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O vento frio batia na janela grande, forte o suficiente para ouvirmos o barulho dentro de casa, apesar das janelas fechadas. O som das gotas grossas de chuva também era ouvido pelas pessoas da casa, eu era uma delas.
Os olhos pesando, a cabeça doendo, o corpo agasalhado em roupas quentes, e um copo de chocolate quente em mãos. Eu já estava assim, deitada na minha cama há um bom tempo.
Pra falar a verdade, não fazia ideia de que horas eram, e nem se meus pais ou Hyo estavam em casa.
Havia se passado alguns dias desde o último contato que tive com Ryujin, e também alguns dias que eu não via meu pai. O mesmo estava hospedado em um hotel, obrigado pela minha mãe.
Assim que cheguei de Jeju, ela me contou que descobriu o que ele fez, e foi como se tivesse caído um balde de água gelada na minha cabeça. Eu nunca imaginaria que meu pai fosse capaz de algo do tipo.
Então, depois de horas chorando, minha mãe me contou que era seu plano se separar dele há alguns meses, mas que ficava preocupada com Jihyo, e tudo envolvendo a empresa, já que grande parte é da minha mãe.
Desde pequena eu sabia que quando mais velha, a empresa passaria para meu nome, foi quando eu comecei a ter mais responsabilidades e entender como funciona algo do tipo.
A empresa sempre foi da minha mãe, assim que meus pais se casaram, parte da empresa passou para ele, e até então, quem realmente trabalha e cuida da empresa, é ele.
E com a doce ilusão de qualquer criança que imagina que vai viver feliz para sempre com seus pais junto de si, vem o amargo da realidade.
Meus pais vão se separar.
E eu já estou bastante crescidinha para saber lidar com isso da maneira certa, afinal, eu realmente quero apenas manter distância do meu pai por um longo tempo.
Desde aquele dia, o céu amanhece nublado, e sempre termina com uma noite chuvosa e fria.
Lembro de Ryujin dizendo-me que é amante do sol, de sentir a pele queimar, a brisa do mar batendo em seu rosto. E fazia tempo que não chovia dessa maneira, acho que o universo apenas juntou o útil ao agradável.
Eu ao menos sei se ela está bem, se alimentando direito, dormindo bem, e isso me deixa tão preocupada.
Enjoada, eu deixo o copo com o achocolatado quente na mesa de centro e me ajeito na cama.
Parando para pensar, todos nós sabemos que o melhor a se fazer é nos afastarmos.
Eu e Ryujin nos amamos, mas toda a pressão da mídia, os olhares perversos em simples mão dadas, tudo isso é demais para nós, é demais para Ryujin.
Talvez meu pai esteja certo.
ꗃ
ㅡ O que houve com você? ㅡ Jiwoo, minha professora da universidade me questionou ao fim das aulas.
