III. telegraph ave.

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o começo desse capítulo tá muito detalhado, e eu achei muito fofo de verdade. uma gracinha!

aliás, me desculpem a demora :( eu ia atualizar esses dias, mas minha vó teve um AVC e ficou tenso pra escrever. talvez eu tenha que ir morar com minha mãe enquanto minha vó se recupera, e enquanto eu não me adaptar vai ser tenso escrever lá, porque tem criança e eles fazem muito barulho.

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Ponho meus pés na entrada do hotel que aparentava ter uma estrutura histórica. Ártemis estava logo a minha frente, encantada com os detalhes da recepção, era tarde da noite em Istambul, na Turquia, o céu caía em tons escuros, mas as suas nuvens eram claras como neve. Antes que a porta de entrada fosse fechada, me virei de costas para observar um pouco mais da beleza estrutural das áreas urbanas que se assemelham levemente com o estilo de vida ocidental. Sorri com a visão antes de voltar a caminhar até o balcão junto com Ártemis e sua família. Eles obviamente não eram capaz de me verem, mas se por algum acaso prestassem atenção nos sentimentos sufocantes que são transmitidos para eles quando estou perto, conseguiriam saber que há algo de errado, mas me faz feliz saber que a maioria dos humanos sequer conseguem perceber as mudanças de vibrações quando criaturas estavam próximos deles.

Me desfaço dos meus pensamentos quando de forma repentina, todos na sala começam a andar em direção a algum lugar. Tiro as minhas mãos do bolso e os sigo com uma distância de alguns metros. A recepcionista nos acompanha, seu hijab caí em um tom bege claro e suas vestes estão - culturalmente - adequadas, seu tamanco também bege faz com que o chão vibre em barulho, fazendo contraste com o silêncio desconfortável que ecoava entre os corredores. A moça deixou com Ártemis e sua família a chave do quarto de cada um, pendurado em seu chaveiro, um papel imprimido e plastificado que mostrava o número da porta que aquela chave abriria. Deixando com que seus hospedados seguissem o caminho, a recepcionista virou-se de costas e eu assumi que ela caminhou de volta para a recepção.

O hotel era antigo demais para um elevador, então subimos as escadas sem demais problemas. Ártemis - e eu - ficamos no terceiro andar, enquanto sua família continuou a subir as escadas em busca dos seus quartos. A garota de fios castanhos posicionou a chave sobre a entrada da porta de madeira, quando a abriu, me deu a visão de um enorme quarto. A cama era coberta com um lençol branco e vários volumes de travesseiros, as paredes eram feitas de pedras e o chão não tinha cerâmica, eu diria que mais se parecia com uma construção medieval, mas uma decoração moderna. Na parte de dentro, uma porta grande e aberta deixava visível uma jacuzzi de tamanho grande que me encantou imensamente.

— Uau! Aquilo é uma espada? — Ártemis questionou alto, desvincilhando suas mãos da maçaneta da porta e deixando a chave pendurada no local. Adentro um local com um sorriso no rosto, tirando a chave do local e trancando a porta cuidadosamente.

Olhei para a espada que a garota havia mencionado. Estava pendurada na parede, com um porta espadas, não era retiravel. A espada não chamou minha atenção, afinal, logo abaixo dela, fechado em uma estante com a porta de vidro, descansava um ukulele tenor de madeira escura, sem muitos detalhes.

— Será que dá para abrir isso? Faz tanto tempo que não vejo um ukulele na minha vida. — Me agacho, ficando próximo da estante e tocando o vidro com as mãos. Olho brevemente para Ártemis, que verifica as chaves no chaveiro.

— Tem 5 chaves aqui. Se pelo menos uma delas não for desse armário você é muito azarada. — Se agacha ao meu lado, tentando encaixar uma das chaves na porta, mas falhando. 5 tentativas depois, Ártemis me olhou com frustração, mas em seguida alguma idéia pareceu brilhar no fundo de sua mente. — Vamos quebrar a fechadura!

Always Look Behind You. - Billie Eilish. [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora