Capítulo 4. Chegada da carruagem

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➼ Trouxe uma atualização surpresa para meus docinhos hihi. Boa leitura!

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Capítulo 4 - Chegada da carruagem

“Às vezes acredito que o conheço”.

Essas palavras pareciam ter se gravado no cérebro de Jimin. Palavras simples, palavras francas. Palavras que o assustavam.

Moveu-se inquieto na poltrona. Estava em "seu" quarto, repousando junto ao pequeno fogo da lareira e pensando onde estaria o senhor Jeon Jungkook.

Esperou que estivesse ali mais cedo, mas não esteve presente na refeição de meio-dia e o capitão Hoseok só lhe dirigiu monossílabos, se é que chegou a falar.

Maldição.

Por acaso Jungkook não sabia que essa simples sinceridade era vergonhosamente desajeitada? Não sabia que diante um cavalheiro alfa um ômega devia agitar as sobrancelhas e dizer coisas sem sentido? Paquerar e brincar e sempre, sempre, ocultar seus verdadeiros pensamentos? Não dizer em voz alta palavras que tinham o poder de rasgar a alma do alfa?

“Às vezes acredito que o conheço.”

Que horrorosa a ideia de que ele pudesse conhecê-lo de verdade.

Park era um alfa que tinha passado os últimos meses dando caça sem piedade aos assassinos de Minjae. Buscava-os um a um, até encontrá-los, então os desafiava a duelo e depois os matava com sua espada.

O que pensaria um anjo de um alfa assim?

Ia se encolher de horror se realmente o conhecesse. Se afastaria e poderia se por a correr gritando. Rogava que Jungkook nunca visse de fato sua alma.

Era uma alma assassina.

Captou os ruídos de uma movimentação. A seus ouvidos chegou a voz do capitão Hoseok, a voz mais aguda da senhora Brodie e, em tom mais baixo, o constante falar desse estranho criado chamado Hedge.

Levantou-se da poltrona, saiu ao corredor e teve que ir apoiando na parede para chegar à escada, estava temporariamente lesionado e meio manco. Esse era o preço de ter se colocado no frio jardim a noite passada em busca de seu anjo.

Seus músculos não estavam completamente saudáveis, agora eles ficaram rígidos, por consequência caminhava como um velho, um velho recentemente golpeado e apunhalado.

Enquanto se aproximava do andar de baixo, conseguiu separar as vozes com mais clareza.

—... Carruagem do tamanho da metade de um baleeiro. Ostentoso, isso é o que é, pura ostentação.

Essa era voz do capitão.

— Eles vão querer tomar o chá, não acha, senhor? Tenho que ir ver meus pães-doces no forno!

A senhora Brodie.

E finalmente:

—... Tenho as costas doloridas, de verdade. Quatro cavalos, e são grandes os animais também. Estou velho. Poderiam me matar. E alguém importa? Não, claro que não importa. Só outro par de mãos isso é o que sou para eles.

Hedge, naturalmente sendo Hedge.

Sorrindo, chegou ao pé da escada e se dirigiu à porta principal onde estavam reunidos outros. Curioso como o ritmo e tom dessa casa.

— Boa tarde, capitão — disse — A que se deve este alvoroço?

— Alvoroço. Um imensa imensa carruagem. Não sei se poderá entrar no caminho da entrada. Por que alguém tem necessidade de algo assim não sei, em? Quando eu era jovem...

Amor & Tormenta {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora