LXXII

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Arlissa

" Apesar de tudo, que mãe resiste ao choro sofrido de seu filho?"

Porque crianças não calam a boca? Porquê elas têm que fazer a vida de todos um completo inferno? Essa é a terceira noite consecutiva que não consigo dormir e minha cabeça estava a ponto de explodir com tudo isso. Para piorar, parece que alguém ampliou o choro delas para chegar mais intenso ao meu quarto, fecho meu livro de mitologias e respiro fundo.

Levantei da cama e coloquei um robe para cobrir o meu vestido, sai do quarto com a intensão de parar com isso tudo, eles precisam mudar de quarto. Abre a porta abruptamente vendo que não tinha ninguém no quarto, ótimo deixaram elas aqui chorando sozinhas. Me aproximei do berço e afastei a protecção, constando duas meninas iguaizinhas a mim, com os olhinhos azuis concentrando em mim como se eu fosse seu maior mistério neste momento e até era. Fechei a proteção com medo e respirei fundo, vamos Arli pelo bem do teu sono e da tua cabeça.

Voltei a abrir a proteção e me abaixei as pegando no colo, era estranho ter elas duas no meu colo sobretudo enquanto elas me observam como se fosse algo mágico e maravilhoso. Sai do quarto com a intensão de parar com o choro delas, as levei para o jardim da mamã onde a lua iluminava todas as lindas flores.

Eu parecia uma ladra, mas ao menos elas não choravam mais e isso por se já é uma vitoria, cobre o chão com uma coberta e nos aconchego nela.

- Vocês são muito estranhas, porque não me deixaram dormir nesses dias e porque me olham assim?- era estúpido sabendo que elas não responderiam, mas é uma forma de desabafar um pouco.

As íris azuis continuaram fixando em mim e acabei sorrindo com isso, as duas são lindas e para bebés prematuras são bem gordinhas.

- Essa luz branca vinda de cima é a lua, ela brilha assim quase sempre e é muito bonita apesar de pertencer a noite. Ela brilha como a safira, e tem uma luz diferente.- sorri imaginando.- Vocês tem carinha de Safira e Lua, aposto que você - apontei para a que me pareceu calminha.- És como a lua, bonita e brilhante, uma linda Luna e você - apontei para a outra que acho que sorriu - És uma safira, linda e preciosa.

Acho que elas sorriram para mim então sorri também, as peguei no colo e as duas colocaram a mão no meu peito. Eu tinha esquecido que produzia leite já que não sentia ou melhor reprimia a dor. Afastei meu robe e deixei meu seio a montra e tentei fazer elas mamar como deu, com atrapalhos consegue fazer direito e elas começaram a sugar forte e acho que é vingança por não as ter tocado neste tempo todo, mas.. é uma sensação boa e não é tão horrível como pensei.. estava gostando até.

- Luna e Safira, brilhantes e puras.

Fizeram sons estranhos e acho que sorriram para mim, era engraçado ve-las tentando sorrir ou sei lá oque se passa na cabeça delas. Mas é estranho e engraçado.

Depois de algum tempo elas dormiram e estavam tão serenas e calmas que não pareciam em nada com as pequenas sirenes que tanto choravam. As equilíbrio no colo e como uma ninja observo o movimento e vejo que estão todos na sala, alguns dormindo e outros fazendo sei lá oque. Então sube para o quarto e as coloquei onde deveriam estar, sem olhar para trás sai do quarto e voltei para o meu onde finalmente podia dormir em paz, mas aquela noite tinha algo diferente e estranho.

🌺🌺🌺

Nas noites seguintes aconteceu a mesmíssima coisa, eu entrava no quarto como uma pequena ladra e as retirava para observarmos a lua juntas e ouvir músicas da Celine e Adele, não sei como ninguém notava isso. Já que era óbvio que elas mal choravam e estavam sempre dormindo de dia pela hora que elas ficavam fora, sinceramente que pessoas distraídas eles me saíram.

Submerso (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora