25 | Eureca

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        Tyler abriu e fechou a boca várias vezes ao mesmo tempo que massageava o maxilar. No canto de sua boca havia sangue e um corte superficial. O agente da Unidade revirava a caixa que estava antes na casa da Barbara com uma mão só, visto que o outro braço estava enfaixado por causa do tiro. Depois que eu acertei um soco no Hawkins mais velho, nós fomos levar o Rio para ser atendido no hospital; agora estávamos na casa do Tyler. A esposa dele permanecia tão imersa na arrumação do porão onde estávamos que não prestava atenção ao seu redor, nem mesmo em seu parceiro que reclamava do soco ainda.

— Eu espero que você não esteja achando que vai com a gente — disse ao agente o qual não se preocupou em olhá-lo para responder.

— Não preciso de autorização, sou um agente caso tenha se esquecido.

Allison continuava organizando a sala: havia medidor de oxigênio, de batimentos cardíacos e eletrodos na mesa, perto de outro aparelho.

— É mesmo? Então você devia ter agido como tal e acertado um tiro naquela ruiva antes que ela levasse a Barbara! — exaltou-se. — Mas quem levou a bala foi você, caso tenha se esquecido.

A vontade de acertá-lo outra vez que me consumia a cada palavra proferida por sua boca evaporou no momento em que o ouvi dizer quem tinha sequestrado a Barbara. Tenho questionado como eles foram parar naquela situação desde a partida para o hospital, mas não obtive resposta, já que os dois estavam machucados e incapazes de raciocinar ou dialogar.

De fato, Tyler poderia estar falando de qualquer pessoa ruiva, porém apenas uma me veio à mente a qual começou a encaixar algumas das peças do quebra-cabeças.

— Zayn, eu preciso que tire a camisa e que se deite aqui na maca. — Escutei a voz da Allison pela primeira vez naquela noite. Ou madrugada. Eu não sabia que horas eram.

Não prestei atenção nela.

— O que disse? — perguntei ao Tyler.

— Em que parte?

— Agora. Você disse aquela ruiva — repeti.

— E?

— De quem vocês estão falando? Quem era essa mulher?

Ele não respondeu. Rio desviou o olhar da caixa.

— Não sabemos. Eu tive tempo de ver o rosto dela por alguns segundos, mas não reconheci — falou.

Rapidamente, passei a mão no bolso de trás da calça, tirei dali o meu celular, acessei a galeria e procurei uma foto da Blair. Minhas mãos tremeram de leve assim que virei a tela para o detetive checar a imagem.

— Foi essa mulher que atirou em você? — Rio ficou perplexo, me olhou sem entender por qual motivo eu tinha uma foto dela. A sua voz logo soou apesar disso:

— Sim. Foi ela.

Deixei o celular na mesa, passando as mãos pelo rosto e levando-as à minha cabeça a tempo de ver o Tyler pegar o celular para ver a fotografia também.

— O que significa isso?

— Zayn, por favor. — Allison puxou-me pelo braço delicadamente. Deixei. Ela me sentou na ponta da maca e começou a ligar os adesivos no meu corpo quando tirei a camiseta.

— Por que você tem uma foto dela?

— Você a conhece? — foi a vez do agente questionar, interessado, todavia não tão exaltado quanto o outro homem ao seu lado.

Submersos: Ecos da VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora