Capítulo 48 - O Fim da Opressão

15 0 0
                                    

(Kiet)

Saí do apartamento apenas para marcar presença no jantar. Um evento que, aposto, Paramita ainda não conseguiu digerir. Pi informou-me que, até novas ordens, não podia sair de casa. Hoje, ele ligou-me para me apresentar na empresa. Estava ansioso por vê-lo, mas receava o encontro com Paramita.

Quando cheguei à porta principal da empresa, do outro lado da rua, vi um homem a sair. À medida que me aproximava, percebi que era o mesmo homem que tinha saído da casa grande. Logo a seguir, Pi Niran saiu em seu encalço. Pi sempre se afastou das pessoas, por isso questionava-me por que estava a agir de forma diferente com ele. O ciúme voltou a apoderar-se de mim enquanto observava a cena. Pi virou-se para mim, sorridente, e chamou-me:

— Nong Kiet!

Aproximei-me e, de imediato, Niran colocou a mão no meu ombro e apresentou-me:

— Este é Nong Kiet, o meu namorado.

A apresentação descontraída fez-me sentir mais à vontade. Niran continuou:

— Nong Kiet, apresento-te a Khun Premanat.

Fizemos o wai um ao outro e sorri. Niran explicou:

— Conheci Khun Prem em Londres há dois anos. Foi através dele que descobri o desfalque de Paramita. Desde então, unimos forças para desmascarar Paramita, reunindo o máximo de provas possível.

Senti um alívio. O olhar de Khun Premanat era de cumplicidade, e eu já conseguia mostrar um sorriso sincero. Niran finalizou a apresentação:

— A empresa vai formalizar um pedido de desculpas para limpar a imagem do seu pai, assim como lhe será concedida a devida indemnização. Se precisar de algo no futuro, por favor, não hesite em contactar-me.

Despedimo-nos de Khun Prem e, ao voltar-me para Niran, ele sorriu e abraçou-me.

— A Paramita já não é um obstáculo para a nossa felicidade — disse ele.

Aquele abraço era uma combinação de trabalho árduo, saudade reprimida e o fim de um estado de opressão. Confortei-o com carinhosas palmadinhas nas costas e beijos ternos na curvatura do seu pescoço.

Após algum tempo, tentei afastar-me, mas ele não me deixou.

— Não te afastes, preciso de ti — confessou, sussurrando.

— Afastar-me de ti? Nunca — respondi, com a voz baixa.

Esse momento de descompressão foi abruptamente interrompido por um toque de telemóvel. Do outro lado, ouvi a voz de Khun Pim:

— Khun Thirasak, está aqui o secretário que redigiu a ata da reunião, com as respectivas assinaturas.

— Senhorita Pim, peça ao secretário que coloque a ata sobre a minha secretária. Quanto a si, está despedida. Por favor, dirija-se ao departamento de recursos humanos o mais rapidamente possível para acertar as contas e receber os seus direitos.

Desliguei a chamada e olhei para Niran.

— Vamos ao escritório — disse eu.

Quando entrámos, fomos novamente alvo de olhares, mas senti que eram olhares de admiração. Poderíamos ter usado o cartão de Khun Prem, mas ele fez questão de dirigir-se à recepção pessoalmente.

— Por favor, emitam um cartão de livre acesso para Khun Kiet Sattaphong — ordenou ele.

Depois de assinar a ata, finalmente disse:

— Vamos para casa.

Este momento foi um passo significativo para a nossa felicidade e uma nova fase na nossa vida.

Thirasak & Kiet - O Reverso Do Ódio  Onde histórias criam vida. Descubra agora