LVIII

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Arlissa

" Quanto mais você forçar sua entrada, mas você estará fora"

As mitologias são uma maneira diferente de explicar a criação do mundo e da humanidade e de certo modo a crença de algumas religiões, porém, nem todo mundo intende isso, as vezes é só uma questão de ter a mente mais aberta e saber explorar bem as coisas. De frente ao Hudson com uma taça de vinho e o meu livro preferido  em mãos, eu só podia suspirar com o silêncio da natureza e o som das águas  azuis, é bom demais ter esse tempo só meu, sem família, problemas  e exposição, só a Arlissa e a Arlissa e nada mais.

Continuei lendo meu livro e a cada página eu ficava mais absorta e compenetrado nele como um íman com metal, esse é o poder de um bom livro  e do bom e precioso silêncio e paz. Bebi mais vinho e aumentei o som da música, bendito o dia em que Samir me trouxe Aqui.

- Com todo mundo atrás dela, ela está aqui apreciando o seu vinho.- revirei os olhos e bebi mais vinho.
 
- Pois é, as vezes as pessoas precisam sentir a nossa falta.- Samir sentou ao meu lado e serviu vinho em uma taça e voltou a encher a minha.

- Tens razão doçura.- não gostei do tom desse apelido.

- Doçura?

- É como o teu pai chama carinhosamente a tua mãe.- demorou imenso, fechei o livro e me virei para ele.

- Aylan e Sasha não são meus pais e não me chama assim.

-  E quem é? O monstro que usou e abusou de você quando eras criança? - apertei meu livro com força e fechei meus olhos para conter a raiva.- Esses olhos não me assustam Arlissa, e tu precisas  de algumas verdades.
 
- Que verdades? Que minha mãe não é minha mãe? Minha irmã é minha mãe e que meu pai, o homens que destruiu  minha infância é meu avô que me culpou até o último suspiro de todas as suas desgraças? Não é necessário eu já sei!.- lutei contra as lágrimas que teimaram em cair, não derramara mais nenhuma lágrima deste rosto.
 
- Não. Eu sei oque é não saber realmente quem somos, mas também sei muito bem que mágoa cega a razão e a lógica.

- Explica isso horus vivo, talvez eu não estou vendo directo.- debochei e ele sorriu fraco.
 
- O que ninguém vê é que Sasha sofre por não ter suas memórias, que durante anos a fio meu tio tentou todos os médicos possíveis, mas ela não recuperou pelo contrário ela piorava... sangrando com força e com dores de cabeça horríveis. Tu não vês os olhos de orgulho e carinho com que meu tio olha você e o Aiden enquanto vocês os chamam de família sensação.
 
Infelizmente o casal sensação estava muito perto por causa da Hinata já que ela cismou em ficar com a gente para nos conhecer e "cuidar de nós" eu evitava a mil olhar para eles ou trocar palavras, traziam a Hinata e pronto nada mais que isso.

- Eu não posso ver algo que não conheço, não posso sentir algo que não nutri e não conheço.

- O amor da trabalho e exige tempo, essa a regra, porém quando fechamos  o nosso psicológico para isso, nós não sentimos. Com o tempo a gente ama, a gente doa, sorri e agrada a pessoa que amamos e com vocês não é diferente - Samir me fitou com seus olhos intensos  e não consegue desviar.- A família " sensação" como chamas nunca foi completa sem os gêmeos "sensação"

Engoli em seco e desviei o olhar, a conversa acabou.

- A única que me ineteressa minimamente é a Hinata e nada mais.-  arrumei minhas coisas e me dirige para o carro, precisava me afatar do defensor da justiça. Entrei  no carro e dei partida, a droga é que teria que dirigir por duas horas.

🌺🌺🌺

Com meu dia de leitura arruinado  decide ir trabalhar para tirar a conversa com Samir da cabeça. Estacionei na frente do prédio e sai do carro. Entrei e tinha um murmurinho estranhamente  incomum aqui, dei de ombros e sube as escadas. Parei no meu andar e me dirige até a minha sala quando vi o motivo da murmurinho incomum, a família sensação está me perseguindo não é possível.

Submerso (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora