O choro do bebê ecoou pelo banheiro inteiro. Por alguns minutos, eu o balancei em meus braços, sussurrando calmamente. Suas mãos eram tão pequenas, seus olhos abriam e fechavam devagar, a boca emitia alguns resmungos. Era o bebê mais bonito que eu já tinha visto; sequer podia desviar os olhos dele.— Zayn? — Virei-me, vendo a mulher alta, loira e vestida de branco se dirigir a mim.
— Sim?
— Ela tem que mamar, vamos levá-la? — Esticou os braços.
— É claro. Eu sabia que toda essa agitação tinha um porquê. — Dei um sorriso depois de beijar levemente a cabeça dela e guardar na memória o cheiro tão familiar.
A mesma moça retirou o bebê do meu colo com todo o cuidado. Antes de sair do cômodo e ir até o quarto, me aproximei da banheira para colocar para encher; separei dois roupões e também duas toalhas, então saí.
Quando abri os olhos, Ian estava estalando os dedos na frente do meu rosto.
Olhei ao redor: eu estava no salão, sentado próximo a pilastra perto de onde a Barbara me deixou plantado, vendo-a sumir porta a fora. Automaticamente, levantei e prestei atenção no que meu amigo falava.
— O que aconteceu aqui embaixo, cara?
— Como assim? — Percebi que eu ainda estava ofegante. Ao fazer um esforço mínimo, lembrei-me de tentar ir atrás dela no momento em que as recordações foram puxadas para minha mente.
— A mulher que estava com você, ela passou por mim correndo. Eu tentei chamar, mas... O que aconteceu? Vocês discutiram?
Não fazia ideia de como explicar a situação para o Ian sem que isso expusesse o trabalho da Barbara e todo o resto, por isso eu menti:
— Não. Não aconteceu nada. Ela recebeu uma ligação e teve que sair às pressas. Algo com a família.
Ele ficou em silêncio após franzir o cenho.
— E você? Está bem? Por que ficou aí jogado?
— Eu tive uma rápida queda de pressão, fiquei distraído com a Barbara e acabei não comendo. Vou aproveitar a deixa e ir até a cozinha. Você quer alguma coisa, irmão? — Fiz dois joias com os dedões, apontando na direção da saída e começando a caminhar para lá. Ian negou.
— Não, valeu. O yakisoba está na prateleira de cima se quiser.
— Obrigado.
Abandonei o salão, passei pelas poucas pessoas ao redor da roleta e nas máquinas, em seguida subi as escadas até em casa, entrei na cozinha, retirei o celular do bolso traseiro pronto para ligar para a Barbara no instante em que a campainha tocou. Tocou uma vez e uma segunda logo depois, evidenciando a impaciência de quem quer que fosse.
Corri até a porta com o coração descompassado. Uma feição confusa tomou conta do meu rosto ao enxergar uma mulher desconhecida do outro lado. Seus olhos brilharam, seus lábios ficaram entreabertos e ela parecia sem reação por um momento.
— Pois não?
— Zayn! — falou, estranhamente emocionada — É você! É você mesmo!
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Submersos: Ecos da Verdade
Science FictionDepois de se tornar mãe e enfrentar a morte misteriosa do próprio marido, a agente Barbara Hawkins começa a sofrer de amnésia dissociativa enquanto precisa investigar uma série de desaparecimentos que assolam a sua cidade e, mais tarde, seu país. No...