XXV

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Arlissa

"Nos dias mais negros, em que o sol esconde-se nas  nuvens.. ainda é possível ver uma fração de luz"

Anos atrás

O ar explodia em meus pulmões e os galhos rasgavam minha pele como se fosse nada, meu corpo doia todo e estava quase sedendo, quando me lembrei o motivo pelo qual eu corria.

- Vem aqui criança estúpida.- ele gritou alto e corre ainda mais.

O medo  de que ele me agarrasse  era minha adrenalina para correr mais rápido, não me importei com o frio ou o facto de estar quase sem roupas, eu so queria correr para me livrar dele.

- Para, ou eu faço muito pior com teu irmão gêmeo.- Parei abruptamente e cai de joelhos.

Meu irmão? Não, ele não. O monstro odeia nos dois, mas castiga a mim e assim tem se ser, nunca ninguém tocará no meu irmão, nunca.

Presente

Eu não me sentia mal ou fraca por chorar na frente dele porque ao contrário dos outros, eu não vê pena,  julgamento ou qualquer coisa  nele. Ele me deu força  para sair do meu pesadelo, abraçou minha mão e acariciou meus  cabelos para mostrar que aquilo não erra real, que eu podia sair dele e que ele estava ali.

Que aquilo não me machucaria mais e que pela primeira vez, eu não estava sozinha e tinha alguém para confortar no mínimo que fosse aquela dor.
Como quando ele implorou para jogar e compartilhar aquele momento e gosto pelos jogos, oque foi maravilhoso, porque nós tínhamos aquilo em comum e descobrimos que jogar juntos é esplendoroso.

Sente ele apertar minha cintura e logo constatei que ele não estava se aproveitando, está com medo. Ri com isso, quem diria que o poderoso chefão tem medo de andar de moto.

Como ele pediu, parei em um Starbucks que ficava bem no centro e era bem movimentado a essa hora. Parei a moto e a desliguei, Santa Cruz logo saltou dela e correu para uma lata de lixo, sai da moto e o segui, peguei meu celular e comecei a gravar a cena.

- Isso, vomita com fé.- Me matei de rir.

Depois de uns cinco minutos o santa Cruz se afastou de seu novo amigo e veio até mim.

- Foi  bom?

- Ainda bem que não come nada - Limpou a boca.- Não ando com você de novo nunca mais.- Declarou firme.

- É, e como pretendes sair comigo assim?.- Questionei tentando reprimir um sorriso.

- Vamos de Uber.- declarou e saiu andando para dentro do Starbucks, explodi em uma gargalhada alta.

Tentei recuperar o fôlego e respirei fundo, seguindo ele para dentro. Entrei no lugar e o vê mexendo no celular em uma mesa. Me aproximei dele  e sentei na cadeira vazia.

- Desta vez eu dirijo mais devagar, eu prometo.- levantou o olhar do celular e fixou em mim.

- Não, desisto disso.- guardou o celular e levantou a mão para fazer um pedido.

Logo apareceu uma garçonete toda se achando e fixou o Santa Cruz nem se importando que eu estou aqui.

- Quero dois cafés com leite e donots.- torce o nariz para  o pedido dele, eu odeio café principalmente se não vou trabalhar.

- Diz lá rainha Elsa. 

- Eu não vou trabalhar hoje então não têm porque o café. Eu odeia café, sobretudo se não vou trabalhar.- a garçonete olhou para mim e finalmente notou que eu existo.

Submerso (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora