não sabia se ficava chocada com o toque do menino ou com tudo que anda acontecendo comigo desde os meus 14 anos quando a minha mãe morreu, eu sem perceber me sentei no banco de uma praça e coloquei a mão no rosto, e só percebi que estava tremendo quando meus dedos batiam sem parar na pele do meu rosto
—Tudo bem?— ouvi uma voz e levantei o meu rosto encarando a mulher que estava na loja agora pouco
—É...estou— murmurei
—tia se você está doente, meu pai diz que abraços curam— ouvi e meus olhos calcularam totalmente se desviando da mulher para a criança que segurava a sua mão
Pigarrei certamente desconfortável com esse acontecimento e percebi que estava no meio da rua e não podia chorar, mesmo que a minha vida estivesse fodida, literalmente
—Eu não estou doente, estou bem, bom...eu, ahn... vou indo— falei e nem esperei por respostas, precisava encontrar Juliana logo e contar que fui demitida
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Olhos de oceano - Filipe ret
RomanceOque aconteceria se dois opostos se encontrassem? Dois opostos que se pensar direito tem muito em comum, de um lado um dos melhores e mais escutados cantor de Trap do país e de outro uma confeiteira, o destino une vidas distintas justamente para se...