XXXII

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Arlissa

" Aqui flutuamos sobre o azul do mar, deixa-te embalar nestas ondas deixa-te levar, um beijo ao vento mandarei para ti, tu daras vas sentir nesta brisa que és tudo para mim "

A voz ficou cada vez mais longe, mas era uma voz de calma e serenidade, todavia... se voz ficou longe, onde eu estou?

Abre os olhos devagar e quase me seguei com tamanha luz branca que iluminou meus olhos.

- Tu estás tão crescida-. Imediatamente abre os olhos e contemplei a pessoa de quem eu sentia mais falta.

- Sasha.- corri até ela e abracei bem forte.

- Minha menina linda.- afagou meus cabelos e sente lágrimas molharem meus rosto.

- Tenho tantas saudades tuas.

- Eu também, mas não devias estar aqui.

- A voz que esta cantando me trouxe aqui, eu...

- Tu estás aqui, mas não podes ficar.- ela sorriu e mais lágrimas caíram.- Em breve nos voltaremos a ver, até lá... se feliz minha pequena Liri.- beijou minha testa e se foi.

Queria gritar e dizer para não ir embora, mas não consegui, nunca vi a sasha tão radiante e feliz, tão plena e ao mesmo tempo tão ela.

Voltei a realidade quando a voz se tornou tão forte e única, uma voz que de certo modo me trouxe paz e alegria, continuei com os olhos fechados  só para apreciar mas a voz.

" Porque  não posso estar junto a ti, embora esteja quase a tocar-te, quero saber se tu , se tu estas como o amor a alcançar-te "
 
Carinhos leves no meu cabelo, rosto e braço, era como se essa pessoa  soubesse de como eu precisava disso, mesmo que eu  não saiba disso.

"  Pra que serve esta chave? Abre o cofre do tesouro, abre a tua alma. Bem baixinho diz que me amas, para mim isso é tudo e não é difícil de dizer, o amor quero sentir "

A voz parou, mas os carinhos não. Abre os olhos e contemplei  a Diana me fazendo carinho  enquanto minha cabeça estava em seu colo. Virei meu rosto e olhei para ela que olhava para mim com um sorriso bonito. 

- Obrigada.

- Tudo bem.- ela sorriu como se soubesse exatamente pelo quê eu estava agradecendo e pelo sorriso talvez ela saiba.

Fechei os olhos e continuei  apreciando o carinho que ela fazia na minha cabeça, era bom, ela estava me consolando e eu precisava disso.

Nunca me consolaram pela morte da sasha ou da minha avó, eu nunca quiz e sempre preferi consolar os outros a eles me consolarem a mim, mas hoje Diana atenciosamente está me consolando, como é que as vezes temos coisas que nos nem sabíamos que queremos?

Sente lágrimas molhando o meu rosto e tenho certeza que não são minhas, abre os olhos e Diana estava chorando como um bebé que vê e se compadeci com a dor da mãe.

- O que foi? - levantei de seu colo e peguei suas mãos.

- Tu sofres tanto, tens tanto dentro de você.. que é difícil.- respirei fundo e fechei os olhos, me concentrei nas suas mãos  e na sua aura.

Abre os olhos rápido e fixei meu olhar bem em seu rosto, Diana é sensível e empatica, ou seja  ela consegue sentir e entender tudo o que eu estou sentindo e não adianta mentir para ela, ela consegui saber. Empáticos são raros assim como meu irmão e eu, não é fácil sentir o que as pessoas sentem ou o que elas são de verdade.

- É difícil, porém eu consigo, a cada dia eu consigo.

- Como consegues? Como isso não te absorve? Não só os sentimentos... mas sentir as pessoas, como?

Submerso (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora