XLI

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Arlissa

" Algumas pessoas pensam que as coisas materiais
D

efinem o que elas são por dentro"


- Atenção gente! - O tal leão gritou e todos pararam para olhar para nós.- Essa é a Arlissa é a mulher do Owenzinho, quem mexer com ela morre.- todos assobiaram e eu corei, não pude evitar.

Depois de gritar ele nos desceu da mesa e voltamos para o lado do Owen que sorria feito criança com doce.

- Cuida da mina gostosa Owenzinho.- Os dois fizeram uma espécie de toque.
 
- Eu e ele não temos nada.- cruzei os braços empurrada e eles riram.

- Ah têm sim - pelo visto aqui ninguém me daria ouvidos.

Owen nos levou para a mesa perto da barraca de comida e sentamos.

- Aqui vivem várias pessoas, americanos, brasileiros, angolanos. Muitas pessoas, com muitas culturas e hábitos diferentes que fazem esse lugar brilhar.

- Como conheceste aqui?

- Em um passeio com o Arthur, a gente precisava de um lugar calmo para beber e viemos parar aqui. Eles se tornaram nossos amigos quase família.- eu sorri.

Fiquei espantado por o Santa Cruz conhecer uma favela, mas o geito como ele fala, faz ver exatamente  como eles são especiais para ele. É surpreendente ver como um homem como ele fica mais avontade e feliz no meio da favela.

Eu já fui ao broklyn algumas vezes, gosto bastante de lá, as pessoas são simples e acolhedoras apesar da situação em que vivem e sempre estão com um sorriso no rosto. E conhecer esse lugar é incrível.
 
- Meu novo lugar favorito.- ele riu e mordeu o lábios.

- Espera até provar a comida.- levantou e foi até a barraca.

Duas meninas loirinhas e bonitinhas sentaram no seu lugar e ficaram ne encarando 

- Tu és lindíssima, tua cor e linda - eu sorri e elas sorriram também.- Quem me dera ter a tua cor.

- Tua cor também é linda.- elas eram branquinhas como papel e muito fofinhas.

- Mesmo assim. Eu sou Alice e ela e Alana.

- Arlissa.

- Tu e o corpinho bonito fazem um ótimo par, gostei de ver ele com alguém como você.

- Como eu?

- É, tu pareces ser simples e boa.  Não como as riquinhas esnobes e cara de quem comeu e não gostou.- fez cara de nojo e eu ri alto.

- Também não gosto de pessoas assim - nos rimos

Alana e Alice ficaram me fazendo companhia  enquanto o Owen não chegava e com isso descobre que elas são angolanas que vieram morar aqui com a mãe e o pai quando eram bem pequenas, as duas estudam medicina legal e achei muito fixe.

- Então vocês gostam de mortos.

- São muito legais.- a empolgação delas me fez sorrir. Um dia gostaria de ver elas trabalhando, e ver como se faz uma autópsia.
 
- Problemas, desandem  - Owen chegou  e elas riram.

- Agente estava só conversando, não é Arlissa?

- É, estávamos conversando.- Owen olhou para nós desconfiado e arregalou os olhos.

- Vocês  três são problema ambulante, então vão se afastando ja.- elas riram e deixaram um beijo no ar antes de sair.
  
- Pronto, carne no espeto com uma iguaria angolana chamada kwanga e um delicioso  cachorro quente.- minha boca salivou mesmo não sabendo o que era  e logo peguei uma porção.

Submerso (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora