Capitulo 18

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Ao entrarem na sala dela, Maite fechou a sala. Estava estranhando aquilo cada vez mais. Fechou a porta e as persianas, apontando as cadeiras em frente a dela para que eles se sentassem.

Maite: Alfonso, fale de uma vez. Está me assustando. — Pediu.

Christian: O que está acontecendo? — Alfonso suspirou, engolindo o seco. Os dois o encarando enquanto ele procurava as palavras certas para usar.

Alfonso: Tem alguma coisa acontecendo com Anahi. — Christian o olhou, intrigado. Maite arqueou as sobrancelhas.

Maite: Como assim? Que coisa? — Entrou em estado de alerta. Como Alfonso poderia saber de algo que estava acontecendo com a amiga mas ela não?

Alfonso: Eu não tenho certeza mas olhem... - Ele parou, pensando nos primeiros fatos que aconteceram. — No dia da festa, a que nos conhecemos. — Olhou para Chris. — Joseph chamou Anahi, seu tom de voz estava... Irritado, quase pude ver fumaças saindo pela orelha dele. — Chris, que entendeu onde aquela conversa iria chegar, massageou as têmporas, pensando no que falaria. — Depois, vi uma marca no braço dela. Ela me disse que caiu, mas eu não acreditei, claro. Era a marca de uma mão. Ela cobriu, mas eu consegui ver. E ontem Izzie me disse que ela desmaiou, disse que comprou os remédios para ela e que um deles era remédio para dormir. — Ele os encarou, os dois esperando a conclusão. — Eu acho que Anahi sofre violência. Joseph bate... Espanca ela. — Falou, sentindo a boca amargurar ao dizer aquilo em voz alta.

Maite: Não pode ser.. — Parou, refletindo, parecia que tinha levado um tapa. — Digo, eu teria percebido.

Christian: Anahi se tornou profissional em cobrir as marcas, Maite. Vocês nunca teriam percebido. — Se pronunciou, por fim, sentindo os olhares queimarem sobre ele.

Alfonso: Então é verdade? — Christian assentiu, Alfonso cobriu os olhos com a mão, balançando a cabeça. A confirmação só tornou o que ele já sabia mais real, mas não ajudava em nada. Pensamentos, pensamentos...

Maite: Você sabia? Perguntou, primeiro em sussurro, para então. — VOCÊ SABIA ESSE TEMPO TODO E NUNCA NOS DISSE NADA? — Ela avançou em direção a Christian, mas Alfonso a deteve a tempo. — O QUE VOCÊ TAVA PENSANDO QUANDO ESCONDEU ISSO, HUM? ELA PODIA TER MORRIDO. — Os olhos dela, que até então estavam vermelhos de raiva, se encheram de lágrimas após entender o que dissera. Sua amiga, sua Any...

Christian: Mai, eu não podia. Não só por que Anahi me pediu, mas também por que eu não queria que vocês entrassem nisso. O instinto de amizade de vocês, o de proteção, ia explodir no primeiro momento em que colocassem os olhos em Joseph. Não me entendam mal, quando eu o vejo só consigo imaginar minhas mãos em volta do pescoço daquele desgraçado, mas eu precisava que vocês a apoiassem. Já era demais pra ela que eu soubesse, ela já se sentia julgada demais por mim, mesmo que eu nunca tenha feito isso.

Alfonso: Por que? — Eles o olharam. — Por que ela passa por isso? Só pode ser amor. — Riu, debochado.

Maite: Nunca foi amor. — Disse, firme. — Ela nunca o amou. — Alfonso suspirou. — Qual é, eu a conheço desde que éramos bebês, sei o que estou dizendo. A única pessoa que ela realmente amou foi você, Poncho.

Alfonso: Não me diga isso, Mai. Por favor, não faça isso. — Ele apertou os olhos, contando até cem. Não queria explodir, não sabia o que pensar ou o que sentir.

Christian: Ela tá certa, Poncho. — Ele ergueu o olhar. — Não conheci você naquela época. Não conhecia vocês, não sei como eram. Mas ela só amou você. E eu nem precisei te conhecer pra concluir isso, ou vê-los juntos pela primeira vez. Não precisei de nada disso, só precisei prestar atenção quando ela me contou da sua história.

In Another LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora