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— você mentiu para mim! — gritei horas depois, quando Ethan havia fechado a porta atrás de si — você disse para mim que se um dia morresse, nunca mais voltaria!

Ele sorriu, dando um passo para frente, fazendo com que eu recuasse três.

— eu estou morto, Maggie? — os olhos estavam divertidos enquanto me encaravam, e minhas pernas tremeram, ao ver os olhos predatórios em meu corpo — você tentou me matar, mas eu estou aqui, para cumprir minha promessa.

— você... — funguei, me afastando enquanto ele se aproximava — você não pode me manter lá de novo, não quando eu... Eu...

— você? — a mão grande foi posta de forma carinhosa do lado direito do meu rosto, em um carinho terno — está tudo da mesma maneira que você deixou, Maggie. A barra para ballet também. O...

— para! — gritei me afastando, indo em direção a porta — você não pode me tratar assim! Não pode agir como se... Como se eu quisesse tudo aquilo!

— e você não queria? — arqueou uma sobrancelha em minha direção, com um sorriso brincalhão — foi você quem aceitou a carona, Maggie. Foi você quem não...

— para! — gritei alto, tão alto que minha garganta doeu, fazendo com que eu colocasse a mão ali — por favor, só para...

Fechei os olhos, enquanto sentia as lágrimas descerem dos meus olhos, a medida que eu tentava acalmar as batidas do meu coração.

— me deixe sozinha por um momento... — sussurrei, dando vazão ao cansaço — eu prometo que não irei fazer nada quando... — tentei verbalizar as palavras, mas tudo o que saiu foi um resmungo indecifrável não só para ele, mas para mim também — quando... Você sabe.

Os passos pesados foram se aproximando de mim, calmos, calculados, me fazendo tremer.

— você promete, Maggie? — abri os olhos. Abri, e tive que levantar minha cabeça para enxergar o rosto de Ethan, confirmando de forma lenta — palavras, Maggie. Eu quero palavras.

— eu prometo, Ethan — respondi, tentando não me distanciar do seu corpo grande.

— e como selamos nossos acordos, princesa? — a pergunta saiu de forma paciente, sorridente... Como se ele estivesse falando com uma criança e não com uma mulher adulta.

Naturalidade.

As palavras de Ethan Whyne estavam saindo com naturalidade. Não como se ele estivesse me forçando a fazer coisas as quais eu não queria.

Levantei minha cabeça, levantando meus braços para tentar baixar seu ombro, fechando os olhos de forma firme quando a barba por fazer roçou no meu nariz.

O beijo que Ethan me deu foi calmo, em comparação a forma em que ele estava segurando minha cintura. — de forma possessiva, me fazendo roçar em seu corpo — Nossas línguas se tocaram, e eu fechei os olhos com mais força quando tentei me afastar e ele me apertou mais.

Um sorriso convencido estava no rosto de Ethan, quando ele se afastou de mim.

— Nos vemos daqui a três dias, princesinha.

Passado vol.1 - El finOnde histórias criam vida. Descubra agora