26 | Uma vez e para sempre

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Beleza, a Allison vai cuidar de você e, enquanto isso, eu e o Spencer vamos cuidar do que precisamos para viajar até Nebraska e recuperar a Barbara.

— Vocês tem certeza de que isso vai funcionar?

— Eu sou médica, Zayn. — Allison colou dois eletrodos na minha cabeça, mais especificamente na testa, um ao lado do outro. — Não se preocupa, tenho tudo que preciso aqui e você vai ficar bem.

Ela olhou nos meus olhos ao passo que falava, tentando transmitir segurança. Não estava tão preocupado com o meu bem estar e sim com a possibilidade de não me lembrar nunca mais da minha esposa e de tudo o que passamos juntos. Segundo a Allison, terapia de choque poderia fazer com que eu lembrasse, aos poucos, daquilo que apagaram da minha mente.

— Assim que tivermos tudo planejado, vou avisar o pessoal da Unidade sobre o Alex e deixá-los alertas do que estamos fazendo; com certeza vamos precisar de reforço lá — Rio falou, observando o Tyler colocar o que parecia ser uma pistola grande em cima da mesa e dois macacões.

— Ótimo.

— O que é isso?

— Aqueles caras fazem experimentos em pessoas com alta tecnologia, a mesma tecnologia que faz a segurança deles, ou seja, é quase uma fortaleza e, para entrar, vamos precisar dessas roupas. É o único jeito de passarmos despercebidos pelos funcionários de lá e também pelos alarmes. Sem essas roupas, não podemos nem nos aproximar do lugar.

— Entendi. E essa arma? — Esticou a mão para tocar.

— É melhor tomar cuidado com isso, o tiro pode te deixar meio lerdo, em câmera lenta. — Tyler riu. — Já usei na Allison uma vez.

Nós o olhamos com indignação, então ele franziu o cenho como resposta.

— Por acidente, é claro — esclareceu. — Vocês têm uma visão muito errada sobre mim.

— Por que será? — Reid balançou a cabeça negativamente.

— Não foi muito divertido — sua esposa acrescentou. Deitei na maca e ela checou se o monitoramento dos meus sinais vitais estava em ordem.

— Conseguiu essas coisas com o Alex? — perguntei.

Você projetou — Tyler disse. Sentei outra vez na maca. — Tem muito mais de onde vieram essas.

— Eu?

— É, você sabia sobre a investigação da Barbara antes de ser pego e, por mais que eu odeie admitir, é muito bom projetando e construindo essas geringonças, por isso precisamos da sua memória de volta no lugar.

— Deite-se — ordenou a médica. Obedeci. Os dois homens voltaram a falar do plano entre si.

— Legal. — Sorri levemente. — Quero saber o que mais eu fiz quando recuperarmos a Barb.

— Você não vai precisar. — Allison inclinou a cabeça para ficar no meu campo de visão. Ela sorriu. — Vai lembrar por si mesmo.

Meu sorriso cresceu mais um pouco. Assenti, vendo-a se distanciar e prender meu corpo na maca com dois cintos: um na altura do abdômen e o outro nas pernas.

— Preciso mesmo de tudo isso?

— Sim, acredite em mim, o eletrochoque faz os músculos do seu corpo contraírem, então vai parecer que está tendo uma convulsão, mas eu vou controlar a intensidade e a frequência. — A mulher caminhou para perto do meu rosto com uma seringa nas mãos.

— O que vai fazer?

— Vou te dar uma anestesia geral. — Dito isso, continuou preparando-a para aplicação, mas eu a impedi.

Submersos: Ecos da VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora