-Sasha?-Falo com os olhos arregalados.- QUE.ARMA.É.ESSA?-Falo pausadamente, tentando respirar.
- Bom, no início essa seria a arma que eu ia te matar...-Ela segura a arma fazendo biquinho.- Mas pensei melhor e resolvi matar de uma outra forma, uma mais dolorosa.
-Porquê?-os meus olhos já estavam repletos de lágrimas.
O medo me consumia por dentro, em parte eu não sei se sinto medo dessa garota, mas toda vez que eu estou perto dela... algo dentro de mim transforma...sim! Ela me causa um medo danado e inexplicável...
- Helena...Helena...-Sasha diz enquanto passava uma mão nos meus cabelos e apontava a arma para mim com outra mão.- Um dia você vai entender todo mal que você me causou...você vai entender como tudo começou!
-Me diz...-Não termino de falar por causa da falta de ar.
-Você tem medo de mim, não é?-ela diz rindo.
Não consigo responder nada, as minhas lágrimas já falavam por mim...maldita!
Sasha levanta a blusa para mim e me mostra uma cicatriz.
-Está vendo isso aqui garota?!-Ela diz com raiva segurando o meu queixo com força.
Ainda não conseguia dizer nada, só conseguia chorar. Abri a boca na tentativa de dizer pelo menos uma única palavra, mas nada saía, além de estar me sentindo mal, com medo, eu estava completamente em pânico.
-Não vai falar nada?!-Ela grita e segurando o meu rosto com mais força
-O que eu te fiz?-Falo soluçando devido ao meu choro.
Respirava profundamente, a minha falta de ar era clara.
-Você vai pagar por tudo que me fez! Por tudo que me fez!-Sasha diz com tanto ódio, que até saiu uma lágrima, não sei se essa lágrima que escorreu foi de ódio ou de tristeza.-Eu vou acabar com a tua raça Helena!
Por fim ela sai do banheiro batendo a porta forte, o que me causa um arrepio em todas as minhas espinhas.
Caio no chão, pois as minhas canelas já não aguentavam mais ficar em pé, o pavor tomou conta de mim.
Se eu não sair aqui acho que vou morrer, pois não sentia nenhum ar.
Saio rastejando no chão, seguro a maçaneta da porta e abro-a com as forças que me restavam.
Parecia que o meu coração tinha se transformado em uma bomba relógio, pronta para explodir a qualquer hora. Por dentro sinto uma quentura de outro mundo, mas quando levo a minha mão no meu rosto reparo que estou congelando.
Me coloco em pé, pois eu sabia que eu não iria conseguir passar por todas essas pessoas rastejando.
Consigo ficar em pé, porém não tinha forças para andar, o pior não era isso, o pior é que eu não tinha voz para dizer um mísero "socorro".
Será que nenhuma dessa gente do qual estou passando por perto, conseguem ver que estou morrendo aos poucos, todo mundo encheu o bucho com bebida, é isso? Eu acho que não vou para uma festa nunca mais na minha vida!
Se bem que se eu morrer não devo achar nada, vou ter total certeza!
Estava de pé, mas apoiava as minhas mãos na parede, o meu objetivo era chegar até a mesa dos meus amigos, pois acho que nós somos os únicos que estão lúcidos nessa festa.
A expressão facial da minha cara nesse estado pode levar uma pessoa a pensar que estou bêbada, não duvido...sinto uma mão sobre o meu ombro, finalmente alguém tinha notado que não estou bêbada, mas sim que estou morrendo!
-Gatinha....-Noah me olha com uma cara bem engraçada, aquelas típicas de pessoas embriagadas.
-Tira a mão de mim canalha.-Opa! eu consegui falar! É impressionante como esse cara mexe comigo, trouxe até a porcaria da minha voz de novo.
Minhas maus tremiam muito, o que chamou a atenção do bêbado na minha frente.
-Tu...do, bem?- Noah pergunta com os olhos entreabertos, na moral eu tô morrendo, mas se esse garoto continuar bebendo dessa forma, iremos pro céu juntos, não que eu queira!
Eu briguei com esse desgraçado antes da festa e na festa! Estou com raiva dele, porém não vou poder negar uma ajuda, estou a beira da morte, sinto que se eu não sair daqui logo o meu coração vai disparar... e já era!
Respiro fundo, procurando forças de novo para conseguir dizer que não estava me sentindo nada bem.
-Noah eu não...- Falo com a voz abafada e bem baixinho.
-Helena?-Sasha surge por trás do Noah, ela o envolve num abraço.
Noah não fala nada, mas reparo que mesmo estando muito bêbado, o rosto dele tinha se transformado numa cara séria.
-Me da um beijinho?-Sasha pergunta fazendo um biquinho e logo em seguida virando o Noah para....beijar???
O Noah...ele...
Ele correspondeu ao beijo da cobra.
Isso só pode ser azar, só pode!
Aquele beijo apertou o meu coração um pouco mais, porém serviu como um choque, um choque da realidade!
O meu coração ainda acelerava muito, mas a minha respiração estava voltando aos poucos, as minhas mãos tremiam menos...
Depois de eu perder eles de visão, permaneço encostada numa parede. Enquanto recuperava as forças, penso em tudo, em tudo mesmo! Pensava na maldita traição e consequentemente decepção, pensava nas ameaças da Sasha, pensava no Noah também.
Meus pés começam a tomar a liderança, eles começam andando praticamente sozinhos, os pés são meus, mas eram eles que estavam no comando.
"Você tem medo de mim não é ?"
"Você vai entender como tudo começou."
Essas coisas que Sasha disse não me saíam da cabeça, estavam me martelando a todo instante, martelavam sem parar.
" Você vai pagar por tudo que você me fez"!
Droga! Eu só quero que você saia da minha cabeça...
Meu coração, ele começa a acelerar de novo a todo vapor, a minha respiração voltou a ficar fraca, as minhas mãos começaram a tremer mais do que antes e para complicar mais ainda, eu estava suando, suando frio!
Se isso não é estar a beira da morte eu não sei o que é!
Devia ter ido falar com a médica que me examinou da última vez que senti as mesmas coisas, só que agora é 2 vezes pior... já dizia a minha avó lá de Cabo Verde que não devemos deixar para amanhã o que devemos fazer hoje, ainda mais quando se trata de algo tão precioso, que é a saúde.
Tinha dado alguns passos quando tinha sentido bem, mas como agora estou me sentindo mal de novo começo a andar lentamente.
Percebo que não vou conseguir chegar até a mesa dos meus amigos assim, com essa música, com toda essa gente bêbada dando em mim, essa gente em vez de me ajudar estão me prejudicando, tomei uns 18 empurros desde que comecei a andar!
DEVE TER ALGUÉM QUE NÃO ESTÁ BÊBADO NESSA MALDITA FESTA, PARA ALÉM DOS MEUS AMIGOS! EU PRECISO DE UM MILAGRE !!!
Falava isso não minha mente mesmo, já que não dava para tirar uma palavra sequer da boca.
-1, 2, 3 , testando, testando?!-Sinto a voz do Hektor no microfone, a música e os barulhos tinham acabado.- Obrigada DJ por ter parado a música, valeu mesmo cara!
Isso foi um milagre não é? Talvez eu não mora agora!
-Não vou fazer um discurso, só vou ser direto.- Hektor diz dando uma pausa.
Não estava lá muito perto da mesa dos meus amigos, mas Hektor estava bem mais perto de mim, tento fazer um gesto, mas de nada adiantou.
-O amor é algo lindo de se ver, e incrível de se sentir.- Hektor continua.- Eu nunca tinha me apaixonado, como apaixonei por aquela aí.-Ele diz apontando para a maravilhosa da minha amiga.
Ah não!!! Ferrou agora, porque todos estão girando?
-Luna, eu quero saber se você...você.- ele fala e depois dá um suspiro profundo.
As minhas pernas começam a vacilar, já não tenho nenhum controle sequer delas.
Se vou cair no chão? NÃO! MUITO PIOR,EU VOU É DESMAIAR!
Caio no chão, e toda a atenção que estava antes no Hektor passa para mim.
Acho que fiquei parecida com uma barata, quando agente dá uma chinelada.
-A novinha caiu gente.- Antes de eu me apagar ouço a voz de um moleque bêbado dizendo isso.
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Como tudo começou
فكاهةHelena uma adolescente de 18 anos, desenvolve traumas por causa de acontecimentos do passado, todos esses traumas giram em torno de uma pessoa, a melhor amiga dela. No final Helena descobre o porquê da sua amiga ter agido tão mal com ela. Se ela v...