LV

58 16 90
                                    

Arlissa

" Eu não consigo decidir o que está errado, o que é certo.
Qual caminho devo seguir?

Dove Cameron - If only "

Quanto mais a chuva cai, mais frio eu sinto, os trovões rasgam o céu e amedrontam as pessoas, tal como a verdade rasgou a minha alma e encarar me amedronta.

Mas desde que falei com a Vitória, eu não sei mais nada, minha mente está confusa e paralela, porém, têm algo que ela disse que não posso negar e muito menos ser ingrata para não admitir.
 
" Vossa mãe amava vocês mais que tudo no mundo, ela sacrificaria tudo por vocês"

Apesar de estar perto de nós como nossa irmã mais velha, Sasha sempre teve um cuidado especial comigo e meu irmão, ela sempre foi protetora, amiga e muito amável demais com a gente tanto que as vezes desejei mesmo que ela fosse minha segunda mãe. Encaro seu anel em meu dedo e uma dor atravessa meu peito, porquê ela não foi nossa mãe? Porquê ela deixou a ma.. a  Lara cuidar de nós? Porquê ela morreu e não pode responder nenhuma das minhas perguntas?

- O mesmo fanatismo pelas coisas da natureza.- meu peito parou e meus olhos encheram de água, ouvir a voz dele era calmante

- Vai embora.
 
- Não.- a luz cegou meus olhos e os fechei com força, estou no meu quarto a dois dias no escuro.- Que possilga.- como ele se atreve a insultar o meu quarto bagunçado parecendo lixão?

- Que seja, sai do meu quarto.- fica e me abraça bem forte.
 
- Da possilga.

- Sai.

- Mas é uma possilga.

- Tudo bem, sai da minha possilga.

- Não.- puxei a coberta até a minja cabeça e o ignorei.

- Oque fazes aqui?

- Passear, Camarões é lindo. 

- Vai passear para outro lugar.- resmunguei e mantive a coberta onde estava.

Owen começou a mexer não sei em que  e fazia barulhos irritantes, se ele ta achando que vai me tirar daqui está muito emganado, eu só saiu daqui quando ele for embora. O maldito começou a assobiar e cantar e rangue os dentes. Merda! Esse imbecil não vai me deixar em paz tão cedo e eu não posso levantar e muito menos sair da coberta ja que meus braços e pernas estavam tão feridos e machucados que doi até mover.

- Pronto.- revirei os olhos e tirei a coberta da cabeça. Olhei ao redor e está tudo limpo, minha possilga tinha virado um brinco esta tudo limpo e não tinha mais aquele cheiro.- A possilga já não existe.

Esquece da dor e machucados e sentei na cama para olhar melhor, está realmente tudo limpo demais, olhei para ele e seus olhos estão cravados nos meus braços e instintivamente voltei a me cobrir com a coberta.

- Era disso que mais tinha medo.- virei o rosto e morde o lábio com força.
 
Não queria que ele me visse assim de novo, mas essa era a única forma de não passar a faca nos meus pulsos.
 
- Vocês causaram isso.- tentei me defender mas eu sabia muito bem que a culpa é minha, eu tenho que ser mais forte a esse impulso e não consegue.
 
- Tu não és fraca, mas, eu devia saber que o tamanho da dor que sentias causaria isso.- a cama afundou do meu lado e ele passou seus dedos por meu queixo prendendo nossos olhares.- Eu vou cuidar de você.

Sorriu de leve e levantou, voltei a olhar para a janela e a chuva ainda caia densa e forte como se quisesse inundar o mundo com suas águas frias e geladas. Owen voltou com um kit de primeiros socorros e começou a limpar meus braços, ele era delicado em cada movimento e passava o mais suave possível para não machucar mais. Terminou de limpar até as minhas pernas e passou um bálsamo por elas.

Submerso (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora