⁶⁰

8 1 0
                                    


eu já sei o que quero — Robert falou sorridente através do notebook — eu quero que você me passe 80% do comércio da bebida e consiga me dar 20% da parte ilegal a qual Ettore está no comando. Também quero que você mate Ada.

— você está brincando? — perguntei estático, olhando para o homem que sorria — você... Não. Antes, cadê Maggie?

está bem — falou, olhando para o lado — não sei por quanto tempo, mas está bem.

eu não tenho contato algum com minha mãe — falei, tentando achar alguma memória dela em minha mente. Alguma que não envolva morte, sofrimento ou rejeição — não faço a mínima...

Ada não é sua mãe! — o homem  praticamente gritou — quando você vai aprender isso, porra?

— eu não precisaria aprender nada caso você e seus dois amigos não fizessem esse tipo de culto nojento — falei, olhando para o homem que tinha meus olhos — não me culpe por isso.

seu tempo está acabando, Ethan — falou olhando para um relógio imaginário no pulso — quanto tempo você acha que Maggie pediria para eu parar?

Como um clic as memórias voltaram, com tudo.

— não papai, por favor! — gritei alto, tentando tirar ele de cima da pessoa que mais importava para mim — por favor, eu prometo que vou ser forte. Mas deixa ele papai, deixa!

Fechei as mãos com força.

— você não faria isso — falei, com um sorriso pequeno — não faria. A não ser que você queira pegar alguma doença.

vejamos — olhou para os lados — eu tenho quase setenta anos. Tenho dois filhos que estão criando dois impérios meus, não tenho nada a perder. E também, não preciso usar meu pau para fazer ela pedir para eu parar. Mas, acho que pela estrutura pequena que ela tem...

Aquilo me fez ficar quieto, escutando cuidadosamente suas palavras.

Eu precisava achar uma brecha.

Precisava achar algum modo de tirar Maggie de lá, sem gerar uma crise a qual eu não conseguiria resolver depois.

Mas, acima de tudo, eu precisava trazer Maggie Catarina de volta para mim.

— por que você faz isso? — perguntei, tentando ganhar tempo para pensar — tipo, por que?

porque você mesmo depois de trinta anos continua sendo alguém fraco que pode ser facilmente derrotado. A prova disso é sua situação atual.

mas Arnel e Luis também tem pontos fracos — falei, dando um sinal rápido e discreto para a empregada tentar rastrear onde ele estava — qual a diferença deles para mim?

— a diferença é que Arnel é um cafetão que não ver problemas em deixar seu ponto fraco ir. Luis Henrique mesmo com sua amada que por acaso também é de Arnel, não deixa que ela seja um ponto fraco a tal ponto de não saber como agir em situações como essas.

e? — instiguei.

você não vai conseguir me rastrear, Ethan — falou com um sorriso calmo — eu já sei o que vou fazer. Não se preocupe, logo logo você terá sua amada novamente.

A ligação foi desligada.

Passado vol.1 - El finOnde histórias criam vida. Descubra agora