Acabo de complicar mais ainda a minha situação, aliás não apenas a minha, a de todos que estão nesse avião, ainda não consigo acreditar que o desgraçado do piloto quer tirar a própria vida e a de todos que estão aqui porque foi traído, ninguém teve culpa dele ter recebido chifres de presente, será que eu devo falar isso pra ele?
Melhor não, vai que o maluco resolve acabar com todos nesse exato momento.
Sinto que vou surtar e começar a xingar esse piloto desgraçado, mas respiro fundo e tento pensar numa maneira de chegarmos vivos em Noruega ou semi vivos se é que essa palavra existe.
PENSAAAAA HELENA PENSA diz o meu subconsciente.
Tenho 18 anos, mas já recebi chifres que é uma beleza, acabo por decidir que vou compartilhar algo bem constrangedor que aconteceu comigo para o piloto, mas é claro que o cara que queria me matar dois minutos atrás também vai ouvir, se eles espalharem, eu destruo os neurônios deles.
-Escuta só o que eu vou te contar, daí você decide se vale a pena viver ou não, também se vale a pena matar todos que estão aqui.-Digo essas palavras bem calmamente, por um segundo desacreditei, que fui eu que disse isso, o piloto apenas me lançou um olhar bem triste, confesso que aquele olhar doeu muito em mim. Ele apenas ficou em silêncio, talvez esteja esperando que eu fale.
-Por favor garota fala logo! -diz o copiloto.
-Eu tenho 18 anos e já fui traída por um cara que dizia que me amava loucamente, na altura eu tinha 15 anos quando eu namorava com ele. No principio do nosso relacionamento ele me tratava feito uma princesa, sempre dizia palavras doces e fofas para mim, ele era um príncipe encantado quando o conheci. Eu o admirava, porque ele tinha paciência comigo, suportava o meu jeito de ser, os meus surtos, os meus ciúmes, e sem esquecer que ele esperou por mim, pois eu não queria namorar com ninguém, mas ele acabou me conquistando, então agente acabou namorando a sério. Se passaram 7 meses e ainda estávamos juntos e cada vez mais estava apaixonada por ele, mas sempre tem um mas... num belo dia resolvi ir estudar na biblioteca da escola que estudava e aproveitar para ler uns livros, eu perdi totalmente a hora lendo. Ler livros que eu gosto me acalmava muito, e eu não me encontrava em perfeitas condições naquele dia, mas tudo piorou quando vi aquela cena...-Dei uma pausa, respirei fundo, pois estava prestes a chorar na frente do piloto e do copiloto.
-Por favor continue.-pediu o piloto, dessa vez com a voz mais serena, óbvio que continuei, pois a expressão facial dele tinha mudado para melhor e isso era um bom sinal.
-Já estava de noite quando eu ia sair da biblioteca, mas quando escutei a porta sendo trancada eu entrei em desespero, quase soltei um grito, pois pensei que tinham me trancado ali sem querer. Quando eu vi aquela cena eu nem sequer conseguia me mover, os meus olhos encheram-se de lágrimas no mesmo momento em que vi o garoto que amava nos beijos com uma garota, mas não era qualquer garota, era a minha melhor amiga eu a considerava uma irmã...a minha melhor amiga, ver aquilo foi como se estivessem distribuindo facadas no meu peito. Já dizia Mário Silva Brito "De vez em quando precisamos sacudir a árvore das amizades para caírem as podres." Eu nem precisei sacudir, ela caiu sozinha e foi ali também que eu caí...caí na real!
Doeu tanto mas tanto que fiquei sem ar por alguns segundos, fiquei completamente desnorteada com aquela cena, que acabei por deixar cair todos os cadernos que segurava na mão e isso acabou fazendo eles pararem o beijo e toda aquela pegação e virarem toda atenção em mim.
-Sinto muito.-disse o piloto.
-E quando eles te viram o que disseram? -O copiloto parecia curioso.
-Nem queria me lembrar, pois as palavras que aqueles desgraçados disseram foram mais dolorosos que aquela cena. -digo direcionando a cara para baixo.
-Se não quiser dizer está tudo bem.- disse o piloto.
-CALA A BOCA CARA! Deixa ela contar, por acaso ela disse que não quer dizer?
Na moral esse copiloto tá bem curioso... só espero que os dois não abram o bico para ninguém, credo imagina se geral souber que eu fui trouxa e corna um dia, não quero nem imaginar...cruzes!
Decido terminar de contar toda a história, já cheguei até aqui né, porque não terminar? Por mais que tudo isso tenha me machucado tanto...na verdade ainda me machuca!
Meu psicológico ficou completamente destruído, mas no fundo tudo isso foi bom...eu vi que a dor consegue ensinar muitas coisas, agente aprende muitas coisas as vezes na mara!
O próximo capítulo promete algumas dicas importantes, então não percam!
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Como tudo começou
فكاهةHelena uma adolescente de 18 anos, desenvolve traumas por causa de acontecimentos do passado, todos esses traumas giram em torno de uma pessoa, a melhor amiga dela. No final Helena descobre o porquê da sua amiga ter agido tão mal com ela. Se ela v...