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Em passos incertos, andei até o lado de fora que pareceu ser maior do que a menos de dois dias atrás.

Os olhos de Ethan me avaliaram com cuidado enquanto eu me aproximava,  sentindo meu corpo tremer, ignorando totalmente a quadra de tênis que estava a alguns metros.

— você começou a jogar tênis, sim? — confirmei — ótimo. Vamos jogar.

A bola branca bateu no chão, a raquete que estava em sua mão era profissional e de imediato minha intimidade me enviou uma pontada, meu ferimento na barriga ardeu e minhas pernas fraquejaram, mostrando para mim que não estava bem.

— Maggie? — me chamou, vindo em minha direção — eu estou te chamando, Catarina.

Meu rosto queimou quando o sol atingiu o mesmo. Puxei meu braço da mão de Ethan, fazendo com que minha barriga de alguma forma doesse.

— eu não estou em condições de jogar, Ethan — falei as primeiras palavras em horas — não consigo.

Olhei para baixo, olhando para os tênis que estavam em meus pés, implorando para ele apenas aceitar e sair para trabalhar.

— Catarina — meu queixo foi levantado com força, me fazendo fechar os olhos por conta do sol que batia nos meus olhos, me cegando — você vai jogar comigo. Isso não está em discussão. Mandei construirem essa quadra somente para você, precisei...

— eu estou muito fraca, Ethan — o interrompi, ainda com os olhos fechados, com a mão na barriga que ardia como se eu estivesse bebendo vodka quente — eu estou fraca, mal estou conseguindo me mover, por favor...

Tentei abrir os olhos novamente, mesmo que estivesse totalmente incomodada com tudo ali, mas não consegui.

Qual era a coisa que eu conseguia?

— Catarina — Ethan me puxou para sombra novamente, segurando meus braços com força — você vai pegar a porra daquela raquete e irá jogar comigo, está entendendo? E se você não o fizer, eu vou te fuder pelo dia inteiro, até que você realmente esteja fraca, você me entendeu?

— sim — respondi, lhe olhando com todo rancor que havia em mim.

› › ›

A bola bateu três vezes no chão antes de Ethan sacar para mim. Tentei me movimentar rápido para conseguir pegá-la, mas minhas pernas travaram, fazendo com que eu me encolhesse.

— vou tentar de novo — falou, pegando uma nova bola em um balde que havia próximo de si — meu saque realmente não foi bom.

Novamente, ele sacou em minha direção, mas meu braço fraquejou quando pegou o impulso para bater.

A onda de vulnerabilidade cresceu, deixei a raquete cair no chão, minha boca estava seca. Meu coração, fraco. Meus ferimentos estavam ardendo, o sol me deixava ainda mais atordoada.

Por que eu era tão fraca?

Por que eu não conseguia cuidar de mim mesma?

Por que eu sempre precisava pensar demais para entender tudo?

Por que eu?

Ethan veio em passos firmes e rápidos em minha direção, me escolhi quando sua mão subiu ao ar para me bater, mas a voz da loira soou antes que ele o fizesse.

— senhor Whyne — a mulher disse, de forma firme — Ettore está na linha, disse que é urgente.

O mão imediatamente desceu para o lado e Ethan não hesitou em entrar dentro de casa, mas não antes de se curvar diante mim e atingir um soco em minha barriga.

— Ainda não acabou.

Quem quer que seja Ettore, eu jamais poderei poderia descrever o quão grata sou por ele ter ligado naquele momento e me permitisse cair sob o chão quente sozinha.

Passado vol.1 - El finOnde histórias criam vida. Descubra agora