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BÁRBARA MOREIRA

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BÁRBARA MOREIRA

1 mês depois....

Eu estava desesperada procurando por outro emprego, minhas economias haviam acabado e eu precisava sustentar a minha casa e o meu pai se eu quisesse estar aqui para contar história

—Eu te indiquei pra um amigo, como babá, você acha que dá conta?— questionou me fazendo comer unha

—Malu você sabe como sou péssima e azeda com crianças, para ser babá vou precisar deixar as crianças me tocarem e sabe como isso é difícil pra mim— suspirei frustrada

—Amiga eu te entendo, mas você precisa desse emprego, como vai se sustentar?— ela perguntou —A não ser que-

—Nem vem Malu, você sabe que não vou aceitar dinheiro seu e do Gustavo— Falei me levantando rápido

—Mas e só por um tempo até você achar um trampo maneiro— ela disse e eu neguei depressa

—Me fala mas sobre esse serviço que você me arrumou— falei e Malu começou a contar, ela não sabe da minha história com o meu pai, aliás ninguém sabe só a minha tia e a Camila, mas elas ignoram isso porque acham que tô sempre mentindo

—O Théo tem quatro anos e é uma criança super adorável, você vai amar— ela disse e eu bufei
—E por favor tenta ir devagar com ele, e tenta não traumatizar a criança

—Também não sou um monstro Maluzinha— falei e ela gargalhou debochando

—Aqui está o endereço, marquei a entrevista de emprego pra amanhã, mas provavelmente você vai ser contratada porque implorei nos pés do meu amigo para te dar pelo menos uma chance então me agradeça

—Obrigada preta, bom eu vou nessa porque tenho que passar na Ju ainda

—Ela e cabelinho tão ficando né?— questionou e eu dei de ombros

—Dois loucos— falei e ela riu concordando

No dia seguinte eu estava um pouco nervosa, arrumei minha roupa e peguei o celular pra ligar pra Malu quando parei em frente a mansão que ela me mandou que por sinal era gigante

—Malu eu tô nervosa— disse assim que ela atendeu

—Só se acalma, respira fundo e vai devagar em direção a porta ok?

—Ok

—Boa sorte, vai dar tudo certo e independente do resultado sinto muito orgulho de você, ok?

Respirei fundo antes de responder —Ok

—Você consegue Bárbara— murmurei e antes de bater na porta ela foi aberta de uma vez e tomei um susto ao ver o cara da carona ali, fiquei constrangida e ele limpou a garganta

—Ah, devia imaginar que era você, entra— ele disse dando espaço

Entrei observando tudo ao lado de dentro e era muito confortável mas também era um lugar descolado, tinha bem a vibe do rapperzinho aqui mesmo

—Eu estava te esperando, na verdade a Teresa porque ela quem vai te ensinar e te orientar do que deve ser feito— ele foi dizendo sem parar

—Espera, você não vai fazer a entrevista?

—A chata da Malu praticamente implorou para eu te dar uma chance e eu não vejo porque não tentar mesmo que eu tenha percebido que você está sempre atrasada

—Ok, obrigada pela oportunidade, não vou decepcionar— falei e ele me encarando tanto que eu corei ficando envergonhada

—Espero mesmo, vai ser somente uma chance, se errar com o meu filho a porta da casa é serventia da rua

—Mas o ditado não é, a porta da rua é serventia na casa?— questionei e ele bufou

—Você entendeu— ele disse passando a mão no cabelo —Vou chamar a Teresa e o Théo

Ele disse e eu assenti e quando ele se virou me peguei observando tudo com curiosidade até escutar um pigarreio e um gritinho fininho logo depois

titia do boiinho— vi o menino correr em minha direção e dei um sorriso nervoso

—Garoto do bolo de abacaxi— falei e ele sorriu me olhando

—você veio trazer bolo de abacaxi pra mim?

—Eu-

—Théo você lembra que o papai disse que ia chamar uma pessoa para ajudar a Teresa e o papai tomar conta de você?— Ret perguntou

—Sim papai

—Então, ela é a sua nova babá— Ele disse e se aproximou se agachando em frente ao filho que me observava —Você quer dar um Oi para a Bárbara?

Théo assentiu e me olhou sorrindo

—Oi tia babara, seja bem vinda— ele disse e eu sorri meio nervosa ainda

—Oi Théo

—Bárbara a Teresa vai te orientar em tudo, te dar o seus horarios e te passar as coisas

—Ok

—Seja bem vinda— Teresa disse sorrindo e eu sorri de volta

Enquanto Théo estava no quarto com o pai, Teresa me apresentava a casa e me dizia oque fazer

—Então você entendeu né?— questionou e eu assenti

—Devo chegar sete horas da manhã para acordar o Théo, dar banho, café da manhã e levar pra escola, depois buscá-lo, dar outro banho e o colocar pra dormir e então 8 da noite eu estou dispensada— falei repassando e ela assentiu

—Não sei porque, mas tenho pressentimento de que vai dar tudo certo— ela disse e eu resmunguei meio nervosa

Esse não era o emprego dos meus sonhos, não gosto de crianças e muito menos de toque, mas é uma necessidade onde eu me vejo obrigada a forçar o meus limites para não simplesmente morrer

Escutamos um barulho na escada e nos viramos dando de cara com Filipe que descia correndo

—Teresa, o Théo está cochilando tenho que dar uma saída, posso contar com você?— Perguntou e Teresa assentiu sorrindo
—Como foi?— ele trouxe seu olhar até mim

—Bem— falei baixinho

—Ótimo, vejo você amanhã— ele disse saindo pela porta mas rápido do que quando chegou

—Não liga, é o jeito dele com quem ele ainda não conhece— Teresa disse e eu assenti

—Teresa acredite ou não, eu preciso tanto desse trabalho que não vai ser um patrão enjoado ou uma criança perturb- quando me toquei o que eu ia falar eu tossi sem graça
—Enfim, eu vejo você amanhã às sete— falei e ela assentiu

Quando cheguei em casa não tinha ninguém pra minha sorte, peguei um biscoito recheado na dispensa e fui pro meu quarto o trancando, coloquei o alarme para despertar e fui tomar um banho, depois comi o biscoito e fui dormir

Olhos de oceano - Filipe ret Onde histórias criam vida. Descubra agora