⁶⁷ - bônus

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Erick.

você já pode assumir aqui, Erick — Robert disse depois tirar o pênis de borracha que estava junto a sua virilha e de consertar a calça, Mike o acompanhou.

Eu estava na porta.

Havia ficado ali no início e saído, voltando quando julgava que estava acabando.

Duas horas.

Aquela sessão de tortura havia durado duas horas.

O suco com calmante e remédio para dor estava na minha mão quando a ouvi dizer que estava doendo.

O suco estava com pequenas bolhas, devido a forma que mexi com força para dissolver o remédio, mas estava ali, me lembrando do meu fracasso por não fazê-la beber.


— ela está livre, Erick — Robert continuou, tocando em meu ombro — sua filha está livre.

Confirmei, não confiando em mim para dizer qualquer coisa.

— boa sorte aí.

Não respondi Mike, e esperei um certo tempo depois que eles saíram para entrar, fechando a porta.

Meu coração começou a bater acelerado quando vi os cachos desfiados no meu campo de visão. A cortina tampava o que estava por trás, mas eu sabia o que iria encontrar.

A onda de arrependimento me veio, quando vi a mesma garota que havia quase sorrido para mim a quase três horas atrás espalhada no chão, em volto a sangue.

Muito sangue.

Seu rosto branco estava com uma coloração cinzenta, seus lábios partidos manchados de sangue junto a seu nariz. Um roxo estava no seu olho esquerdo e bochechas. E me apressei da maneira que pude para conferir seus batimentos cardíacos.

Para minha tristeza, estavam fracos, mas presentes.

Tirei minha mão com cuidado do pescoço da garota, tentando ver como começaria.

O seio pequeno estava com uma grande marca de mordida roxa, seu pescoço tinha marcas de dedos e poucos fios de cabelo estavam no chão.

Que ela tenha perdido a consciência antes disso tudo — pensei, pegando o pequeno braço com cuidado, a levantando.

O sangramento na sua região genital — onde eu evitara olhar — me fez parar.

Estava sangrando muito, recorrentemente.

Tentei a levantar novamente, não me importando com minha roupa que estava sendo suja, enquanto tentava não pensar em minha filha, que tinha sua idade e que agora estava salva.

É só uma criança — pensei, vendo o quão leve e pequeno o corpo era — é apenas uma criança que está pagando pelos erros de outros.

A coloquei na maca, colocando a mão na cabeça ao tentar pensar como começar, mesmo que eu estivesse querendo o fazer.

A verdade, era que eu não sabia por onde começar.

Ela estava destruída, eu sabia.

Fisicamente, ela estava destruída.

— Maggie — peguei sua mão, quando tirei vários lenços que tinha na bolsa térmica e tentado estancar o sangue — Maggie...

Seu dedo se mexeu minimamente, mas nada além disso.

Tirei a camisa social branca que estava usando, pondo no corpo que praticamente fora engolido pela mesma.

Não confiando em deixá-la sozinha, rodei a sala procurando por mais pano, para tentar estancar o sangramento.

— me desculpe, menina — me vi chorando em meio ao corpo desfalecido que sangrava de forma recorrente — me desculpe por isso, eu nunca irei me perdoar.

E era verdade.

Eu nunca iria me perdoar por permitir que aquilo acontecesse.

Passado vol.1 - El finOnde histórias criam vida. Descubra agora