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FILIPE RET

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FILIPE RET

Hoje era dia do depoimento da Bárbara e ela tava como? Nervosa para um caralho. Já dei suco de maracujá, água com açúcar e nada resolvia, o bagulho era eu dar maconha para ver se a gata ficava menos tensa

—Ou calma— parei ela segurando em seu ombro quando estávamos na frente do tribunal
—Tu que é a vítima pô, não tem com oque se preocupar— sorri tentando passar calma e passei minhas mãos em seu rosto pálido e gelado

—Filipe e se não acreditarem em mim?— perguntou com os olhos marejados

—Que ideia torta minha loira, tu é a vítima pô e sem discussão, papo reto— falei e encarei ela

—Minha família duvidou de mim, quem me garante que um juíz vai acreditar?— perguntou e eu vi suas lágrimas rolarem e puxei sua cintura para um abraço

—Eles não são a tua família— disse eu com convicção
—Tua família sou eu, o Théo, a Teresa, Gustavo e Malu, a loira oxigenada que tu chama de amiga e o tapado do Victor Hugo pô, Dona Maria, lembra da dona Maria?— citei um por um vendo ela assentir e sorrir fraco

—Você tem razão, vocês são a minha família, vou ficar bem— ela disse e eu limpei as lágrimas que escorriam do rosto dela

—Levanta a coroa princesa, se não a cabeça cai— brinquei fazendo graça e ela sorriu torto

—Filipe, o ditado é "levanta a cabeça princesa, se não a coroa cai"— ela me corrigiu rindo

—Que se foda o ditado pô, eu crio minhas regras— dei de ombro e ela gargalhou abraçando a minha cintura e segurando a minha mão

—Humm criador de regras— debochou de mim e eu sorri pra ela, beijando sua cabeça

Quando entramos nossa felicidade se desfez em segundos, Vicente estava ali parado e ao lado dele estava a jararaca da eu irmã vagabunda

—Olha só quem apareceu, minha bastarda— ele sorriu irônico

—Irmão, acho melhor tu ficar na sua— ameacei ficando puto

—Arrumou um vagabundo para te bancar? Sabia que tu era puta mas dessa vez se deu bem— ele disse e eu ia partir para cima dele se a Bárbara não tivesse me segurado, o pai dela riu da minha cara, gargalhou irmão, uma risada tão feia que parecia o diabo de verdade

—Isso vai rindo, mas economiza sorriso para você rir para o seus futuros parceiros de cela, é onde tu vai apodrecer— ouvi Bárbara dizer sorrindo debochada e meu peito se encheu de orgulho

—Sua filha de uma puta, eu vou te matar— ele venho querendo vim na direção dela mas eu me enfiei na frente e o policial puxou ele de uma vez

—Segura tua onda, tua ficha já não tá boa não— o policial disse sério encarando ele que bufou
—Bárbara, você pode entrar e se acomodar

Olhos de oceano - Filipe ret Onde histórias criam vida. Descubra agora