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Ethan abriu a porta do local, me dando passagem logo em seguida.

O local em si, era uma sala com uma parede inteira de vidro, que dava para ver o jardim farto que havia ali.

Um sofá cama estava na parede a direita, onde eu me sentava na ponta para ficar por horas olhando aquele jardim com pequenas flores.

Olhava as borboletas marrons que iam e vinham, observava o vento suave e as vezes ficava no chão, tomando sol.

No lado esquerdo, havia uma prateleira gigante, com uma vasta opções de livros. Alguns quadros enfeitaram as paredes, mas o foco em si, era a grande parede de vidro.

— fiz para você — o ruivo disse, olhando para mim, que tinha o corpo trêmulo.

— para mim? — minhas palavras sairam pesadas da minha boca, e eu não sabia dizer o porquê daquilo.

Na verdade eu sabia, mas não queria associar minha crise de choro a pessoa que havia acabado de fazer algo tão bom por mim, mesmo que a minutos antes tivesse me machucado.

— demorou duas semanas — coçou a cabeça — entre, o lugar é todo seu.

Abri os olhos novamente, andando em passos incertos para o sofá marron tão conhecido por mim.

— se você quiser — escutei o passos de Ethan se distanciar, mas não liguei, minha atenção estava focada no jardim que mal havia parecido mudar — pode mudar o ar. Se estiver muito frio, quente, úmido...

Continuei calada e escutei a respiração impaciente de Ethan atrás de mim.

— ok — silêncio — irei trazer algumas coisas para você comer.

Novamente, não respondi.

Continuei olhando o lugar que havia ali, percebendo então que o que Ethan sentia por mim — seja lá o que — não era algo pequeno, o que me fez enjoar, ao lembrar do quanto ele havia me machucado.

Ethan me conhecia a mais tempo do que aquele dia em que me ofereceu carona. Me conhecia mais do que eu mesma achava que poderia e isso me assustou a tal ponto que por dias, fiquei lhe perguntando como.

eu não falo meus truques, Cata — falou tranquilo, quando eu estava deitada na cama, coberta até o pescoço o vendo de vestir — se cuide, seja uma boa menina.

Minha respiração parou por um momento, quando vi um pequeno buraco entre a parede de vidro e o sofá cama, vendo o exato local onde escondi o objeto para atirar contra Ethan.

Meus olhos se fecham por um momento, meu coração bateu devagar e tentei me lembrar do que minha amiga disse.

— eu te amo — ela sussurrou, quando eu lhe abracei com força, respirando fundo para não chorar — se cuide. Independe do que você esteja passando, nunca deixe de fazer coisas que te façam sorrir. Não seja dura consigo mesma, não ache que tudo é sua culpa e muito menos ache que por certos pensamentos, isso te faz um monstro.

Eu precisava sorrir.

Mesmo que sorrir fosse algo totalmente o oposto do que eu deveria fazer naquela situação em que estava.

Mas eu sorri mesmo assim, ao perceber que estava no mesmo lugar em que um dia, tomei a decisão de tentar, mesmo que desse errado. E fazendo uma promessa, caso realmente desse errado.

se eu não conseguir fugir, nunca mais irei tentar fugir de Ethan, mesmo que isso me faça a pessoa mais melancólica do mundo.

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Era para sair capítulo ontem, mas fiquei sem Net. Hoje era para sair dois, mas alguns problemas surgiram aqui.

Prometo recompensar ustedes.

Passado vol.1 - El finOnde histórias criam vida. Descubra agora