33 | Três homens e um bebê

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Além do estreito de Carquinez, horário atual





— O Neal disse que eles ficariam desacordados, que merda deu errado? — gritei para o Reid que teclava no painel da sala de comando.

Eu acabara de rolar pelo chão depois de ser lançado na direção da parede pelo homem careca. Ele me olhava com tanta fúria que era difícil acreditar em alguma humanidade por trás daquela carcaça de titânio.

— Alguns deles têm o metabolismo diferente dos outros!

Levantei mais rápido do que ele pôde correr até mim, então saltei e agarrei sua cintura para derrubá-lo. Um vez que nós dois estávamos no chão, atraquei as pernas ao seu redor, me arrependendo quando minha mão acertou o meio de seu rosto. Grunhi e balancei a mão.

— Solta o soro outra vez, Reid! — Já havíamos enviado algumas naves para a superfície como o tal do Neal tinha instruído, mas, antes que acabássemos, alguns desses meta-humanos acordaram.

Foi a vez dele devolver o golpe que acertou minha costela. Sem que eu pudesse reagir, meu corpo foi erguido em uma de suas mãos e fui lançado novamente; dessa vez, derrubei o Rio quando passei por cima da mesa digital.

— Desgraçado! — Pus a mão na região da costela. Estava doendo tanto que podia facilmente estar quebrada.

O agente resmungou embaixo de mim e me empurrou. Não consegui levantar.

— Tem uma marca atrás da orelha dele, me diga qual é que eu vou procurar o código do implante que o Zayn disse — falou apressadamente, visto que o homem vinha veloz em nossa direção.

Estiquei a mão para pegar a arma derrubada no pé da mesa, levantei, pulei por cima dela e disparei incessantemente contra o careca de titânio. Como o esperado, os tiros eram espanados quando batiam contra seu corpo.

— Você tem alguma paralisante no traje ainda por acaso? — disse alto. O grandão não parecia entender uma palavra do que falávamos, ele apenas rosnava como um cão.

Rio me jogou o que eu pedi. Larguei a minha e a agarrei. Segundos depois, abaixei para não acabar levando um soco na boca, reclamando de dor pela costela ainda dolorida. Dei passos rápidos para trás, mirei e o tiro o atingiu na testa. No mesmo instante, seu corpo ficou lento e eu corri para ver o símbolo atrás da sua orelha enorme.

— Parece a letra i maiúscula.

O detetive arrastou o dedo pela tela no mesmo momento em que começamos a ouvir os murros que eram dados do outro lado da porta que nos trancava aqui.

— Rio... — Apontei a arma para lá, tirando os olhos daquela direção apenas para acelerar o Reid. — Rápido!

— Tem muitos meta-humanos atrelados a esse tipo de código!

— Desliga todos! — mandei um pouco mais desesperado ao enxergar a mão de um deles ultrapassar a porta acompanhada da sua cabeça e tronco. — Anda!

— Estou tentando!

Atirei sem esperá-lo se aproximar. Depois do segundo, muitos deles conseguiram passar; de repente, as duas portas se afastaram e, pelo meio, passou uma garota de cabelo trançado. Ao disparar contra sua cabeça, pude vê-la torcer-se para trás como se seus ossos não estivessem ali.

— Consegui! — Reid fez com que boa parte daquelas pessoas caíssem estáticas no chão, inclusive a garota que não teve tempo de se endireitar e caiu naquela posição. Engoli o bolo do estômago e continuei atirando nos que ainda estavam de pé.

— Para o elevador! — Apontei.

Corri atrás do Rio com a mão no bolso médio da calça, tirei a pequena mina dali e, assim que estava no tubo com ele, joguei-a pela fresta para que ela colasse no chão. Escutamos bipar e sentimos o estrondo e o tremor irradiarem depois que o elevador tinha descido.

Submersos: Ecos da VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora