Tyler abriu e fechou a boca várias vezes ao mesmo tempo que massageava o maxilar. No canto de sua boca havia sangue e um corte superficial. O agente da Unidade revirava a caixa que estava antes na casa da Barbara com uma mão só, visto que o outro braço estava enfaixado por causa do tiro. Depois que eu acertei um soco no Hawkins mais velho, nós fomos levar o Rio para ser atendido no hospital; agora estávamos na casa do Tyler. A esposa dele permanecia tão imersa na arrumação do porão onde estávamos que não prestava atenção ao seu redor, nem mesmo em seu parceiro que reclamava do soco ainda.— Eu espero que você não esteja achando que vai com a gente — disse ao agente o qual não se preocupou em olhá-lo para responder.
— Não preciso de autorização, sou um agente caso tenha se esquecido.
Allison continuava organizando a sala: havia medidor de oxigênio, de batimentos cardíacos e eletrodos na mesa, perto de outro aparelho.
— É mesmo? Então você devia ter agido como tal e acertado um tiro naquela ruiva antes que ela levasse a Barbara! — exaltou-se. — Mas quem levou a bala foi você, caso tenha se esquecido.
A vontade de acertá-lo outra vez que me consumia a cada palavra proferida por sua boca evaporou no momento em que o ouvi dizer quem tinha sequestrado a Barbara. Tenho questionado como eles foram parar naquela situação desde a partida para o hospital, mas não obtive resposta, já que os dois estavam machucados e incapazes de raciocinar ou dialogar.
De fato, Tyler poderia estar falando de qualquer pessoa ruiva, porém apenas uma me veio à mente a qual começou a encaixar algumas das peças do quebra-cabeças.
— Zayn, eu preciso que tire a camisa e que se deite aqui na maca. — Escutei a voz da Allison pela primeira vez naquela noite. Ou madrugada. Eu não sabia que horas eram.
Não prestei atenção nela.
— O que disse? — perguntei ao Tyler.
— Em que parte?
— Agora. Você disse aquela ruiva — repeti.
— E?
— De quem vocês estão falando? Quem era essa mulher?
Ele não respondeu. Rio desviou o olhar da caixa.
— Não sabemos. Eu tive tempo de ver o rosto dela por alguns segundos, mas não reconheci — falou.
Rapidamente, passei a mão no bolso de trás da calça, tirei dali o meu celular, acessei a galeria e procurei uma foto da Blair. Minhas mãos tremeram de leve assim que virei a tela para o detetive checar a imagem.
— Foi essa mulher que atirou em você? — Rio ficou perplexo, me olhou sem entender por qual motivo eu tinha uma foto dela. A sua voz logo soou apesar disso:
— Sim. Foi ela.
Deixei o celular na mesa, passando as mãos pelo rosto e levando-as à minha cabeça a tempo de ver o Tyler pegar o celular para ver a fotografia também.
— O que significa isso?
— Zayn, por favor. — Allison puxou-me pelo braço delicadamente. Deixei. Ela me sentou na ponta da maca e começou a ligar os adesivos no meu corpo quando tirei a camiseta.
— Por que você tem uma foto dela?
— Você a conhece? — foi a vez do agente questionar, interessado, todavia não tão exaltado quanto o outro homem ao seu lado.
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Submersos: Ecos da Verdade
Science FictionDepois de se tornar mãe e enfrentar a morte misteriosa do próprio marido, a agente Barbara Hawkins começa a sofrer de amnésia dissociativa enquanto precisa investigar uma série de desaparecimentos que assolam a sua cidade e, mais tarde, seu país. No...