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Bárbara Moreira

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Bárbara Moreira

Filipe e eu estávamos sentados em um teatro esperando a peça começar. Ele não gostava dessas coisas mas eu amava, amo arte e estar dentro de um teatro ou um museu é bastante interessante e atrativo para mim

—A peça e sobre oque?— ele sussurrou enquanto observava tudo ao seu redor

—Se chama "Explicando a depressão para a minha mãe em uma conversa"

—Credo que triste— ele fez uma careta

—É uma peça dos Estados Unidos, provavelmente traduziram com atores brasileiros, parece ser legal— dei de ombros

—Desde quando depressão é legal?— ele arqueou as sobrancelhas

—Tô falando da peça, Vai começar— falei e ele suspirou

—Preferia assistir um filminho no nosso quarto— ele disse

— Xiiiu— pediu os senhores que estavam na frente e eu segurei a risada vendo o Filipe ficar puto com eles

A peça começou e era bastante interessante.

Entrou uma garota dos cabelos ondulados e se pôs diante do público com um microfone nas mãos

Explicando a minha depressão para a minha mãe em um diálogo.
Mãe, minha depressão é metamorfa. Um dia é tão pequena quanto um vagalume na palma de um urso, no dia seguinte é o urso.
Nesses dias eu me finjo de morta até que o urso me deixe em paz, eu chamo os dias ruins de dias sombrios.
Minha mãe diz: tente acender velas...
Quando eu vejo uma vela, eu vejo o lampejo de uma igreja, a chama cintilando em faísca de uma memória antiga; Eu estou parada ao lado de um caixão aberto, e nesses momentos eu percebo que, cada pessoa que eu conheci um dia vai morrer.
Além disso mãe, não tenho medo do escuro.
Talvez isso seja parte do problema.
Mamãe diz: eu achei que o problema fosse você não conseguir sair da cama, Eu não consigo.
A ansiedade me faz prisioneira dentro da minha casa, dentro da minha cabeça.
Mamãe diz: de onde vem a ansiedade?
A ansiedade é o primo que vem de outra cidade me visitar e a depressão se sente obrigado a levá-lo à festa. MÃE EU SOU A FESTA— ela falava rápido, meus olhos se encheram de lágrimas por que ela passava uma verdade a cena, inacreditável

Só que eu sou uma festa em que eu não queria estar.
Mamãe diz: por que você não vai a festas de verdade? Ver seus amigos.
Claro, eu faço planos, eu faço planos mas eu não quero ir.
Eu faço planos por que eu sei que deveria
querer ir— a menina falava e escutei o Filipe bufar

—Eu não entendo nada que ela fala— Filipe disse irritado —Pra que falar rápido assim?

—XIU— os velhinhos da frente disse

—Filipe você tá me matando de vergonha— sussurrei marcando a mão dele com a minha unha

—Eu não tenho culpa, Bárbara pelo amor de Deus, quem tá ficando com depressão sou eu— ele choramingou

—Tá, vamos embora— falei revirando os olhos

—Se formos você vai ficar irritada?— ele perguntou

—Melhor do que eu continuar passando essa vergonha— falei puxando a mão dele e saímos da sala de teatro

Terminamos a noite andando pela praia, Filipe segurava a minha mão e na outra carregava os meus saltos

—Sabe oque eu estava pensando?— falei e ele murmurou "Hum?"
—Você está me pagando para literalmente ser a mãe do Théo, não faz sentido

—Claro que faz, você passa o dia com ele, cuida dele, é melhor você fazer do que outra pessoa— ele disse

—É estranho, estar nessa situação— falei e Filipe agarrou a minha cintura
—Não sei se estou sendo boa o suficiente para o Théo

—Amor não diga bobagens, você é a mãe perfeita. Théo tem sorte de ter você— ele disse firme

—Eu nunca falei isso mas...— comecei e ele parou de andar e me encarou
—Você salvou a minha vida, sou grata por você pelo resto da minha vida— falei e ele sorriu me dando um selinho

—Você é um presente para mim e o Théo— ele disse
—Mas agora para, você tá destruindo minha imagem de bad boy— ele disse fazendo biquinho e beijando o meu pescoço e eu gargalhei

—Eu já desmontei essa tua imagem desde que tu me viu pela primeira vez

—Ih ala, mandada se achando— ele disse

—Meu bem eu não me acho, eu sou— dei beijinho no ombro e ele gargalhou

—Vamo para casa então, xereca de mel— ele disse rindo

—Credo Filipe, que indelicadeza— falei indignada ele riu me puxando para um beijo

—Eu tô brincando meu amor— ele disse mordendo o meu lábio e eu sorri

Porra, eu sou completamente apaixonada nesse homem

—Por quê tá me olhando assim?— perguntou beijando o meu queixo

—Gosto quando você me chama assim— falei e ele prendeu meu cabelo nas mãos dele

—Pensei que gostava de "Minha loira"— ele disse

—Eu gosto de quando você me chama de sua— falei e vi os olhos dele brilhar, pode parecer problemático mas eu gostava de quando o Filipe demonstrava se importar comigo assim

—Você é a mulher da minha vida— ele falou subindo sua mão livre pela minha coxa na fenda do vestido e eu me arrepiei

Era interessante como eu ficava com os toques do Filipe, eu não sentia medo e muito menos insegura. Me sentia quente, e nesse momento as minhas pernas bambearam quando sua mão lentamente subiu da coxa entrando na parte de dentro do vestido e alisando o pé da minha barriga enquanto sua respiração batia na minha boca

Suas mãos foram descendo devagar até eu tentar cruzar as pernas e Filipe não deixar, sua mão esquerda prendia o meu cabelo enquanto a outra desceu alisando a minha intimidade

—Filipe, estamos em público— falei praticamente gemendo contra a boca dele

Os três dedos do Filipe entraram com facilidade porque eu estava literalmente molhada. O desgraçado deu um sorriso debochado enquanto fazia um movimento com os dedos

Minhas mãos subiram para o ombro do Filipe para me apoiar enquanto eu tentava não cruzar as pernas

—Você tá gostando meu amor?— ele perguntou com os lábios colando nos meus, mas eu não conseguia responder e quando fui tentar apenas gemi em resposta

Filipe beijou o canto da minha boca e foi descendo pelo meu pescoço e não parava com os movimentos com o dedo enquanto eu faltava pouco virar os olhos

Isso é literalmente o paraíso

As mãos dele se encharcaram com o meu orgasmo e o Filipe fez o movimento de levar o dedo até a boca enquanto encarava os meus olhos

Porra, isso foi sexy pra caralho!

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Maratona 1/3

⭐️

Olhos de oceano - Filipe ret Onde histórias criam vida. Descubra agora